Segundo informações do chefe da Divisão de Patrimônio da Semc (Secretaria Municipal de Cultura) Eduardo Dias, a Magma Eventos, empresa responsável pelo agenciamento dos shows nacionais da cantora baiana Ivete Sangalo e Oba Oba Samba House, não pagou aluguel pela utilização da estrutura de palco, som, arquibancadas e camarotes, montada no Çairódromo. Ele justifica que não houve cobrança de aluguel à Magma porque a empresa foi contatada pela prefeitura para fazer o agenciamento dos artistas.
“Muita gente vai criticar e vai dizer que a empresa se beneficiou da estrutura montada pelo poder público auferindo lucro no final. Mas, as pessoas têm que ver que uma empresa tem encargos, tem despesas e de fato precisa ter lucro para manter sua saúde financeira. Nesse caso específico, a prefeitura contratou uma empresa especializada na promoção de eventos e os shows aconteceram como foi programado”, justificou Eduardo Dias.
Com relação aos gastos com o Çairé deste ano, o chefe da Divisão de Patrimônio da Semc, informou que foram repassados à coordenação do evento, R$ 480 mil. Nesse montante, já estariam incluídos os gastos com a estrutura montada no Çairódromo. Aos botos, foram repassados R$ 530 mil através da ONG IPA, via convênio, pelo fato das associações folclóricas estarem com documentações pendentes junto ao Tribunal de Contas.
Eduardo Dias não entrou em detalhes sobre valores que foram repassados pela prefeitura, patrocinadores e Governo do Estado. Já o secretário de Cultura, Nato Aguiar, em entrevista a uma emissora de TV, disse que a prefeitura gastou no máximo R$ 300 mil com o Çairé. Ainda segundo o secretário, 50% da bilheteria do show de Ivete Sangalo seriam da cantora, e dos outros 50%, parte seriam destinado ao pagamento da Magma pelo agenciamento dos shows e o restante ficaria para os cofres públicos.
No dia do lançamento da programação oficial do Çairé, durante entrevista coletiva, quando questionado pela reportagem de O Estado do Tapajós se a Magma Eventos ficaria com parte do dinheiro da bilheteria, o proprietário da empresa, Amarildo Sena, garantiu que a bilheteria dos shows nacionais ficaria integralmente para a coordenação do Çairé.
Os gastos com o Çairé 2013 estão sendo questionados por vereadores da oposição na Câmara Municipal. Na sessão desta quarta-feira (25), o vereador Geovane Aguiar disse que as contas da prefeitura no Portal da Transparência amanheceram zeradas, depois dos questionamentos feitos na Tribuna sobre o volume de recursos liberados para a festa através do IPA. “Só o IPA recebeu este ano para o Çairé R$ 1.208.000,00 (Um milhão duzentos e oito mil reais), que é um volume muito superior ao do orçamento da Cultura que é pouco mais de R$ 800 mil mais 35% de remanejamentos de outras secretarias que totaliza um orçamento de R$ 1.080.000,00 (Um milhão e oitenta mil reais) e por ter ultrapassado o teto a Câmara deveria ter aprovado uma mensagem do prefeito pedindo remanejamento de verba. Então é lamentável o secretário vir dizer que os gastos das empresas que terceirizaram entraram nos cofres da prefeitura. Fomos no Portal da Transparência nesta manhã e está zero, ou seja, a prefeitura não recebeu nada. Pelo menos não publicaram nada até agora”, finalizou.
Por Silvia Vieira
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