Seu Antonio, sogro do Fernando, faleceu na manhã do último domingo no Hospital Municipal
Neste momento em uma nota de esclarecimento é muito fácil se pronunciar. Mas quero ressaltar e deixar claro no que aconteceu ponto por ponto.
Meu sogro deu entrada no Hospital na tarde do dia 30 de junho com quadro clínico de hemorragia gástrica, o mesmo foi submetido à transfusão sanguínea, na noite do dia 01/07 ele teve um episódio de hemorragia digestiva alta, preocupados com a situação no dia seguinte pela manhã do dia 02/07 falei com um médico amigo da família, que prontamente se dispôs a ceder seu equipamento endoscópico, haja visto que no HMS não tinha, o grupo de médicos citado na nota do HMS por amor à profissão e a vida se dispuseram a realizar-se o procedimento lá no HMS onde o paciente estava desde o dia 30/06. O procedimento foi iniciado por volta das 19h30 e logo depois o diretor técnico do HMS, Dr. Itamar Júnior e sua cúpula de anestesistas a Dra. Carla Nascimento e o Dr. Luiz Marcelo com os ânimos exaltados e enfurecidos pela atitude heróica do grupo de médicos que estavam realizando o procedimento, eu e minha esposa estávamos na sala de espera no centro cirúrgico e ouvíamos tudo, os gritos deles, que com certeza atrapalharam o procedimento, por volta das 23h00 o grupo de médicos foram nos avisar que o procedimento havia sido realizado e que o paciente estava na UTI, porém em momento algum houve a informação que o paciente havia sido entubado como descrito na nota. Tentei falar com o diretor, ele não quis me atender. Eu implorei para que ele me ouvisse e minha esposa aos prantos querendo se manifestar e ele simplesmente nos ignorou.
Na manhã seguinte as 11h00 fomos visitar e receber notícias do quadro clínico do paciente, minha esposa entrou e falou com o pai que estava bem e se recuperando e em momento algum foi citado que ele havia sido entubado.
Passado dois dias na UTI eles transferiram o paciente para a clínica médica. Soube na manhã do dia 03/07 que 2 dos médicos que ajudaram no procedimento realizado no dia 02/07 haviam sido suspensos e aí começamos a sentir o descaso por parte de todos no HMS pois ninguém prestava cuidados com o paciente pois todos estavam com medo do diretor técnico o Dr. Itamar Júnior, porque ninguém assistia o paciente? Haja visto que em nota emitida pela própria direção o paciente necessitava de cuidados específicos pois seu caso era grave. No dia 05/07 o Dr. Antônio Carlos - Cardiologista que estava de plantão na clínica médica disse que daria alta para o paciente, foi onde não entendemos nada. Logo depois o paciente teve um novo quadro de piora e teve uma hemorragia digestiva baixa, evacuou muito sangue. Como pode um paciente ficar tantos dias sem ser assistido por algum profissional médico mesmo o HMS sabendo de seu caso grave e ainda saber que será dado alta para o mesmo?
Após seu quadro de instabilidade ele foi transferido para a reanimação e as 23h28 do dia 05/07 foi solicitado uma vaga para o Hospital Regional! Foi ou não foi descaso e negligência da administração esse caso?
Na reanimação todo momento lutamos para que a transferência fosse feita, pois sabíamos que o procedimento poderia ser feito novamente e ele seguir vivo. Essa é a revolta da minha família. E não vamos parar até ver essa situação resolvida e a justiça feita.
Fernando Quaresma, genro do seu Antonio que faleceu no Hospital Municipal.
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Abaixo a Nota de Esclarecimento do Instituto Panamericando na qual Fernando Comentou:
INSTITUTO PANAMERICANO, QUE GERÊNCIA O HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM, EMITE NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A MORTE DO PACIENTE, ANTONIO OLIVEIRA DA FONSECA, 57 ANOS, OCORRIDO NA MANHÃ DE ONTEM NO HOSPITAL.
A Direção Técnica do Hospital Municipal de Santarém (HMS) vêm a público demonstrar o seu profundo pesar em relação ao falecimento do paciente A.O.F, que deu entrada na Unidade no dia 30 de junho com quadro grave de hematemese e varizes de esôfago. O caso vem sendo noticiado por blogs e redes sociais, acompanhado do relato comovente dos familiares do paciente.
O maior desafio que profissionais da saúde enfrentam no dia a dia é o esforço enorme de respeitar os ritos administrativos e burocráticos. Esforço ainda mais duro quando esses processos representam demora ao atendimento prestado. O caso do paciente A.O.F, conforme foi esclarecido aos familiares desde o primeiro momento, era de alta complexidade. Porém, o HMS é um Hospital de média complexidade e não possui a estrutura necessária para realizar todos os procedimentos que o paciente necessitava.
Para estes casos, existe no sistema público da região o Hospital Regional do Baixo Amazonas, adequado tanto para realizar os procedimentos quanto para acompanhar a evolução do caso. O HMS, através de seu setor de regulação, solicitou a vaga neste local, mas, infelizmente, não obteve qualquer resposta.
O principal procedimento que o paciente necessitava era o grampeamento das varizes esofagianas, método realizado através de endoscopia. O HMS não possui a aparelhagem necessária para a realização desse procedimento. Porém, após a conclusão dessa operação por um grupo de médicos com aparelhagem própria e que não pertencia à Unidade, é que a Direção Técnica foi informada da realização da cirurgia. Entre os médicos que a realizaram, um deles sequer faz parte do corpo de colaboradores do Hospital.
A Diretoria entende que o objetivo de todos os envolvidos era salvar a vida do paciente. Mas, é importante ressaltar que não houve a atenção aos ritos necessários e, por se tratar de um procedimento muito arriscado, a realização dele sem prévio aviso à direção colocou em risco não apenas o paciente em questão como outros que já estavam em atendimento, uma vez que o pós-operatório da cirurgia de grampeamento das varizes esofagianas deve ser imediatamente seguida pela transferência do paciente para um leito de UTI com o uso de equipamento de suporte em casos de emergência.
Para que o fluxo saudável de um Hospital se mantenha, é necessário que todos os detalhes que podem colocar os pacientes em risco sejam planejados adequadamente. A direção técnica preza pela segurança do paciente do início ao fim do atendimento. Por ter sido um procedimento realizado a revelia, não foi possível realizar esse planejamento.
Conforme o prontuário do paciente, o procedimento foi iniciado às 19h55 e foi finalizado às 22h15. Como dito, a Direção Técnica do HMS só foi informada minutos após a finalização do procedimento, na noite do dia 2 de junho. O Diretor Técnico do HMS, Dr. Itamar Júnior, imediatamente retornou à Unidade, chegando às 22h35. O quadro clínico do paciente havia rebaixado e ele foi entubado às 23h05.
Por não ter sido um procedimento planejado, não havia um leito na UTI preparado para recebê-lo. Dr. Itamar, frente à esta situação, providenciou um suporte ventilatório ao sistema respiratório, além da liberação de um leito na Unidade de Tratamento Intensivo, o que ocorreu às 23h40. A equipe de plantão também foi alertada e ficou à disposição, realizando todas as ações técnicas que o caso precisava.
Após dois dias de internação na UTI e com exames demonstrando melhorias em seu quadro clínico, o paciente recebeu alta e foi transferido para a clínica médica. O tratamento continuou. Porém, por se tratar de uma enfermidade crônica, ou seja, uma doença que persiste por uma quantidade maior de tempo, o quadro piorou depois de quatro dias de internação.
Infelizmente, o paciente não resistiu e na manhã de ontem, 8 de junho, faleceu.
Respeitando a dor e o desespero nesse momento de perda, a direção se coloca a disposição da família para qualquer dúvida que ainda possa existir.
Direção do Instituto Panamericano
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