domingo, 12 de fevereiro de 2012

PALAVRAS DE ODAIR CORRÊA: 300 MIL DEDICADOS HERÓIS GARIMPEIROS

Era 1960, quando começava a corrida do ouro do Rio Tapajós, suas bases de sustentação foram crescendo nas cidades de Itaituba e Santarém. Alí chegavam levas de pessoas oriundas dos estados brasileiros, principalmente do interior Maranhão, como de Países vizinhos.
 
Bases estabelecidas em moradias das duas cidades, famílias agasalhadas, lançavam-se rumo aos garimpos, homens e mulheres no afã da riqueza do ouro. Eram eles em torno de 300 mil, falavam à época. Pessoas que deram o sangue, suor e a vida, por vários motivos, mas na maioria por doenças, e violência, que ceifaram milhares delas.
 
O resultado de todo esse esforço, conhecemos um pouco, pois foram vários anos que passaram com a implantação da operação ouro da Amazônia, pela Caixa, em companhia da Receita e Polícia Federal, Ministério da Minas e Energia e outros. Comprava-se na região, em torno de 15 a 25 toneladas/ano, aquisição esta que fazia a sustentação econômica do País, no momento em que a inflação galopante, atingia 83% /mês. Isso acontecia nos anos 80.
 
Hoje, o reflexo de toda essa riqueza que assegurou ao País, ser o que hoje representa economicamente perante o mundo, deve também oferecer aos heróis anônimos garimpeiros, pelo menos a oportunidade de uma vida previdenciária mais digna, por tudo que puderam realizar, na forma de riquezas, o favorecimento deste Brasil.
 
Seria no mínimo, a oportunidade de atender o anseio desses homens e mulheres, que em busca de uma situação econômica melhor, sofreram os revezes que a vida lhes proporcionou e pelo esforço que fizeram na exploração do ouro, este que nunca se lhes ficou nas mãos, como resultado alvissareiro pelo sacrifício do trabalho penoso que a maioria realizou.A lei precisa reconhecê-los adequadamente, como reconheceu os “Soldados da Borracha” Pois vida de garimpo não é fácil.
 
Temos alguns amigos altruístas que reconhecem e lutam por isso e contam com nosso apoio, como o Dr. José Antunes , expert jurídico nessa área; Ivo Preto, da AMOT e Sérgio Aquino do Sindicato dos Garimpeiros, todos em Itaituba, que não têm medido esforços em Brasília especialmente, no sentido de que sejam atendidas as reivindicações dessa classe lutadora, mas sofrida, que são os garimpeiros da região.

Odair Corrêa, ex-vice-governador do Pará e atualmente é Superintendente do SRTE-PA

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