quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

EM BUSCA DOS SEUS SONHOS, SANTARENA FAZ DESABAFO AO BLOG. UMA VIAGEM QUE ERA PRA DURAR 8 HORAS, DUROU 27 HORAS. A TRISTE REALIDADE DE QUEM PRECISA USAR A TRANSAMAZÔNICA

O desabafo de quem vive nessa realidade

O descaso governamental para com a rodovia transamazônica não é novidade. Umas das maiores estradas do Brasil, com cerca de 4000 km. Diversas vezes já ouvi relatos sobre atoleiros e as enormes filas de caminhões. Ate aí tudo bem, como diz o ditado: "Pimenta nos olhos do outros é refresco". Passei na Faculdade de Medicina UFPA Altamira, aproximadamente 600 km distante da minha cidade natal, Santarém. Aprendi desde muito cedo que devemos lutar pelos nossos sonhos. Pois bem, no dia 18 eu e um grupo de amigos saímos de Santarém para realizar nossa habilitação na tão sonhada faculdade de medicina. Como o meio de transporte mais comum para fazer essas conexões intermunicipais é o ônibus, compramos a passagem para chegar ao nosso destino. A ida foi um pouco tumultuada, mas graças a Deus chegamos a tempo, pois dependendo do horário de chegada nós poderíamos até mesmo perder a vaga. No entanto, a vinda para Santarém foi um terror. Saímos de Altamira às 19 horas e às 23 horas em um trecho entre Medicilândia e Uruará, ficamos presos em um atoleiro com filas enormes de caminhões por cerca de 13 horas. Sem água, sem área telefônica e comida. Só conseguimos sair desse atoleiro às 11 da manhã. Além desse, atolamos mais 2 vezes, porém duraram cerca de 2 horas apenas cada um. Ou seja, uma viagem que dura 8 horas segundo o google maps, durou 27 horas. Quem passa por essa situação todos os dias está até acostumado, mas como é que da para se contentar com essa situação precária? Nós não devemos nos acostumar. Sabemos que esse é um ano de eleições e muitos políticos se aproveitam dessa situação para conseguir votos com a promessa de asfaltar a transamazônica. Não podemos ficar omissos a tamanho descaso. No final, todos sofrem com o encarecimento dos produtos , já que essa rodovia é muito importante economicamente para o Pará. Esses preços doem no nosso bolso. Além disso, pessoas doentes saem de suas cidades em busca de tratamento nas regiões vizinhas e acabam piorando. Essa estrada também interliga sonhos, empregos e esperança em dias melhores. Eu sei que pouco vai adiantar esse meu relato, mas creio que estou contribuindo para dar visibilidade a esse problema. Se todos nós fazermos nossa parte através de denúncias, valorizando nosso voto e indo á luta contra essa corrupção que ceifa vidas e é o mal do Brasil, venceremos. Enfrentaria chuva, mosquitos e atoleiros novamente só para ver meu sonho de ser médica se concretizando, porém eu sei que pagamos impostos caríssimos e acredito que a nossa população merece respeito. 

Somos humanos, somos paraenses e somos vencedores!

Leitora e futura médica, Ana Beatriz - Via Whatsapp para o BLOG DO JK

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