quinta-feira, 24 de abril de 2014

DESABAFO DO MÉDICO ERIK JENNINGS NO FACEBOOK: "UM VÔO CARREGADO DE AMOR"

Os 5 ocupantes do bimotor que 
caiu em Jacareacanga

Não sabemos ainda a causa do acidente com o avião do Comandante Luiz Feltrin, encontrado ontem, dia 22 de abril. Mas se havia algo a mais naquela aeronave não temos dúvida que era somente... amor. 

Amor à aviação, amor ao trabalho, amor à família, amor à humanidade.

Luiz Feltrin cuidava de seus aviões, como se fosse um membro de sua família. Escolheu o prefixo de PR-LMN, pois tinha as iniciais de Luiz (seu nome), Marília (sua esposa) e Netinho (seu filho mais novo). Amava sua família e a aviação. O PR-LMN representava a materialização deste sentimento. Toda vez que o comandante falava no rádio “PR-LMN alinhado e pronto para decolar”, no fundo ele também queria dizer: pronto para amar.

Enquanto fazia de tudo para controlar a aeronave no meio do mal tempo, a técnica de enfermagem Rayline Campos pega seu celular e manda uma mensagem ao seu tio Rubélio Santos: "Tio to em temporal e um motr parou avisa a mae q amo muit tods ...to aflita..to em pânico...se eu sair bem aviso...to perto do jkre...reza por nos...n avisa a tia ainda..." Esta mensagem, minutos antes do avião cair é a maior prova de amor que pode existir. Mesmo com a morte rondando as asas daquele avião, ela se preocupa primeiro em dizer que ama a todos. Já com um motor parado ela vai mais além: Não deseja que sua aflição ou mesmo sua morte machuque sua tia: "não avisa a tia ainda". Uma mensagem que representa a essência da vida. Mesmo com temporal, motor parado e a aflição, Rayline demonstra todo seu amor. O mesmo sentimento contagiava o coração de Luciney Aguiar, Raimunda Lúcia S. Costa e o fiel motorista Ari Lima.

Depois que o avião caiu na mata, esta carga de amor tomou conta da floresta.

Uma multidão de amigos, profissionais de busca e voluntários desconhecidos formaram um verdadeiro exército da boa vontade. Foram incansáveis na busca do avião e também deram uma das maiores lições de solidariedade que o Brasil já teve. Mesmo sem estrutura nenhuma e recebendo doações de várias cidades da região, alguns arriscaram a própria vida para encontrar os desaparecidos. E tudo isso só por… amor.

E o amor superou a dor na pessoa de Jéssica Feltrin, filha do comandante, que juntou os destrosos de seu coração e virou uma guerreira e enfrentou, da mata a Brasília, a procura de seu amado pai.

Um dia sairá o laudo com as causas do acidente. Mas a carga maior daquele avião está claro para todos nós: era só amor.

A todas os familiares nosso respeito, solidariedade e admiração.

Erik Jennings Simões, médico - Via Facebook

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