domingo, 19 de agosto de 2012

SAIRÉ: O MAIOR FESTIVAL DO PARÁ ESTÁ AMEAÇADO DE NÃO ACONTECER ESTE ANO

A festa do Sairé, uma as mais tradicionais da região Oeste do Pará, realizada no mês de setembro na Vila balneária de Alter do Chão, em Santarém, corre risco de não ter a participação dos Botos Tucuxi e Cor de Rosa, atrações principais da Festa.

O coordenador da festa tradicional turística, Marlisson Soares, esclareceu que os dirigentes dos botos Tucuxi e Cor de Rosa ameaçam não participar, pois segundo eles, falta menos de um mês para o evento, e a ajuda financeira por parte da Prefeitura e do governo do Estado, ainda não foi repassada. “Até agora a gente não tem recurso nenhum, os Botos não tem ainda nenhuma posição de repasse e esse é um problema que a gente está enfrentando hoje”, desabafou Marlisson Soares.

Outro impasse é em relação ao espaço onde é feita a tradicional disputa dos botos. Na Praça do Sairódromo ainda é possível encontrar restos de alegorias enferrujadas do ano passado. Um verdadeiro absurdo. Para que se tenha uma ideia do extremo da situação, desde o Sairé do ano passado não foi realizada nenhuma atividade ou limpeza no lugar.

Moradores reclamam que todo ano é assim, e que já foram feitas promessas de construção de um local definitivo para o evento, porém até agora só promessas. Pior é que quando chega próximo ao dia da festa do Sairé, em um instante eles montam o palco, e fazem a Festa.

Sairé 2012: O evento, que há muito integra o calendário folclórico nacional, reúne milhares de visitantes e turistas, e sempre é organizado pela Prefeitura de Santarém e comunitários de Alter do Chão. Este ano, o Sairé está previsto para ser realizado no período de 13 a 17 de setembro. O único problema é que os coordenadores dos Botos ainda não viram a cor do dinheiro, que pode estar encantado em baixo de uma pedra, no fundo do rio. Mas desta vez, tudo indica que em local onde nem os Botos estão conseguindo encontrar.

Por: Carlos Cruz

Um comentário:

  1. Juscelino, já venho há algum tempo fazendo comentários sobre a situação do turismo em Santarém, inclusive causando um certo "aperreio" em algumas pessoas ligadas à Secretaria de Turismo de Santarém.
    A situação do Sairé é tão delicada e desnecessária que acaba colocando em risco outras atividades turísticas na cidade.
    É delicada a partir do momento em que se torna vergonha para nosso povo, por se tratar de uma festa tão tradicional à beira da extinção.
    Desnecessária, quando sua importância para o turismo não é levada em consideração da forma como deveria.
    Culpar o Governo do Estado por não enviar verba chega a ser até uma piada. Claro que faz falta, mas a Prefeitura de Santarém, através de suas secretarias diretamente relacionadas ao evento, poderia ter a consideração de investir no Sairé, que pode ser uma ponte gigantesca entre nosso município e o resto do mundo.
    Santarém é uma cidade turística e, mesmo com toda essa dificuldade oferecida, o Sairé é conhecido em diversas partes do mundo. Ainda assim, muita gente de fora chega aqui para apreciar nossas belezas, mas saem daqui decepcionados com tanto descaso.
    Recentemente, recebi em minha casa alguns turistas que afirmaram que aquela seria a última vez que pisavam em Santarém. Eles não aceitavam um terminal hidroviário imundo, ruas cobertas de lixo e areia, lama fedorenta escorrendo nas principais avenidas e buracos inaceitáveis no asfalto.
    Fiquei mudo naquele momento, pois havia feito grande propaganda da cidade para eles, que acreditaram e aqui chegaram cheios de expectativas, para se decepcionar logo em seguida.
    A ignorância e falta de respeito podem servir como justificativas para a não realização do Sairé.
    O que não se pode aceitar é que a Prefeitura de Santarém mande dinheiro para patrocinar eventos fora daqui, como o de Parintins, e tenha a coragem de fechar os olhos para sua própria casa.
    Por isso, mais uma vez aproveito o espaço deste confiável blog para expressar minha opinião e alertar ao povo de Santarém para que não fique calado enquanto suas tradições são jogadas no lixo, diferente das alegorias do Sairé passado, que continuam a sujar as ruas da bela Alter do Chão...

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