segunda-feira, 19 de novembro de 2012

PALAVRAS DE NELSON VINENCCI: XI FECAN DO OESTE DO PARÁ EM SANTARÉM FOI PIOR QUE O FESTIVAL DO CHARUTINHO

Cantor e compositor Nelson Vinencci

Acompanhei discretamente o Décimo Primeiro Festival de Musica do Oeste do Pará (XI-FECAN), que aconteceu neste feriadão em Santarém. Participei da primeira edição do Fecan ainda em Porto Trombetas, e algumas outras edições, inclusive com premiação.

Para mim esta versão XI do Fecan, deveria se chamar Festival do Nordeste do Pará, porque a organização favoreceu os belenenses na disputa, e como são ratos de festivais levaram a melhor e humilharam nossos artistas. Que fique claro, para alguns mais festivos e menos competitivos, que Festival é uma disputa onde um jurado especializado ou não, tem a obrigação de escolher só as melhores das melhores, tanto que as canções são peneiradas desde a triagem até a final.

Mas o que percebi nesta edição, foi que houve um equivoco que começou na triagem das músicas – quero deixar claro que eu não inscrevi nenhuma canção, apesar de ter uma em parceria com Floriano Cunha, mas perdi o prazo por motivo de viagem.

A triagem trapalhona deixou de fora a nossa elite dos festivais, Nato Aguiar, Zé Maria Pinto, Wander Andrade e Zé Azevedo, enquanto de Belém foi selecionado só as cobras de festivais, Paulo Moura, Marcelo Sirotheau, Andréia Pinheiro e outros mais bobinhos. O Ivan Cardoso nem se fala, ele esteve no ultimo festival Nacional da Globo e fez bonito, tem prêmios por todo o Brasil. A Patrícia Rabelo, que ganhou como melhor intérprete, apesar de não ser de Belém, tem vencido como melhor intérprete pelo menos nos últimos cinco festivais mais importantes da Amazônia.

Não quero diminuir ninguém, principalmente nossas intérpretes e compositores, mas juro por Deus, que aquelas canções defendidas por nosso time, são canções de Festivais de Charutinho, tenho certeza que a Jana, Cristina e outros compositores, são muito melhores do que aquilo que apresentaram ali.

O problema maior é que Festival tem um corpo e um formato que não é essa coisa do sucesso cantarolado nos bares e muito menos nas rádios. A música de festival é diferenciada e ela requer músicos e compositores diferenciados. Só quem tinha chance de disputar de igual para Igual com os belenenses seriam Nato Aguiar, Zé Maria Pinto e Wander Andrade, o resto me desculpem, ainda devem participar mais e aprenderem mais sobre festivais, pois são bons, mas não em festivais.

Aliás, o Nato Aguiar, o Zé Maria e o Wander Andrade, por suas experiências, tinham que ser convidados a colocarem música no Fecan, pois são atrações de qualidade, matrizes para quem quer entrar no mundo dos festivais, só para ilustrar - tem centenas de músicos que vivem de festivais no Brasil e vivem bem.

A organização do evento foi excelente, o único erro que posso afirmar aqui sem medo, que foi erro mesmo, foi deixar de fora do Festival do Oeste, os melhores do Oeste e selecionarem os melhores de Belém para dar um baile na nossa moçada, parecendo covardia.

Se vocês querem fazer um Festival do Oeste do Pará aberto para o Brasil, é importante que de alguma maneira foquem o melhor do artista do Oeste do Pará, se não é essa a intenção, que levem a próxima edição para Belém e fiquem por lá, que a gente vai perder tempo mostrando nossas modinhas no 'Parazinho', menos ganhar alguma coisa. Pois lá em Belém, caboclo do Oeste do Pará, é boicotado de todas as maneiras em festivais, eu mesmo já participei, inclusive de um Festival Internacional em Belém, com feras e cheguei na final, mas eles nos olham como menores e não chamam jurados do Rio de Janeiro, é tudo belenense enjoado, papa-açaí ferrenho.

Falar em jurados do Rio, quero abrir aqui um parêntese para dizer que Jurados do Rio de Janeiro não são referência para Festival nenhum, hoje os cariocas estão aprendendo com os caboclos de Parintins que levam a arte e a cultura dos festivais do Boi da Amazônia e estão revolucionando as Escolas de Samba do Sudeste, tanto no Rio como em São Paulo.

A cultura urbana se esgotou, pois é igual em todos os cantos do mundo, nós da Amazônia somos hoje uma cultura de referência, somos o novo e interessante, então pra que jurados do Rio de Janeiro? 

Sei que vão contestar minhas colocações aqui, mas já participei pelo menos 15 anos de festivais, e já perdi as contas de quantos palcos já subi, mas só fui entendê-los depois de perder pelo menos uns 10 anos... infelizmente festivais funcionam assim.Os bons sempre estão entre os vencedores, e os bons muitas vezes são chatos, rigorosos com o texto, trabalham temáticas bem afinadas com a realidade, ou temas inusitados e muito criativos e o mais importante, para vencerem, soam bonito no palco.

Nelson Vinencci, cantor, compositor, empresário, blogueiro e ingresilhento

Um comentário:

  1. o cara nao inscreve nenhuma cançao com medo de concorrer com cantores da capital e ainda fala mal dos compositores santarenos .e o pior de tudo ainda diz que perdeu o prazo. essa e pra rir kkkkkkkkkkkk

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