sábado, 20 de fevereiro de 2016

EMPRESÁRIO DE ITAITUBA ACUSADO DE MATAR O ADVOGADO SANTARENO, RAIMUNDO MOISÉS, CONHECIDO COMO (DINHO) EM 2003, VAI A JÚRI POPULAR NESTA SEGUNDA-FEIRA EM BELÉM

Albenor Moura, acusado de assassinar o advogado

O empresário Albenor Moura, apontado como autor do bárbaro assassinato do advogado Raimundo Moiséis Oliveira, o “Dinho”, crime ocorrido no ano de 2003, em Itaituba, no oeste do Pará, sentará no banco dos réus na manhã da próxima segunda-feira, 22, no Tribunal do Júri em Belém.

A sessão será presidida pela juiza Angela Alice Alves Tuma. Atuará na acusação o renomado promotor Edson Cardoso. O empresário chegou a ser julgado em Itaituba, porém o julgamento foi adiado e desaforado para Belém, por conta do flagrante de jurados mantendo contato com familiares e pessoas próximas aos acusados.

Advogado Raimundo Moisés, conhecido por Dinho

Respondem pelo homicídio o empresário Albenor Moura e sua mulher Nelly Maria Oliveira Sousa, donos de um posto de gasolina onde o corpo do advogado foi encontrado, dentro de um poço desativado, na propriedade, em adiantado estado de decomposição. De acordo com a perícia o cadáver estava no local há mais de 30 dias. Além do casal também foram denunciados os funcionários do empresário Rogério Fabrízio Albuquerque e Luís Miguel Rodrigues Lobo. Todos estão respondendo pelo homicídio em liberdade por decisão do Superior Tribunal de Justiça.

Garimpo - Consta nos autos que o advogado foi visto pela última vez no dia 27 de setembro de 2003, no aeroporto de Itaituba vindo de área de garimpo, de onde saiu acompanhado pelo empresário Albenor Moura, proprietário do Auto Posto Jacaré. O advogado portava uma mala com 8 mil reais em espécie, além de 1,4 quilos de ouro.

Segundo depoimentos de testemunhas, os dois vinham discutindo em razão da cobrança exagerada no preço do combustível e dos alimentos fornecidos por Moura à Cooperativa Ouro Roxo onde a vítima prestava assessoramento jurídico. A entidade reúne cerca de 1200 garimpeiros, na localidade de São José, no município Jacareacanga, a 500 quilômetros de Santarém. Por orientação do advogado a cooperativa rompeu o contrato que mantinha com o empresário para compra de combustível e fornecimento de materiais e produto de trabalho dos garimpeiros. 

De acordo com a denuncia, o empresário ameaçou, pessoalmente, o advogado de morte. Cinco dias após o desaparecimento de Raimundo o delegado Jamil Casseb, que presidia o inquérito, solicitou à Justiça a prisão preventiva do empresário, juntamente com a mulher dele e dois empregados. Durante o inquérito, o filho da vítima, Márcio Sousa, informou que seu pai carregava também em sua bagagem, um dossiê comprovando o envolvimento de Albenor num possível esquema de desvio de combustível da Petrobrás, em Itaituba.

Essa informação foi confirmada posteriormente pela empresa petrolífera, totalizando um prejuízo de aproximadamente dois milhões de reais. As informações teriam sido levantadas durante os oito meses em que Dinho prestou assessoria jurídica às empresas de Albenor e das quais havia se afastado após descobrir o esquema ilegal.

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