sábado, 20 de agosto de 2011

ADVOGADO AMEAÇADO POR FUNCIONÁRIO DE JARBAS VASCONCELOS

O advogado Ismael Moraes, um dos conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará, interrompeu o que tinha tudo para ser um agradável final de noite de sexta-feira, ao lado da mulher e do filho, para registrar uma ocorrência policial.

No final da noite de ontem, Ismael teve que se dirigir à Seccional de São Brás para registrar uma ameaça que poucos momentos antes recebera de três homens, o principal deles identificado pelo próprio Ismael como Wesley Loureiro Amaral.

Na polícia, Ismael Moraes contou que, por volta das 21h45 se encontrava, ao lado da mulher e do filho, aguardando que lhe trouxessem o jantar no restaurante Rei do Espeto, aquele ali na Conselheiro, quase chegando à Generalíssimo.

O advogado conta que, em dado momento, percebeu que um cidadão passou a dirigir ofensas em altos brados e a gesticular muito em direção à mesa onde ele, Ismael, se encontrava. O ofensor, segundo o relato feito na polícia, estava acompanhado de “mais dois homens fortes com aparência de lutadores e uma mulher”. E foi um dos acompanhantes do ofensor que partiu em direção ao advogado, sendo contido pelos próprios garçons.

Ismael Moraes disse que Wesley trabalha no escritório de Jarbas Vasconcelos, presidente da OAB-PA. E informou que reconheceu Wesley porque em outra ocasião, em uma reunião do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil, o acusado sentou-se numa cadeia bem atrás dele, Ismael.
 Por telefone, Ismael Moraes disse ao blog que a ocorrência policial foi apenas a primeira providência que vai tomar, com vistas a reparar as ameaças e os constrangimentos que foram impostos a ele e sua família em local público, num incidente testemunhado por várias pessoas, inclusive garçons do restaurante.


Venda de imóvel

Nas últimas semanas, desde que estourou o caso envolvendo a venda de um imóvel da OAB para o advogado Robério D’Oliveira, Ismael Moraes passou a se posicionar contrariamente aos procedimentos que resultaram na alienação do bem, chegando mesmo a formalizar um pedido para que o negócio fosse desfeito e os R$ 301 mil desembolsados por Robério ficassem bloqueados.

Em artigo que escreveu para este blog, intitulado Combati o bom combate, Ismael explica seu posicionamento na reunião da última terça-feira, em que o negócio foi tornado nulo, e externa a expectativa de que o Conselho Federal, após a sindicância que instaurou e que está com relatório conclusivo pronto, saberá adotar as providências cabíveis. Mas avisa, ao final do artigo: “Caso sejam necessárias, tomaremos outras medidas para obter o que julgarmos lícito, decente, honesto e devido. Infelizmente, o caso não está encerrado.”

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Advogado agredido cobra ação enérgica do presidente da OAB

O advogado Ismael Moraes remeteu no início da madrugada desta sexta-feira ao presidente do Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará, Jarbas Vasconcelos, um e-mail em que relata as agressões morais e a tentativa de agressão física de que foi vítima no final da noite de ontem, num restaurante da Conselheiro Furtado, juntamente com sua mulher e seu filho (leia postagem acima).

No e-mail, cuja cópia foi remetida a todos os conselheiros da OAB, a vários outros advogados e a alguns jornalistas, inclusive o repórter aqui do Espaço Aberto, Ismael exige que Jarbas Vasconcelos ofereça demonstrações inequívocas de que desaprova a atitude de Wesley Loureiro Amaral, o advogado que trabalha no escritório do presidente da OAB e que, segundo ocorrência policial, provocou toda a confusão no restaurante, juntamente com outros dois homens.

Ismael diz que Vasconcelos passará a tê-lo como “inimigo público, declarado, figadal” se não afastar de seu escritório Wesley e aqueles que o acompanhavam no incidente no restaurante e que seriam, segundo diz Ismael, seguranças do escritório do presidente da OAB.

“Dr. Jarbas, após esta noite, se o celerado Wesley permanecer no seu escritório, passo a seu inimigo público, declarado, figadal e pode esperar de mim tudo que se espera de um inimigo. Mas assim o serei como sou com todos os outros: dentro da lei, que é minha grande arma. Mas se algo acontecer a algum filho meu, a minha mulher ou a alguém que me serve e esteja na minha companhia em momento de agressão, aí, dr. Jarbas, deixarei a lei de lado…”, diz Ismael.

Abaixo, na íntegra, a interpelação endereçada ao presidente da OAB-PA.

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Sr. Dr. Jarbas Vasconcelos,

Há algumas horas, estando na companhia de minha esposa e de um filho adolescente em um restaurante ao ar livre, fui provocado por meio de agressões verbais proferidas pelo sujeito cujo nome depois vim a saber ser WESLEY LOUREIRO AMARAL, acompanhado de mais 2 ou 3 indivíduos que aparentam ser praticantes de luta (fortes e de aparência obtusa).

Fui surpreendido e tive que me levantar e demonstrar não estar intimidado para evitar o avanço e o progresso das agressões. Contei ainda, felizmente, com a proteção de 4 ou 5 garçons que se interpuseram entre mim e o projeto de gangsterzinho e seus asseclas – um deles se projetou em minha direção fazendo-se de bêbado, mas logo deparou com um funcionário corpulento do restaurante, que o deteve (o garçon sr. Ivanildo Gomes).

Em razão de o ensejo constituir momento de recesso familiar, o fato causou-me grande dano emocional. Também, me vi vulnerável em razão da companhia daqueles a quem tenho o dever de proteção – minha mulher e meu filho.

Após descrever o mentor das agressões covardes, que lembrei ter estado nas últimas sessões do Conselho Seccional da OAB/PA – e aliás se postado atrás de mim durante todas as 5 horas da sessão do dia 16 – a conselheira Dra. Ana Kelly identificou-o como sendo o indigitado acima. Na Delegacia de Polícia, a autoridade adentrou no site da OAB e, pela fotografia, confirmei tratar-se de fato dessa pessoa, QUE É ADVOGADO DO SEU ESCRITÓRIO. Por informações obtidas posteriormente, os ajudantes do aspirante a bandido seriam “seguranças” empregados em seu escritório de advocacia, pois, segundo soube, os capangas vestiam uniforme azul, com a logomarca do seu estabelecimento profissional – circunstância ainda mais verossímil pelo fato de ser o restaurante próximo.

Iniciei e levarei os procedimentos policiais, administrativos e cíveis até as últimas consequencias.

Caso Vossa Senhoria não tome medidas inequívocas demonstrando desaprovar o atentado (demissão do “advogado” e dos outros criminosos que o acompanhavam) terei esse fato como extensão volitiva de Vossa pessoa e passarei a tratar-vos como MEU INIMIGO PESSOAL. Isso implicará, saiba Vossa Senhoria, que não apenas continuarei exercendo minhas obrigações como conselheiro estadual da OAB: passarei a cobrar, pugnar, exigir e verberar junto à autoridade policial federal que preside o IPL que apura a fraude pela qual se quis subtrair o bem da OAB, diariamente, incansavelmente. Usarei todas as minhas forças para, dentro da lei, responsabilizar Vossa Senhoria por tudo aquilo que possa ser possível fazê-lo.

Não tenho e nem tive medo de bandidos; caso tivesse, iria criar galinhas em meu sítio. Exerço advocacia arrostando gente perigosa há muitos anos. Não será agora que retrocederei.

Até hoje tenho lutado por minhas convicções, sem tentar ofendê-lo. Nunca o tratei como meu inimigo; e apesar de nunca termos sido amigos, antes dos eventos dos últimos 49 dias, fui leal, sincero e companheiro naquilo que podia, dizendo-lhe, sempre, cara a cara, tudo o que pensava.

Até esta noite (juro por Deus!), nunca senti raiva de Vossa Senhoria, e nem nunca vos desejei o mal. Busquei Justiça – esse é o meu jeito, e por isso tenho muito poucos amigos.

Mas, Dr. Jarbas, após esta noite, se o celerado WESLEY permanecer no seu Escritório, passo a ser SEU INIMIGO PÚBLICO, DECLARADO, FIGADAL e pode esperar de mim tudo que se espera de um inimigo. Mas assim o serei como sou com todos os outros: DENTRO DA LEI, que é minha grande arma. Mas se algo acontecer a algum filho meu, a minha mulher ou a alguém que me serve e esteja na minha companhia em momento de agressão, aí, Dr. Jarbas, deixarei a Lei de lado…

Esse moleque rasteiro e desqualificado WESLEY, que parece saber agir fora da lei, passará pela provação de saber agir dentro dela, pois responderá processo pelo desrespeito, em todas as esferas. Sem prejuízo de ter que provar a sua coragem quando nos encontrarmos, dessa vez só eu e ele, longe de minha família, em qualquer lugar.

Dr. Jarbas, não perca de novo uma oportunidade: prove que o seu Escritório não é um antro, não acolhe criminosos, é composto de gente de bem: DEMITA o moleque WESLEY! Demonstre aquilo que o senhor é o que tem se esforçado para demonstrar: GENTE DE BEM.

Outra coisa: NUNCA, JAMAIS PEÇA QUE EU DESCULPE ou PERDOE esse canalhinha.

Passe bem!

Fonte: RG 15/O Impacto e Espaço Aberto

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