“O crack e muito mais perigoso porque vicia no primeiro momento em que a pessoa usa. A pessoa usou a primeira vez, viciou”. Foi assim que o presidente da Comunidade Terapêutica Família Feliz, José Carlos Lima e o diretor Jefferson Viana, se referem a esta droga do mal imediato.
Em visita à redação do jornal O Impacto, José Carlos analisou o mal que o crack está fazendo, uma droga bem pior que qualquer outra conhecida entre os usuários. É que o crack vai direto para o cérebro do usuário, segundo especialistas médicos, provocando estragos mais imediatos. “O dependente do crack acorda com o vício e faz tudo para manter o vício, até roubar e se prostituir”, alertou José Carlos. Diferente de outras drogas, como maconha, cocaína, etc, que são usadas ocasionalmente, “socialmente” entre amigos do submundo, em festas e reuniões “nada amigáveis” de final de semana.
O mal do crack age em Santarém: O presidente do Centro de Tratamento aos Dependentes Químicos “Família Feliz”, José Carlos, afirma que o mal do crack há mais de cinco anos está assustando Santarém, escravizando famílias: “Não sofre apenas o dependente do crack, mas a família se torna co-dependente da situação”, exemplificando que: “A família quase sempre é vítima de extorsão, de roubo, pequenos furtos domésticos, por parte do dependente”, analisa Zé Carlos Lima.
O titular do Centro de Treinamento Químico diz que a situação dos pequenos furtos em casa alcança proporções bem maiores por conta do vício, quando os furtos passam a ser feito nas ruas, onde há prostituição e o roubo, chegam a virar ocorrência policial.
Casos: Naturalmente sem citar nomes, o diretor do Centro de Recuperação lembra de um caso de dependente de crack que mais chamou a atenção, dentre muitos: “Uma pessoa deixou a família para viver nas imediações do Mercadão 2000, graças a Deus nós conseguimos levar para o Centro de Recuperação”, conta José Carlos. “Acontece que no processo de adaptação no Centro, durante o primeiro mês, ele não suportou; por conta da abstinência, ele chorava e batia o pé, para voltar ao Mercadão”, cita. “A gente ainda tentou segurá-lo com argumentos e aconselhamentos, tentamos chamar a família, mas ele não quis esperar e fugiu”, narra o técnico de saúde, dizendo que “o processo mais angustiante para o dependente são os primeiros dez dias de internamento no Centro; na primeira semana, o desejo compulsivo de querer usar o crack é semelhante a fome; chega a hora em que a pessoa tem que almoçar, jantar ou tomar café”, diz Zé Carlos. “O dependente do crack, logo pela manhã, ao acordar, tem que fazer uso da droga; a pessoa muita das vezes tem vontade de se recuperar, mas ao mesmo tempo vem a necessidade grande de suprir a dependência dele, que é a droga (crack). Entra o paradoxo, eu quero me recuperar, mas ao mesmo tempo tenho vontade de usar”, exemplifica José Carlos Lima.
Centro de Recuperação: Funcionando há mais de duas décadas, o Centro Terapêutico Família Feliz já esteve em vários pontos da cidade e também da zona rural, sem endereço fixo, por seis anos: “Se nós tivéssemos uma estrutura maior, atenderíamos muito mais pacientes, mas infelizmente só podemos atender quinze pacientes, que é nossa capacidade hoje”, cita José Carlos. Nos dias de hoje funciona no bairro Área Verde, em Santarém, com endereço fixo. “Uma área que nos foi doada pelo parente de uma pessoa que se recuperou, onde estamos hoje, nos reestruturando, dentro de nossas possibilidades”, cita José Carlos.
Quem quiser ajudar a este trabalho de recuperação, basta entrar em contato com o Centro de Tratamento Terapêutico Família Feliz, pelos fones (93) 9131- 1576/9157-7759, que também funciona como plantão 24 horas, ou diretamente na travessa Mira Castela, número 100, próximo a escola César Ramalheiro, no bairro Área Verde, em Santarém.
Por: Carlos Cruz
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