sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

COLUNA DO RONALDO CAMPOS

Ronaldo Campos

Coluna do Ronaldo Campos

VÃO OU NÃO VÃO

Hoje a grande dúvida de milhões de brasileiros desligados de partidos que acompanharam o julgamento e condenação pelo Supremo Tribunal Federal de 25 dos 38 réus do mensalão envolvidos no maior escândalo de corrupção com dinheiro publico federal (primeiro governo Lula 2003 a 2005) da história do Brasil, destinado a compra de partidos e de políticos com mandatos para aprovarem matéria de interesse do governo no Congresso. Maioria da população continua a duvidar se os condenados vão realmente ser presos. Caso dependa do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, vão. Se o ex presidente Lula e a companheira Dilma tivessem de opinar a resposta seria não. Delúbio Soares (10 anos de prisão), tesoureiro do PT, durante anos dizia: com o tempo o mensalão vai virar piada de salão, o que não aconteceu. José Genoino (quase 7), então presidente da legenda, avalista dos empréstimos “programados” junto ao Banco Rural pelo publicitário Marcos Valério (40 anos de prisão), a pouco tempo se proclamou o mais puro dos “inocentes”. O ex da Casa Civil, deputado federal cassado José Dirceu (apenado a mais de 10) apontado a quase unanimidade pelos membros da Corte de Justiça como a cabeça pensante e chefe da quadrilha nega ter tido amplo direito de defesa, foi imolado sem provas, invenção da imprensa, o julgamento foi político.

VÃO OU NÃO VAO I

O Procurador Geral da República, maior interessado dos condenados serem levados a prisão, diz que não. Joaquim Barbosa afirma: prisão só depois dos recursos dos castigados serem julgados e dos acórdãos publicados. Enquanto isso não acontece a Central Única dos Trabalhadores “CUT”, impulsionada por Lula e Dirceu, faz atos públicos nos estados para anular as decisões do Supremo, como se na mais alta Casa de Justiça do País, os votos dos ministros fossem de mentirinha. A demora para materializar esta decisão histórica começa causar preocupação a grandes mestres do direito constitucional, interessados em manter a reputação do Supremo que em alguns momentos é acusado de decisões equivocadas, retardar e ser complacente no julgamento das ações daqueles que gozam de foro privilegiado. Agora a situação do Supremo para muitos é complicada, como diz o ditado: se correr o bicho pega se ficar o bicho come, ou seja, se os réus do mensalão forem até fim do ano “descansar na prisão” a instituição está salva, se não, é melhor fechar, tirar a venda dos olhos da Deusa da Justiça e dizer que seu reinado acabou, que vá cantar noutra freguesia. As instituições e o ordenamento jurídico da nação viraram pó. Ganha o PT, perde o Brasil. O que você prefere?

NÃO FAZEM DIFERENÇA

Na Europa o escândalo desde janeiro é na maioria dos países membros da União Européia a suspeita de empresas processadoras de alimentos estariam vendendo carne de cavalo como bovina a restaurantes “refeições” e lanchonetes para fazerem hambúrgueres e risco de ainda haver contaminação com a de burro. Verdade ou boato o certo é da Polícia e Vigilância Sanitária estarem tendo muito trabalho prendendo, invadindo frigoríficos e matadouros onde o consumo é proibido, embora noutros seja permitido. Há pouco tempo na Bolívia, boliviano foi preso por fazer sanduíches com carne de cachorro. No Brasil não é novidade relacionada a de burro, ou seja, asnos, em estados do nordeste existem dezenas de abatedouros onde milhares são abatidos diariamente para preparo de fardos de charque vendidos em todo território nacional de preferência em supermercados, armazéns de estiva e consumidos numa boa feijoada ou maniçoba ( prato da culinária paraense). No fundo cavalos e burros são todos bem vindos, não existe diferença. Se há, os consumidores não percebem.

TECNOLOGIA ZERO

Na maioria dos estados a onda de violência generalizada instalada no país fazendo vítimas, levando intranqüilidade a famílias, é creditada a líderes de organizações criminosas cumprindo penas que de dentro das penitenciárias ditam ordens através de celulares a colegas bandidos em liberdade, levados por familiares, agentes prisionais, maus policiais e advogados isentos de revistas se transformam em pombo correio da marginalidade, que mais organizados, ousados e equipados, levam de vencida as ações da Polícia todo tempo em desvantagem, mesmo quando conta com ajuda da Força Nacional de Segurança como ocorre em São Paulo e Santa Catarina. Parcela significativa da população não acredita da incompetência do Ministério da Justiça em não impedir com detectores de metais, como é usado pela Polícia Federal na vistoria de passageiros nos aeroportos, a entrada de aparelhos e das milionárias operadoras de telefonia móvel não possuírem tecnologia capaz de detectar ligações criminosas vindas do interior das casas penais, onde Fernandinhos Beiramar e Marcolas cortam vidas e ateiam fogo pelo Brasil. Até quando?

ABACAXI

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém tem afirmado ser uma das preocupações da entidade e dos comerciantes da área comercial vítimas de furto, a insegurança e falta de câmeras de vídeo (que deviam bancar e não esperar do governo) para afugentar larápios, ocasionando a preferência de alguns por locais afastados, podendo ocasionar esvaziamento. Para milhares de anônimos “daqui” e dos municípios vizinhos, diariamente transitando pelo local, principalmente dos idosos, as motivações diferem: são as mercadorias em muitas lojas estampadas nas paredes que servem de vitrine, bancadas de madeiras nas calçadas com exposição de mercadorias impedindo passagem e das mesmas em toda extensão comercial serem irregulares a cada quarteirão, com pisos escorregadios ocasionando quedas, muitas com seqüelas, afugentado compradores. Abacaxi aparentemente fácil para o Alexandre descascar, basta querer acabar com as reclamações, retirar o péssimo aspecto do lugar e solucionar um problema grave que a cada ano se aumenta.

FALTA NA DEBAIXO

Há dez anos, aposentados e pensionistas da Previdência Social “próximos a 10 milhões” recebendo acima de 1 mínimo/mês não são bem tratados pelo governo federal, com aval quase unânime de senadores e deputados de sua base política no congresso. Neste período não receberam o mesmo reajuste dado anualmente a quem percebe o mínimo, a título de correção. Seus proventos ficam abaixo da inflação, reclamam, recebem promessas, mas nunca foram agredidos verbalmente por autoridade do governo. No Japão, uma das maiores economias do planeta, a situação dos idosos é bem diferente, em janeiro o jovem Ministro das Finanças (72 anos) declarou que pacientes em estado terminal deviam se apressar a morrer para poupar gastos do governo com a saúde pública. Japoneses são conhecidos pelos excessos, o que possuem a mais na cabeça, falta na debaixo.

ACOMODADOS

Aumento do preço da farinha acima de 200% num ano na região oeste paraense continua sendo apontado ao excesso de bolsas (dinheiro) dadas mensalmente pelo governo federal às famílias produtoras antes residentes na zona rural e comunidades ribeirinhas que compraram casas, se mudando para a cidade, diminuindo a produção. O mesmo ocorre em relação ao pescado em falta e caro nos mercados de peixe, maioria das espécies vendidas a quilo acima do cobrado pela carne. Os tidos como de 1ª suplantam o do filé, e de parte dos pescadores artesanais (não piratas) estarem de férias, proporcionada pelo recebimento dos 4 meses (1 salário mínimo/mês) do Seguro Defeso somado a Bolsa Floresta. Como todos os familiares pescam e recebem o seguro, melhor deixar os peixes em paz neste período e ficarem de pernas pro ar. As eleições se aproximam “2014”, quanto mais bolsas, para alegria de comerciantes grandes e pequenos, a companheira Dilma criar, ganha votos, mas incentiva a vadiagem.

VIOLÊNCIA

As forças de segurança do país têm mostrado despreparo para combater a marginalidade e devolver segurança às famílias brasileiras, maiores vítimas dessa fraqueza oficial, principalmente no estado de São Paulo e Santa Catarina onde são mortos dezenas por dia de maneira aleatória, como ocorreu em São Paulo com uma professora de informática, assassinada quando se encontrava com duas colegas jogando baralho na calçada. Quem foi? Ninguém sabe, ninguém viu. Em Santa Catarina, na capital e no interior, a queima de ônibus, caminhões e metralhadas nos postos policiais continuam, só que agora os bandidos resolveram inovar, roubam celulares e carteiras dos passageiros. Semana passada, o ministro da Justiça deixou o conforto de Brasília indo a Florianópolis, reunindo com governador prometendo vagas em presídios de segurança máxima e ida da Força de Segurança Nacional, o que ocorreu, mas de seguro para o povo nada. No retorno do ministro a capital federal a violência aumentou, entre as 52 pessoas presas como suspeitas, 40 foram recambiadas para presídios no Rio Grande do Norte e Roraima, ficando 19 menores detidos, assistidos por Ongs e entidades defensoras dos direitos humanos, nenhuma preocupada com a família das vítimas.

GENÉRICO PODE SER FALSO

O fato do prefeito assumir uma prefeitura deixada economicamente arrasada, secretarias e veículos paralisados (sucateados), cidade tomada de lixo, débito com funcionários e fornecedores, não constitui base jurídica para ser decretado estado de emergência, permitindo gastos sem licitações. Em 2005, ao tomar posse na de Novo Progresso, Tony Afabio, sem motivo algum recorreu a emergência, cometendo desatinos com dinheiro público. Resultado: foi processado pelo Ministério Público, respondendo ação por peculato em vias de ser condenado. No Pará 19 prefeitos recorreram a esse genérico que pode ser falso. A grita dos prefeitos, mais de 500 pelo país, bem ou mal intencionados (devem ter muitos) foi tão grande que alertou o Ministério Público Federal a colocar na alça de mira essas prefeituras que a qualquer momento podem ser investigadas.

NÚMEROS NÃO BATEM

A divulgação da nota de responsabilidade do Ministro da Justiça baseada em dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal informando da “performance” da nova Lei Seca do Álcool Zero mostrando redução (18%) em comparação ao ano anterior de morte nas estradas federais nos dias prolongados do Carnaval, da alta de prisões e da apreensão de carteiras de habilitação, diminuindo o número de acidentes e feridos, não conferem com a verdade do que realmente ocorreu no país por não estar computado as vítimas das estradas estaduais, das municipais, das vias urbanas e dos hospitais, onde Santarém apresentou entre os milhares de municípios brasileiros parcela significativa na PA de Alter do Chão. Na opinião de conceituado comentarista da Rede Globo o ministro tenta tapar o sol com peneira escondendo com estatísticas disfarçadas uma grande tragédia superando em cada dia do Momo (6) a da boate Kiss, onde quase 250 jovens em janeiro perderam a vida. Será?

VANDALISMO

Belém, conhecida e famosa como a cidade onde mais chove no Brasil, de terça pra quarta feira (13) recebeu, segundo entendidos, a maior chuva dos últimos 30 anos, levando as águas todos os trabalhos feitos pelo prefeito Zenaldo Coutinho nos 42 dias de administração, como limpeza de ruas (lixos) e desentupimento de canais. Serviço hidrográfico da Marinha alertou de outras idênticas ou piores poderem ocorrer. Descontentamento da população contra fenômenos naturais, normais em período de inverno, nenhum. Em São Paulo moradores revoltados contra enchentes num bairro, 10 homens destruíram ateando fogo, 6 ônibus, prejudicando milhares de moradores que retornaram a pé pra casa. Arte de marginais orientados a incendiar o país. Se a bandidagem que age na capital tivesse a mesma mentalidade dos colegas paulistas, Belém teria sido parcialmente destruída. Ainda bem.

Ronaldo Campos

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