quinta-feira, 19 de maio de 2011

O poeta do Tapajós

Ecocídio
Lema da Campanha da Fraternidade 2011
“A criação Geme em Dores de parto” (Rm 8,22)

Escuta-se um eco de agonia como um
Trovão trovejando lá no horizonte...
Conte-me, anjo da morte,
O gemido vem dos mares, dos rios,
Da mata, do seio da terra, do sul ou do norte?

Daqui do espaço sideral
Faço um esforço descomunal
Para entender esses clamores,
Quais rufos de tambores
Ecoando tristemente
Do admirado planeta azul...

Tornados tornaram a massacrá-lo
Sem dó nem piedade!
Deidades! Estais surdas ou ironizais?
Aplacai a ira desses vendavais!
Tsunamis indomáveis foram mais amáveis
Que a fome e a sede...
Vede a agonia e os seus tristes ais!

As formigas comeram o seu verde
E os cupins, o âmago do seu ventre...
Vermes e bactérias saboreiam
As sobras. Tudo se decompõe e se torna
Repugnante massa pegajosa...

A formosa Terra, agora, uma
Massa pegajosa...
Ejetando vapores de calor infernal!

O profeta ficara rouco e depois
Louco de tanto bradar, chorar, gritar...
E nada, nada, surtiu efeito...
A voraz ambição humana tornou-se
Indiferente ao precipício que estava
Logo a sua frente!

Orbito numa nave aqui no espaço
E repasso esse filme filmado
No início das eras, quando tudo
Foi criado e predito...
E na tábua estava escrito:
“Tudo o que tem um começo tem um fim...”

Do Advogado Poeta e amigo Paulo Paixão

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