sexta-feira, 11 de setembro de 2015

"QUERIA SALVAR MEU CASAMENTO", DISSE MULHER QUE RAPTOU BEBÊ DE DENTRO DO HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM

Ela está grávida de 2 meses

O delegado de Polícia Civil Alexandro Napoleão, bem como o sogro da mulher suspeita de levar do Hospital Municipal de Santarém, um bebê recém-nascido, afirmaram que ela cometeu o crime para tentar salvar o casamento.

A criança nasceu por volta das 23h de terça (8) e foi levada do hospital na manhã de quarta (9). Durante a tarde, a polícia encontrou a suspeita com a criança no colo na Rua Rocha Negra, bairro Maracanã. Ela foi levada ao Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura e deve responder por subtração de incapaz, cuja pena é de 2 a 6 anos de prisão.

A casa em que foi encontrada é do sogro dela, Osvaldino Paz. Segundo ele, a suspeita havia informado à família há alguns meses que estava grávida. Na terça, ela saiu de casa alegando estar passando mal e foi ao hospital sozinha. No outro dia, ela ligou afirmando que já havia dado a luz. O sogro e o marido dela foram buscá-la no hospital com o suposto filho. Quando viu a criança, o sogro desconfiou e a questionou se a criança era filha do marido, mas ela não respondeu. “Olhei aquele menino muito moreno e ela é bem clara”, destacou.

A família afirma que só descobriu que a criança não era filha dela após a chegada da polícia. “Ela fez isso para ver se salvava a casamento. Ela tinha muitos ciúmes, até doentio porque não queria nem deixar ele (marido) ir ao trabalho”, revela. Ele diz que a família se sente envergonhada com a situação. “Tristeza não só para mim, como para toda a família, que nunca nos envolvemos nisso. Nunca a gente passou por uma vergonha dessas”, lamentou.

Segundo o delegado Alexandro Napoleão, em depoimento, a suspeita confirmou que havia planejado pegar a criança. “Ela realmente planejava salvar o casamento através da apresentação do recém-nascido. A intenção era ludibriar o companheiro, emocioná-lo, fazer com que, ele achando que a criança fosse dele, iria motivá-lo a dar continuidade ao relacionamento que estava em crise”, explicou.

A suspeita está grávida de dois meses, de acordo com o resultado de exame feito antes de ser transferida ao presídio.

Sumiço do bebê

Por volta de 23h de terça, 8 de setembro, no Hospital Municipal, Osane Fonseca Silva, de 22 anos, moradora da comunidade Vila Nova do Uruari, na região do Lago Grande, zona rural de Santarém, dava a luz ao terceiro filho. Na manhã seguinte, por volta das 8h, quando a acompanhante dela se ausentou, uma mulher se aproximou e ganhou a confiança dela. “Estava com dor de cabeça e nas costas. Ela perguntou: ‘não quer que eu troque (a roupa) do teu bebê?’. Eu disse: ‘troca para mim’. Mas eu não pensei que ela fosse fazer mal para mim”, afirmou.

No momento em que saiu para ir ao banheiro, a suspeita entrou no quarto e o bebê sumiu. Osane saiu procurando pelos corredores e quartos do hospital, mas não encontrou a criança.

Investigações

Logo após ser comunicada, a direção do hospital acionou a Polícia Civil e cedeu imagens das 16 câmeras de segurança da unidade. Foram ainda disponibilizados à polícia os prontuários das pacientes que deram entrada alegando gravidez. 

Nas imagens, foi apontada como suspeita uma mulher morena de cabelos ondulados. A polícia ouviu funcionários e pessoas que havia tido contato com ela e descobriu que era moradora do município de Belterra. Ao se deslocar até o município, não a encontraram, mas contaram com a colaboração de familiares, que indicaram a possível localização da suspeita. Foram trocadas informações também com policiais de Belterra e Mojuí dos Campos.

Ela foi encontrada com a criança ainda durante a tarde, numa residência em Santarém, no bairro Maracanã, e levada até a Seccional de Polícia Civil, de onde foi encaminhada ao presídio e vai responder por subtração de incapaz.

Continuidade das investigações

A polícia vai ouvir formalmente ainda os funcionários do hospital e o profissional responsável pelo setor de pediatria, local de onde Vitor foi levado.

Segundo o delegado, ela não tinha qualquer intenção de fazer mal à criança. “Estava com ela no colo quando chegamos. A criança estava sendo muito bem tratada. Não restam dúvidas de que ela estava bem intencionada em relação à criança. Até porque ela estava no seio familiar. Não estava isolada, escondida em algum lugar. Apresentou a criança como seu filho fosse. Ela pretendia criar aquela criança”, afirmou.

Segundo ele, informações de que a suspeita teria doenças mentais não foram confirmadas. “Somente um especialista vai poder atestar isso. Mas, até o presente momento, não foi apresentado nenhum tipo de parecer médico informando que ela tenha qualquer distúrbio mental. Na verdade, ela agiu de maneira ardilosa e premeditada”, afirmou.

O delegado descartou a participação de funcionários do hospital no crime.

JK com informações do G1

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