Hoje é domingo!
Hoje é domingo e domingo é dia
Pra se descansar...
Descanso lendo poesia, recordando canções
Plangentes, choradas por violões e por cantores
Que enaltecem amores, os mais vividos...
O amor não tem idade nem é escravo do tempo.
Vivi intensamente amores na minha juventude,
Porque os sonhos me queimavam e não tinha
Sofrido grandes decepções.
Sentir cheiro de flores arremessava-me de súbito
Para a crista das paixões mais turbulentas,
Como ondas violentas das ressacas de um mar
Enfurecido. Até então sempre fora um vencedor,
Jamais me ajoelhei proscrito, vencido, abatido...
Era um guerreiro destemido e atrevido como Atila,
Mas, com o brando coração de tia Nastácia da ficção
De Monteiro Lobato.
Ah! Os domingos de sol na orla de Santarém!
Ah! O vinho tinto nas águas frias do Irurá!
Ah! A alegria indescritível dos passarinhos quando
As matas eram virgens!
Se quiserem, podem-me chamar de poeta do Tapajós,
Da saudade, da natureza... ou de algo similar.
Mas, ficaria entristecido se, mesmo brincando,
Alguém me confundisse com um grosseiro
Ou desalmado que não admira flores; que derruba
A mata; que polui as águas; que jamais ama ninguém
E que por ninguém nunca será amado!
Paulo Paixão, o poeta do Tapajós
Nenhum comentário:
Postar um comentário