quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

VICE-PREFEITO DE RURÓPOLIS WILSON GONÇALVES É PRESO ACUSADO DE MATAR AGRICULTOR

O assassinato do agricultor João Schupert Primo, conhecido por “João da Gaita”, morto a tiros em Miritituba, município de Itaituba, pode ter sido esclarecido pela polícia que prendeu nesta sexta-feira, o vice-prefeito de Rurópolis, Wilson Gonçalves, o Perna (PT), principal acusado da execução do agricultor.

O vice-prefeito foi encaminhado direto para o presídio de Itaituba, aonde se encontra recolhido. A morte de GAITA teria sido provocada pelas denuncias de exploração de madeireira ilegal na Resex Riozinho do Anfrísio e na Floresta Nacional do Trairão, na qual o vice-prefeito tem uma grande área.

A prisão de Wilson se deu depois de uma investigação minuciosa feita pela justiça. Antes de ser executado, João da Gaita teria registrado na Delegacia de Polícia de Itaituba um boletim de ocorrência em que denunciava estar sofrendo ameaças de morte. João Schupert estava em frente à Tornearia Dois Irmãos, de sua propriedade, quando chegaram dois homens perguntando se ele teria uma peça de caminhão. A vítima entrou no depósito de peças e foi seguido pelo assassino, que efetuou um tiro na cabeça de João. Em seguida foi executado com vários tiros.

A morte de João da Gaita ganhou repercussão e fez com que o Ministério Público Federal pedisse à Polícia Federal entrasse no caso. Além de João da Gaita, mais duas pessoas que denunciara uma rota de retirada ilegal de madeira da reserva estão no programa de proteção para testemunhas.

João Chupel Primo, de 55 anos, antes de ser executado também esteve junto com outros homens, na sede do MPF em Altamira dando na época detalhes sobre a exploração madeireira na Resex e na Floresta Nacional Trairão Chupel também já teria feito denuncia para a Polícia Federal em Santarém e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração das Unidades de Conservação que estão sendo invadidas por madeireiros.

Chupel era uma liderança do Projeto de Assentamento Areia e, de acordo com sua denuncia, os madeireiros vinham usando o assentamento como porta de entrada para as matas ainda relativamente preservadas que fazem parte do Mosaico de Conservação da Terra do Meio.

A Coordenação Regional do Programa de Proteção à Vida da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), no Pará, incluiu o extrativista Raimundo Belmiro, entre os cidadãos a serem protegidos após a morte de João da Gaita.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Santarém (PA), informou que João da Gaita denunciava a grilagem de terras e extração ilegal de madeira, feitas por um consórcio criminoso. "Ele coordenava a comunidade católica de Miritituba, em Itaituba. Ele registrou vários boletins de ocorrência, sobre as ameaças que vinha sofrendo, tanto para a Polícia Civil como para a Polícia Federal", disse Gilson Rêgo, coordenador da CPT santarena.

Antes de sua morte, João da Gaita assinou um documento com uma série de denúncias sobre a grilagem de terras na região. Outro presidente de uma associação do assentamento local, que também denunciou a grilagem de terra e a extração ilegal de madeira, também está ameaçado de morte, e já foi retirado da região. Além do mandante do crime, Wilson Gonçalves também seria o comandante de uma rede de consócio que age na região para assassinar agricultores que denunciam grilagem de terra.

Além de Wilson Gonçalves outros envolvidos na morte de João da Gaita podem ser preso a qualquer momento.
 
Fonte: Blog do Xarope

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