domingo, 20 de novembro de 2016

JOVEM QUE SOFREU PRECONCEITO RACIAL PEDE QUE O MUNDO SEJA MAIS TOLERANTE. MARLENA SOARES JÁ SOFREU PRECONCEITO POR CONTA DO CABELO E COR DA PELE

Marlena Soares já sofreu preconceito por conta do cabelo e cor da pele. Negros contribuíram para a cultura e desenvolvimento do Brasil

Domingo, dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data é em homenagem ao escravo que liderou o Quilombo dos Palmares, o famoso Zumbi dos Palmares. Zumbi representava a luta dos negros contra a escravidão que sofriam no Brasil até o ano de 1888 quando foi abolida pela Lei Áurea. A técnica em meio ambiente Marlena Soares, que se reconhece como cafuza (mistura de índio com negro) viveu na pele experiências de desrespeito às pessoas negras.

A jovem Marlena Soares, 28 anos, que nasceu na comunidade do Irateua, próximo ao município de Juruti, no oeste do Pará; Conta que já sofreu na pele o peso das maldades cometidas por pessoas preconceituosas. Desde criança que a jovem lida com esse tipo de questão.

Após 128 anos do fim do período escravocrata no país, muitos negros ainda sofrem com racismo, preconceito e demais formas de discriminação referentes a cor da pele. No Brasil, segundo o Código Penal brasileiro é crime ofender a honra de um indivíduo valendo-se de elementos referentes á raça, cor, religião, etnia ou origem. Previsto na Lei n. 7.716/1989 e é chamado de Injúria Racial

“A grande interrogação da minha vida foi com certeza o meu cabelo, chegava a conversar com Deus querendo saber o porquê deu ter cabelo pixaim, sendo que todas as minhas irmãs têm cabelos lisos. Muita gente dizia que meu cabelo era feio, me chamavam de tudo na escola, sofria o bullying. Pra acabar com essa perseguição mandei alisar. Pronto, acabou com essa história de que meu cabelo era horrível agora é liso e dentro dos padrões de beleza”, relembra Marlena.

Cabelo liso ou afro, dos males esse era o menor, na escola as coisas seguiram de mal a pior. Um episódio marcou a vida de Marlena, que cursava o ensino fundamental uma escola na comunidade onde nasceu e se criou. “Meus colegas de aula, eles não queriam fazer trabalho de aula comigo, sempre sobrava. Certa vez um colega passou a mão na minha bunda, quando fui reclamar com a diretora ela simplesmente ignorou e ainda disse "olha pra tua cor". Depois disso eu sempre me questionei pq eu era a única negra da minha família, meus irmãos todos brancos. Tive raiva da minha cor, não queria ser negra e sofrer preconceito por isso”.

Para Marlena Soares, o Dia da Consciência Negra é uma maneira uma combater o racismo que mesmo no século 21 não fez com que os negros recebessem o respeito que eles merecem. E também demonstrar a importância da população negra para a cultura e desenvolvimento da nação brasileira.“A sociedade precisar acordar! Somos uma única raça, a raça humana!! Eu queria que as pessoas amassem mais, tivessem respeito pelo outro, que sejamos mais tolerantes", destaca.

Seguir em frente, lutando, aderir a causas que valorizem o negro é uma das formas de empoderamento que a jovem escolheu para barrar o racismo. “Superei tudo isso quando outras pessoas me tratam bem, independente de cor, aí eu percebi que preconceito era atitude de algumas pessoas, e que existiam pessoas diferentes, com respeito e amor", afirma.

JK com informações do G1

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