quarta-feira, 23 de abril de 2014

ALUNA DESABAFA CONTRA A REITORIA DA UFOPA: "O JOGO POLÍTICO ESTÁ SE TORNANDO MARCA REGISTRADA NA UFOPA".

Raimundo Monteiro e Anselmo Colares

Ao ingressar na Universidade Federal do Oeste do Para, no ano de 2013, os alunos aprovados, compulsoriamente, deveriam passar pelo regime interdisciplinar, no qual, o primeiro semestre era marcado pelo Centro de Formação Interdisciplinar I (CFI I) que classificaria os estudantes por Institutos, conforme o Índice de Desempenho Acadêmico (IDA) de cada um. Após o CFI I, os estudantes, já em seus devidos institutos, deveriam passar pelo CFI II e após isso, através do Processo de Mobilidade Interna, poderiam ingressar no curso de sua escolha. A classificação, novamente, se daria levando em consideração o IDA de cada aluno, bem como a cota social a que o mesmo tenha informado no momento de sua habilitação universitária. 

Uma vez terminado o CFI II, foi aberta inscrição, através do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), para o Processo de Mobilidade Interna de Ingresso aos Cursos, através do qual os alunos deveriam ingressar em seus respectivos cursos escolhidos. Porém, a partir deste processo iniciou-se uma série de falhas no sistema adotado para classificação dos acadêmicos, uma vez que, neste processo o aluno poderia realizar sua inscrição para qualquer curso ofertado, independentemente do Instituto a qual pertencia.

As falhas continuaram. Findado o processo de inscrição acima citado, no dia 01 de abril de 2014 foi divulgada uma Lista Preliminar do Resultado de Mobilidade Interna. Nesta continham nome do aluno, seu Ida, cota social e o curso para qual tinha sido aprovado. Em seguida, a Pro - reitoria de Ensino, publicou lista definitiva, com algumas alterações em relação à lista preliminar. 

Entretanto, imediatamente após esta publicação, a mesma Pro-reitoria divulgou Portaria cancelando o Resultado da Mobilidade Interna 2014 sem maiores esclarecimentos. No mesmo dia a Reitora Raimundo Monteiro publicou Nota de Esclarecimento, alegando a anulação de o processo ter-se dado devido a insuficiência de detalhamento de dados inseridos no sistema para identificar os estudantes como cotista e não-cotista. Sendo assim, evidenciadas falhas no sistema que causaram insegurança administrativa a Universidade, optou por realizar revisão dos casos um a um e no prazo de 15 dias divulgar definitivamente o resultado do processo.

Porém, no dia 15 de abril, a Pró-reitoria, contrariando a informação que realizaria revisão, lançou um Edital de Retificação e Complementação do Processo Seletivo de Ingresso aos Cursos para ingressantes ate 2013, no qual os alunos deveriam realizar nova inscrição para o Processo de Mobilidade Interna ate o dia 21 de abril, agora abarcando, também, os alunos ingressantes em 2011 e 2012 e somente sendo possível inscrever-se nos cursos dos Institutos a que pertencem. 

Os fatos, acima elencados, demonstram a total desorganização e o completo desrespeito aos alunos, uma vez que, alguns cursos, embora sem alunos devidamente matriculados, optaram por iniciar as aulas, enquanto os demais decidiram aguardar o resultado final do processo, culminando em prejuízos ao calendário acadêmico, e insegurança no processo de escolha. Esta insegurança, gera prejuízos de toda sorte, principalmente sócio-financeiro, vez que muitos alunos, após ter seu nome confirmado em determinado curso e horário, necessitaram deixar emprego por incompatibilidade de horários, ou alugaram residência, dispenderam recursos com passagens e transportes para realizar a inscrição no tão sonhado curso superior. Isto sem levar em consideração a pseudo-expectativa, causada pela divulgação incorreta do resultado, que claramente caracterizaria dano moral, previsto no código penal.

Vale lembrar que, apesar de a atual reitoria, tentar responsabilizar a gestão anterior pelo atual caos universitário, pelo qual a UFOPA vem passando, no pouco tempo desta gestão os atropelos vem se repetindo, coisa que não era comum a pouco tempo atrás, visto que em nenhum outro processo seletivo da UFOPA este problema se repetiu. O jogo político, que se torna marca registrada da UFOPA, mostra-se extremamente prejudicial, pois, antes de buscar resolver os problemas, tenta-se culpar gestões anteriores, na repetição da conhecida “herança maldita”, numa clara forma de empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Deve ser por isso, que a UFOPA esta servindo melhor como acampamento para alunos sem-teto, do que como universidade, visto que nem mesmo o edital de Bolsa Permanência consegue ser fechado corretamente.

Ingrid Nayara Duarte de Jesus Matos
Acadêmica da Ufopa

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