quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

CANSADOS DE TANTO DESCASO POR PARTE DO GOVERNO DO ESTADO, ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA DA UEPA EM SANTARÉM, MANDAM CARTA AO GOVERNADOR HELDER BARBALHO

Manifesto dos acadêmicos em frente a UEPA

À Sua Excelência, O Governador Do Estado do Pará, 
O Senhor Helder Zahluth Barbalho. 

Excelentíssimo Senhor Governador, 

Cumprimentando-o, nós, do Centro Acadêmico de Medicina de Santarém, gostaríamos de solicitar uma resposta de Vossa Excelência perante o manifesto público que os vários acadêmicos do CAMPUS XII da Universidade do Estado do Pará promoveram no dia 22 de novembro de 2019 pelas ruas santarenas. Na intenção de não permitir que se fique dúvida alguma sobre o teor do protesto, ou quais suas reivindicações, fizemos uma nota de transparência que foi entregue no Centro Regional de Governo do Baixo Amazonas no dia 25 de novembro de 2019, às 16:50, mas que, também, estamos anexando nesta carta. 

É importante que o senhor entenda, de fato, o contexto em que temos vivido: os alunos de medicina têm passado de semestre com lacunas em suas formações. Isto é, embora no Projeto Político Pedagógico do curso conste quais assuntos deveriam ser abordados em cada disciplina de cada período, parte dos assuntos não são vistos. Ou seja, no papel o aluno é aprovado, mas na prática, sequer teve a matéria. 

Uma pergunta que Vossa Excelência pode estar se fazendo é “isto sempre foi assim?”. A reposta é não! Apesar de o problema da falta de docentes ser crônico, tornouse insuportável apenas ultimamente. Os médicos formados aqui em Santarém sempre foram marcados por enorme excelência, mas nosso desespero é que este grau de excelência, que a UEPA antes oferecia, se perdeu. Culpa, principalmente, da falta de concurso público para docentes! 

Aliado a isso, um outro transtorno assola nossa realidade: não existe um ambulatório do campus, o que torna dificultoso as aulas práticas de algumas disciplinas. Ainda, outra motivação que nos levou a formular esta reivindicação foi saber que com a construção deste ambulatório, a população santarena seria grandemente beneficiada, assim como o planejamento do internato (que está sofrendo uma reestruturação conforme demanda o novo Projeto Político Pedagógico do curso) seria, enfim, possível de ser feito adequadamente. 2 de 2 Centro Acadêmico de Medicina UEPA Santarém- camstmuepa@gmail.com 

Não obstante, senhor Governador, o campus precisa de um serviço de apoio psicológico aos acadêmicos (tem casos de discentes com adoecimento destacável); precisa de recurso para suas manutenções, precisa de materiais no laboratório; precisa de um elevador que funcione; precisa de um acervo bibliográfico renovado. 

Mas nós não estamos enviando esta carta imaginando que semana que vem todos nossos problemas terão sido resolvidos. Sabemos que na esfera pública, tudo requer tempo e perpassa por burocracias. Precisamos, contudo, de um retorno de Vossa Excelência. Estamos exigindo, Senhor Governador, uma resposta; um compromisso. 

Entretanto, é vital esclarecer de uma vez por todas: o concurso público e a progressão dos atuais docentes são questões que precisam, de maneira urgente, serem resolvidos. A estas questões somos intransigentes pois elas impossibilitam que tenhamos o mínimo de qualidade em nossas aulas. Portanto, Senhor Governador, questionamos Vossa Excelência: qual o compromisso que o senhor assume referente a estes dois pontos? 

Em tempo, gostaríamos de relembrar o que já fora explicitado na “Nota de transparência”: se até fevereiro o projeto de concurso público para docentes da UEPA não tiver sido devidamente encaminhado, nós estaremos voltando para as ruas. Os acadêmicos merecem um ensino de qualidade e o povo paraense merece boa saúde pública. 

Excelentíssimo Senhor Governador, nós temos esperança de que o senhor, agora a par de todas essas informações, irá finalmente nos dar uma resposta. Nós (povo paraense) acreditamos e elegemos o Governo Por Todo o Pará, portanto estamos exigindo que ele de fato aconteça. Que Vossa Excelência não apenas se sensibilize com esta dura conjuntura, mas aja em prol das devidas mudanças que devem acontecer. 

Permaneceremos no aguardo de uma resposta. 

Aproveitando o ensejo para renovar protestos de estima e consideração, 

Gabriel Ribas Nascimento de Melo Presidente do Centro Acadêmico de Medicina UEPA Santarém gabrielribas100@gmail.com/ (93) 99224-8000 camstmuepa@gmail.com

NOTA DE TRANSPARÊNCIA SOBRE A MANIFESTAÇÃO DO 22/11 

Santarém, novembro de 2019 

O dia 22 de novembro de 2019 foi marcado, na história da Universidade do Estado do Pará, pelo dia em que os alunos do CAMPUS XII foram para as ruas e manifestaram, através de um protesto pacífico, palavras de revolta e indignação contra a negligência pela qual o CAMPUS TAPAJÓS tem sido tratado. 

Os acadêmicos de medicina, fisioterapia, enfermagem, música e educação física se uniram e, através de cartazes e muitos gritos de socorro, expuseram para toda a população Santarena que assistiu a passeata, as suas fortes e justas reivindicações. 

Primeiramente, a reivindicação principal: a falta de concurso público para docentes. É importante esclarecer que, desde agosto, membros do Centro Acadêmico de Medicina de Santarém (CAM-STM) têm se reunido com o Centro Regional de Governo do Baixo Amazonas para cobrar um pronunciamento do Governador acerca desta causa (sim, nas reuniões não foi exigido o concurso propriamente dito, mas, no mínimo, um pronunciamento acerca dele). Embora o CAM-STM tenha sido bem recebido pelo Secretário Henderson Pinto e seus assessores técnicos, não obteve sucesso no que procurava. 

Além disso, nas supracitadas reuniões, também foi comentado sobre a importância da construção de um ambulatório de multiespecialidades para os cursos de saúde do CAMPUS Tapajós da UEPA, o que caracterizou uma das principais demandas do protesto. Com este ambulatório, o processo de aprendizagem prática nos cursos de medicina, fisioterapia e enfermagem iria melhorar demasiadamente, além do óbvio benefício que este espaço traria à saúde pública de Santarém. 

Não obstante, no manifesto, os acadêmicos de música cobraram o seu devido reconhecimento e cobraram o direito de poder lecionar a disciplina de artes nas escolas públicas, tal qual podiam antigos egressos. 

Ainda, durante as manifestações, foram reivindicadas outras lutas antigas do campus XII, como: serviço de apoio psicológico aos estudantes; materiais básicos para os laboratórios; acervo bibliográfico mais atualizado; e os devidos recursos para manutenção geral da estrutura do campus.

Por fim, todos os manifestantes fizeram um juramento: permanecerão, enquanto estudantes de universidade pública, na briga pelo melhor ao crescimento universitário e à população paraense como um todo. Com isto, se comprometeram a voltar para as ruas se até janeiro, o Governador do Estado do Pará não cumprir com o que deve para que a UEPA seja, enfim, recolocada em seu posto de referência entre as Instituições de Ensino Superior de boa qualidade.

Gabriel Ribas Nascimento de Melo Presidente do Centro Acadêmico de Medicina UEPA Santarém gabrielribas100@gmail.com/ (93) 99224-8000 camstmuepa@gmail.com

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