quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ENFERMEIRA IRLAINE FIGUEIRA, REPRESENTANTE DA SENPA (SINDICATO DOS ENFERMEIROS DO PARÁ) COMENTA NO BLOG. "NEGOCIAR COM O SECRETÁRIO DE SAÚDE, DR. SINIMBU NÃO É POSSÍVEL, POIS O QUE ELE FALA A GENTE ESCREVE, MAS ELE NUNCA CUMPRE"

 Enfermeira Irlaine Figueira

Infelizmente é esta a realidade em Santarém. o Sindicato Dos Enfermeiros SENPA aqui em Santarém tendo eu, enfermeira Marcela Pinheiro Brasil e Clarice Lacerda à frente, estamos em enfrentamento constante. Fico pensando como estaríamos se não lutássemos?! Muitos temporários se escondem com medo de represálias. Alguns já foram chamados atenção para não serem nem vistos conosco. Negociar com o Secretário de saúde não é possível pois o que ele fala a gente escreve mas ele não cumpre (como foi o caso da demissão em massa de enfermeiros dos plantões dos 24h). É nossas ponderações feitas aos gestores são ignoradas ou por vaidade ou por retaliação. Pedimos apoio à Câmara de vereadores e fomos atendidos pela comissão de saúde, vereadores Dayan Serique e Marcela Tolentino intermediaram uma conversa com o secretário de saúde e secretária de administração, mas ao fim, tivemos como resposta que até os últimos enfermeiros que restaram na escala sairiam e seriam contratados enfermeiros fixos para as unidades 24h por um mísero salário base de 788 reais (isto depois de sair uma portaria municipal onde se diz que está suspenso qualquer contratação de temporários). É controvérsia demais e resolução de menos que só nos resta apelar para outros fins.

Comentário da representante da SENPA neste "post" do BLOG DO JK no FACEBOOK

Um comentário:

  1. Gostaria de manifestar minha solidariedade com a causa, pois o que observamos na atualidade da saúde pública em Santarém é o caos. A classe trabalhadora principalmente do HMS sofre bastante. Uma noite em que compareci ao referido hospital pude perceber o quão trabalhoso e pouco valorizado é o serviço dos profissionais de enfermagem. Existe uma sala chamada de classificação de riscos, que vi que serve para tudo: triar os casos; deixar o paciente no oxigênio; fazer eletro ( o que a propósito pelo que ouvi nos corredores nem funciona. Aí pergunto: e quem está infartando? )...Quando fui fazer medicação me deu pena daquelas técnicas, apenas duas para atender em uma pequena área mais de 20 pacientes que estavam gemendo, irritados, agressivos e impacientes, quase apanhando porque de quatro medicamentos que o médico passou, só tinha disponível um na farmácia. Tristeza a técnica dizer que não havia e quase apanhar por uma coisa que independe dela. Desespero maior vi quando chegou um jovem surtando e uma das técnicas teve que correr com a ficha lá na farmácia para buscar o tal do haldol. Pergunto: e a segurança dos outros pacientes enquanto ela não chegava? Tinha que ter esse tipo de medicamento lá e não terem que buscar na farmácia em situações de emergência. Quando passei por aquele corredor, minha angústia foi maior, pois havia gente por todos os lados, ate pacientes graves necessitando de oxigênio que só havia disponível na tal sala de classificação e esse só dava para atender dois pacientes ( um à esquerda da porta e outro à direita), novamente pergunto: e se os outros trinta que estamos no corredor também precisassem? Iriam morrer? Ou seria retirado dos que ja estavam usando? Apenas uma enfermeira na sala de classificação ( que não podia sair de lá, pois não parava de chegar pacientes) e outra na parte interna para atender todos aqueles que chegavam e os que já estavam internados há dias naquelas condições subhumanas. Observei também que a coitada quase apanhava porque os médicos de sobreaviso demoravam pra chegar e avaliar pacientes que aguardavam desde o dia. Vi ela ligando de seu celular para tentar amenizar aquela situação, e descobri que o hospital está sem telefone há mais de dois meses. Mas uma carga nas costas das coitadas. Além de aumentarem a carga horária e reduzirem o salário delas, elas ainda tem que usar seu telefone particular pro paciente poder ser avaliado. Mais uma pergunta: e se não tiverem crédito no celular? O paciente morre? Antes criticava, mas depois dessa noite são tidas por mim como heroínas. ..guerreiras....profissionais que mereciam ser valorizadas, porque mesmo sofrendo humilhações por uma administração que não se preocupa com a causa, ainda tentam com os mínimos recursos disponíveis, prestar assistência humanizada aos pacientes que procuram aquele servico, que mesmo sem medicamentos para aliviar a dor e o sofrimento, conseguem dar um sorriso e dizer: te acalma, você vai melhorar...Você não confia em Deus?...Digo isso para vocês agora: confiem em Deus, pois a justiça dEle tarda mas não falha.

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