De acordo com o delegado de PC, Jardel Guimarães, cinco testemunhas já foram ouvidas. Segundo ele, falta apenas o resultado dos laudos para que o inquérito policial seja concluído. “Laudo necroscópico, levantamento de local com cadáver, bem como exame de balística da arma do policial para que possamos concluir o inquérito policial, uma vez que ele ainda está dentro do prazo legal, então encontra-se em fase de relatório, aguardando os devidos laudos. O policial militar já foi devidamente indiciado nos autos do inquérito policial pelo crime de homicídio doloso, uma vez que ele teve a intenção de ceifar a vida da vítima”, ressaltou.
Após a conclusão do inquérito, o delegado explicou que o documento será entregue ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, para que o MP possa oferecer a denúncia contra o autor do fato. Segundo ele, até que a justiça decida o caso, o cabo responderá em liberdade por estar contribuindo com as investigações.
Versão suspeito
Por telefone, o advogado do suspeito, Marcos Nadalon, explicou que aguardam a notificação da justiça sobre o indiciamento. Ele destacou que todos os procedimentos legais foram adotados após o crime. “No mesmo dia do crime comunicamos a polícia. Entrei em contato com os investigadores da Polícia Civil e informei que meu cliente iria se apresentar na segunda-feira (16). Na segunda a tarde ele se apresentou. Já tinham colhido depoimento da moça e do rapaz que estava com a vítima. O Depoimento dele (cabo da PM) ficou dentro do fato, do que a gente sabia, só houve mudança de reação de cada um. Entregamos a arma para perícia”.
Quanto aos argumentos, o advogado afirmou que o cabo agiu em legítima defesa. “Ele estava fardado, identificado, com a arma. Eles (vítima e outro jovem) já tinham fumado pasta de cocaína. Esse rapaz (vítima) foi até o policial e o cabo mandou ele se identificar. Ele (vítima) disse ‘espera aí, só estava brincando’ e bateu com as mãos na cintura. A distância era curta e o policial já tinha pedido para ele se apresentar, e eram dois contra um. Depois do fato, ele mesmo (cabo) acionou a ambulância para fazer o atendimento à vítima”, argumentou.
Corregedoria
A corregedoria da Polícia Militar informou que o policial está afastado das funções. O prazo estabelecido para que o caso seja concluído é de 40 dias, mas pode ser prorrogado por mais 20 dias. Se for constatada transgressão por parte do policial, será aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar Simplificado (PADs) para apurar o caso. Após esse período, o caso será encaminhado para justiça militar do estado.
Caso
O crime aconteceu na madrugada de sábado (14), no bairro Maracanã, em Santarém. Ander Cleverton Soares Cunha, de 25 anos, foi assassinado com um tiro no peito. A polícia encontrou o homem ferido embaixo de uma árvore, na Rua Caritas. A vítima foi socorrida, mas morreu no Hospital Municipal de Santarém.
Após a Polícia Civil ouvir depoimentos de testemunhas, o nome do cabo da PM Elielson apareceu como suspeito. Uma testemunha, que estava com a vítima na hora do crime, e não quis ser identificada, contou detalhes sobre o crime.
“A gente saiu para consumir droga no mato, quando a gente ia passando tinha um rapaz com uma moça atrás do muro. Ai ele disse: ‘eu vou ver quem é, senão, não vou fumar direito’. Fomos chegando perto do rapaz, e ele sacou a arma e disse ‘sai fora que é polícia’. Aí na hora que ele [vítima] levantou os braços disse: ‘só vim ver quem era’, aí aconteceu o disparo e eu sai correndo e só vi a moto funcionado. Ele [policial] rodeou a rua e eu ouvi o rapaz pedindo socorro”.
No dia 17 de dezembro o suspeito prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil, segundo o delegado Guimarães, o cabo confessou o crime e alegou legítima defesa.
G1