sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A IMPORTÂNCIA DO FESTIVAL DE CINEMA DE ALTER DO CHÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO, EDUCACIONAL E TURÍSTICO PARA A REGIÃO E A AMAZÔNIA.

Mais de 30 mil pessoas prestigiaram 
os 7 dias de Festival.

Um festival deste porte e grandiosidade traz luz a um dos objetivos que consideramos da maior magnitude que é a Amazônia como potência e o grande berço de conteúdo cinematográfico para o mercado nacional e internacional do audiovisual. Esse é um dos objetivos do Festival, este foi o discurso que apresentamos aos canais de TV que convidamos e que colocamos frente a frente com o povo da Amazônia para apresentar suas histórias, assim, as rodadas de negócios foram realizadas nesse sentido e nesse olhar com grande resultado. 

O desenvolvimento socioeconômico que o festival proporcionou foi muito importante porque criaram muitas oportunidades, o investimento direto na economia local foi entorno de quinhentos mil reais onde beneficiou e criou empregos diretos a mais de 300 pessoas da Vila de Alter do Chão e Santarém que trabalharam para a realização e montagem do festival, além de mais de 1.000 (um mil) empregos indiretos que foi proporcionado e todo o desenvolvimento socioeconômico que foi estimulado com todas as pousadas, hotéis, restaurantes, mercados, barraqueiros, catraieiros, barqueiros, lojas de roupas e artesanatos totalmente cheias com sua capacidade de vendas aumentadas no período de realização do Festival de Cinema de Alter do Chão, assim, Santarém e Alter do Chão tiveram em uma época conhecida como fraca em termos de turismo e estímulo à economia local um grande boom de geração de emprego e renda. 

Na educação o festival proporcionou palestras de capacitação com mais de 45 profissionais do audiovisual, das TVs, das universidades amazônicas, nacionais e internacionais, isso trouxe mais saber e conhecimento ao povo local. As oficinas e palestras têm as participações das universidades que devem contribuir na intenção de dar respaldo acadêmico, e é muito positivo e necessário, mas elas do ponto de vista formal são excludentes à participação dos não acadêmicos, isso delimita de certa forma, pois não tem como hierarquizar dentro das formalidades acadêmicas os profissionais e artistas independentes que não fazem parte do bojo acadêmico, assim sendo, vejo neste ponto as universidades participarem dando realmente um respaldo institucional e acadêmico, mas não só as da Amazônia, mas sim de todo o Brasil e do exterior para termos uma participação bem ampla. 

O festival faz parte de um projeto futuro que é a criação de um Centro Cultural onde abrigará um Polo de Produção Audiovisual na região Oeste do Pará, estimulando não só o cinema e o audiovisual, mas também a literatura, a música, a dança, o teatro, a arqueologia, os estudos biológicos, paisagísticos, geológicos, as riquezas de saberes das tradições indígenas, ribeirinhas, quilombolas e com seus acervos históricos com crenças e lendas singulares que a Amazônia possui. A intenção do festival é estimular o protagonismo do povo local a realizar e contar suas histórias assumindo os papéis de roteirista, diretores de fotografia, produtores, técnicos em vários segmentos da produção, diretores, atores, atuando na realização da cadeia produtiva do audiovisual, mas isso requer muito trabalho, educação, dedicação, persistência, comprometimento, conhecimento e investimento onde o povo local terá que se capacitar realmente para fazer virar realidade. O primeiro passo foi dado com a participação e capacitação de 93% de pessoal local na equipe de produção para a realização do festival, esse primeiro passo é da maior importância porque coloca o povo local em contato com o meio do audiovisual que é muito singular e requer muito conhecimento nessa área por ser uma ferramenta com tecnologia de ponta e sempre aperfeiçoando os equipamentos existentes e suas matrizes de exibição. 

Não se faz um festival desse porte e dessa grandeza somente no discurso, mas sim com ações concretas, trabalho árduo, comprometimento, conhecimento, parcerias privadas, políticas públicas e institucionais concretas, a participação da comunidade e com várias mãos trabalhando. O festival teve essa magnitude por conseguir aliar todos os setores, a iniciativa privada, associações e representações sociais, o governo municipal, estadual e federal que com seus agentes demonstraram o amor que tem pelo cinema, a educação e a cultura, acima de qualquer ideologia ou partidos, mas sim, em prol da cultura, da arte e do desenvolvimento. Outro objetivo alcançado pelo festival. 

O Festival de Cinema de Alter do Chão depois dessa primeira edição e de um trabalho árduo de quase 2 anos tornou-se patrimônio da Amazônia, de Santarém, de Alter do Chão, do Pará, do Brasil e do mundo. Já obtendo um recorde nacional em sua primeira edição com os 1979 filmes inscritos de 98 países. O protagonismo é do povo de Alter do Chão e de Santarém que são os maiores beneficiários desse evento, a apropriação é deles no sentido de serem protagonistas das decisões como foram feitas para essa primeira edição, onde as associações comunitárias, os movimentos artísticos e culturais todos participaram dando sugestões e ideias, claro que temos sempre contradições e as críticas só surgem para quem faz, quem realiza, pois as poucas que surgem são de uma maneira geral egocêntricas e pessoais, mas isso faz parte de “cases de sucesso” quando ele traz muitos benefícios e oportunidades à coletividade. A apropriação já foi feita pela sociedade local desde o começo com as várias audiências públicas realizadas em Alter do Chão, Santarém, Belém e no Congresso Nacional e se concretizou na sua realização com o sucesso de público e de crítica e com a participação de toda a comunidade de Alter do Chão e Santarém. A realização e produção do festival foram feitas com profissionalismo e qualidade, assim continuará porque no próximo ano já estamos trazendo participações de festivais do exterior, onde apresentaremos os vencedores deste ano em festivais de renome internacionais. 

Os canais de TV se interessaram em comprar conteúdos dos vencedores apresentados no festival e passamos os contatos deles para os interessados, isso demonstra mais um objetivo do festival alcançado, esse passo a passo que é importante para o protagonismo verdadeiro do povo local. Com mais de 300 filmes da região amazônica inscritos no festival e desses mais de 160 filmes participando da mostra competitiva em um total de 304 filmes apresentados, isso significa uma enorme participação para essa primeira edição e com quase uma centena de países de todo o mundo, com um público de mais de 30 mil pessoas frequentando nos 7 dias. As escolas municipais e estaduais levaram centenas de crianças diariamente que algumas viram cinema pela primeira vez, isso traz uma nova perspectiva de vida a elas. Esses números demonstram a participação da região, do Brasil e do mundo no festival. Mais um objetivo alcançado. A Amazônia para o Brasil e o mundo. 

O festival atingiu seus objetivos estimulou a socioeconomia, a educação, o turismo, o cinema e a cultura local, criando emprego e renda, mesmo assim, sabemos que teremos que corrigir os erros e melhorar os acertos para a próxima edição. 

Iremos realizar oficinas e palestras já no primeiro semestre de 2020 para capacitação e desenvolvimento dos interessados e teremos muitas atividades que darão mais conhecimento e possibilidade de realização. Esse é mais um dos objetivos do festival. Faremos apresentações dos filmes vencedores e premiados no festival nas comunidades ribeirinhas com um barco e tela de projeção para levar o cinema aos que nunca tiveram oportunidade de ver. 

Gostaria de falar de muita gente que fez esse festival acontecer, que nos ajudaram e participaram na sua construção, mas não poderia deixar de dizer de um ser humano diferenciado que se empenhou totalmente, que lutou incansavelmente e que reuniu todos os esforços para a realização do festival desde a sua idealização para juntos construirmos o Festival de Cinema de Alter do Chão, Airton Faleiro, estamos neste desenvolvimento até o término dessa primeira edição e já começamos a trabalhar para a segunda edição do próximo ano e será mais um desafio a ser conquistado com a participação de todos novamente. 

O Festival de Cinema de Alter do Chão é uma realidade conquistada por todos os participantes e principalmente pela comunidade de Alter do Chão e de Santarém que são seus verdadeiros protagonistas. 





Vida longa para o Festival... Obrigado a todos e até 2020! 

Locca Faria 
Diretor do Festival de Cinema de Alter do Chão

Nenhum comentário:

Postar um comentário