Yanglyer Glay Santos Mattos, o Mano Dadai (PRTB), durante assinatura do termo de posse
em dezembro de 2017
O vereador Yanglyer Glay Santos Mattos, conhecido como Mano Dadai (PRTB), foi preso na manhã desta quarta-feira (18), na Câmara Municipal de Santarém. O vereador era o primeiro suplente e assumiu a vaga em Dezembro do ano passado, após a renuncia do ex-vereador Reginaldo Campos, preso na primeira fase da Operação Perfuga.
Além de Mano Dadai, foi presa também a jovem Patrícia Pereira Gonçalves, ex-esposa do Mano Dadai, em ação conjunta do Ministério Público de Santarém com a Polícia Civil. A denúncia que requisitou a decretação de prisão preventiva e busca e apreensão nos endereços dos dois foi assinada pelos promotores de justiça Rodrigo Aquino, Ramon Furtado Santos, Maria Raimunda Tavares e Bruno Fernandes Silva Freitas.
Segundo o MP, a denúncia foi ajuizada na 1ª Vara Criminal de Santarém. O inquérito é um dos desdobramentos resultantes da delação premiada realizada no âmbito da operação Perfuga, pelo ex-vereador Reginaldo Campos e Andrew Oliveira da Silva. Apurou o cometimento de crimes de peculato e inserção de dados falsos em sistema, praticados em associação criminosa por servidores públicos entre o período de 2015 a 2016.
A operação ganhou o nome de "Placitum", que significa acordo ou convenção em latim, porque a contratação do servidor público supostamente fantasma teria nascido em um acordo político
Na entrevista coletiva na tarde de hoje no Ministério Público, os promotores e delegado disseram o seguinte:
O Ministério Público do Pará (MP-PA) por meio da Promotoria de Justiça de Santarém, oeste do estado, ofereceu denúncia ao vereador Yanglyer Glay Santos Mattos, o Mano Dadai (PRTB) e a ex-mulher dele, Patrícia Pereira Gonçalves, presos nesta quarta-feira (18) na 6ª fase da Operação Perfuga. O MP pede ainda a devolução de R$ 55 mil aos cofres públicos.
O vereador e a ex-mulher foram presos por crimes de peculato e inserção de dados falsos em sistema e associação criminosa. A denúncia contra o vereador Mano Dadai e Patrícia Gonçalves foi apresentada hoje à Justiça. Caberá agora ao juiz decidir se acata ou não.
De acordo com o delegado Kleidson Castro, durante o inquérito, testemunhas afirmaram que não houve trabalho efetivo da servidora na Câmara. A própria indiciada confessou que desde a campanha até dezembro não trabalhou um só dia na Câmara. Que havia prestado serviços ao próprio ex-vereador, o que não foi confirmado com ele.
Segundo o promotor de Justiça, Rodrigo Aquino, o vereador foi indiciado por ter contribuído para desvio de recursos públicos, pois quando era apenas um líder comunitário e presidente de um partido político negociou emprego para sua esposa à época, sem que ele nunca trabalhado na Câmara.
O cargo seria para Mano Dadai, mas como era líder político ele não queria aparecer, então pediu para lotar Patrícia, sua esposa à época. Foi beneficiado financeiramente, uma vez que Patrícia foi lotada como chefe de gabinete recebendo de salário R$ 4 mil.
"O indiciado Mano Dadai começou na corrupção e chegou à Câmara por conta da corrupção que resultou no processo de cassação de Reginaldo Campos. Não é esse o tipo de conduta que se espera de um agente público", disse o promotor Rodrigo Aquino.
O promotor destacou que cada vereador é beneficiado com uma verba de R$ 15 mil para contratar assessoria, conforme a resolução 007/201, da Câmara Municipal, o que acaba por contribuir com a negociações de cargos pelos parlamentares.
Aliança escusa
A promotora Maria Raimunda que tem designação especial para acompanhar todos os procedimentos referentes à Operação Perfuga, comentou sobre a conduta de Mano Dadai ressaltando que uma pessoa que exercia papel social junto à comunidade do Santarenzinho valeu-se para pleitear uma aliança escusa no final de 2015 com Reginaldo Campos, já pensando na campanha política de 2016.
"A gravidade do fato deve merecer a reprimenda necessária, porque o recurso público deve ser utilizado em favor da população. Nenhum agente político deve ser eleito com base na corrupção", disse Maria Raimunda.
Sobre as investigações, a promotora disse que não há escolhas políticas partidárias na Operação Perfuga. Segundo ela, as investigações estão sendo realizadas com bases sólidas e à medida que as informações surgem.
Existem procedimentos investigativos no MP e na Polícia Civil, mas os nomes não serão divulgados. A população tem colaborado com informações e o sigilo tem sido garantido, inclusive por meio de cláusula da colaboração premiada.
Mano Dadai está preso do quartel do Corpo de Bombeiros e Patrícia Gonçalves foi encaminhada para a Central de Triagem Feminina do Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura.
JK com infirmações do G1
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