sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

POLÍCIA CIVIL INDICIA CABO DA PM POR HOMICÍDIO DOLOSO PELA MORTE DO SEGURANÇA DE FESTA ANDER CUNHA EM SANTARÉM

Cabo Elielson de Sousa

A Polícia Civil de Santarém informou na manhã desta sexta-feira (27), que o cabo da Polícia Militar, Elielson de Sousa Castro de 42 anos, principal suspeito da morte de Ander Cunha, de 25 anos, na noite de 14 de dezembro, no bairro Maracanã, em Santarém, oeste do Pará, foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

De acordo com o delegado de PC, Jardel Guimarães, cinco testemunhas já foram ouvidas. Segundo ele, falta apenas o resultado dos laudos para que o inquérito policial seja concluído. “Laudo necroscópico, levantamento de local com cadáver, bem como exame de balística da arma do policial para que possamos concluir o inquérito policial, uma vez que ele ainda está dentro do prazo legal, então encontra-se em fase de relatório, aguardando os devidos laudos. O policial militar já foi devidamente indiciado nos autos do inquérito policial pelo crime de homicídio doloso, uma vez que ele teve a intenção de ceifar a vida da vítima”, ressaltou.

Após a conclusão do inquérito, o delegado explicou que o documento será entregue ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, para que o MP possa oferecer a denúncia contra o autor do fato. Segundo ele, até que a justiça decida o caso, o cabo responderá em liberdade por estar contribuindo com as investigações.

Versão suspeito

Por telefone, o advogado do suspeito, Marcos Nadalon, explicou que aguardam a notificação da justiça sobre o indiciamento. Ele destacou que todos os procedimentos legais foram adotados após o crime. “No mesmo dia do crime comunicamos a polícia. Entrei em contato com os investigadores da Polícia Civil e informei que meu cliente iria se apresentar na segunda-feira (16). Na segunda a tarde ele se apresentou. Já tinham colhido depoimento da moça e do rapaz que estava com a vítima. O Depoimento dele (cabo da PM) ficou dentro do fato, do que a gente sabia, só houve mudança de reação de cada um. Entregamos a arma para perícia”.

Quanto aos argumentos, o advogado afirmou que o cabo agiu em legítima defesa. “Ele estava fardado, identificado, com a arma. Eles (vítima e outro jovem) já tinham fumado pasta de cocaína. Esse rapaz (vítima) foi até o policial e o cabo mandou ele se identificar. Ele (vítima) disse ‘espera aí, só estava brincando’ e bateu com as mãos na cintura. A distância era curta e o policial já tinha pedido para ele se apresentar, e eram dois contra um. Depois do fato, ele mesmo (cabo) acionou a ambulância para fazer o atendimento à vítima”, argumentou.

Corregedoria

A corregedoria da Polícia Militar informou que o policial está afastado das funções. O prazo estabelecido para que o caso seja concluído é de 40 dias, mas pode ser prorrogado por mais 20 dias. Se for constatada transgressão por parte do policial, será aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar Simplificado (PADs) para apurar o caso. Após esse período, o caso será encaminhado para justiça militar do estado.

Caso

O crime aconteceu na madrugada de sábado (14), no bairro Maracanã, em Santarém. Ander Cleverton Soares Cunha, de 25 anos, foi assassinado com um tiro no peito. A polícia encontrou o homem ferido embaixo de uma árvore, na Rua Caritas. A vítima foi socorrida, mas morreu no Hospital Municipal de Santarém.

Após a Polícia Civil ouvir depoimentos de testemunhas, o nome do cabo da PM Elielson apareceu como suspeito. Uma testemunha, que estava com a vítima na hora do crime, e não quis ser identificada, contou detalhes sobre o crime.

“A gente saiu para consumir droga no mato, quando a gente ia passando tinha um rapaz com uma moça atrás do muro. Ai ele disse: ‘eu vou ver quem é, senão, não vou fumar direito’. Fomos chegando perto do rapaz, e ele sacou a arma e disse ‘sai fora que é polícia’. Aí na hora que ele [vítima] levantou os braços disse: ‘só vim ver quem era’, aí aconteceu o disparo e eu sai correndo e só vi a moto funcionado. Ele [policial] rodeou a rua e eu ouvi o rapaz pedindo socorro”.

No dia 17 de dezembro o suspeito prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil, segundo o delegado Guimarães, o cabo confessou o crime e alegou legítima defesa.

G1

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