quarta-feira, 25 de maio de 2011

O poeta do Tapajós

A natureza emite o som do céu!

Estou sentado sobre o tronco
De uma velha árvore caída...
A mata é um mundo fantástico!
Enigmático, longe dos homens
E perto de Deus...
Há um silêncio, desde que a voz do
Vento nos galhos mais altos torne-se
Uma voz velada... aos ouvidos.
Os pássaros cantam, ora um canto
Dolente, ora vibrante...
Às vezes, um canto de saudade...
Às vezes, de contagiante alegria.
Mas, é silêncio... é paz...é vida.

As idas e as vindas das asas
A revoar meu pensamento,
Sugere o esquecimento total
Da violência e dos problemas,
Das descrenças, das tristezas,
Das incertezas, de toda cilada do mal!

Ao longe se percebe o chilrear do igarapé
Derramando-se sobre a branca areia,
O Avermelhado cascalho e os galhos secos...
Meigos peixinhos dourados e rãs inquietas
Nutrem-se e cumprem docemente seu papel,
Como as abelhas no seu doce favo de mel!

O som do silêncio... é o som do céu:
Sopro do vento, as verdes gramas ao relento...
O zumbir das abelhas, o assobio do macaco,
E o beija-flor tecendo seu sedoso ninho...
Num escaninho, escondido sob a folha
Do pé do cupuaçu ou do ingá...
O piá da coruja noturna, a ternura de humanos
Que os saiba admirar, proteger, defender...

Sim, defendê-los, e não os maltratar,
E não os maltratar...

Do Advogado, poeta e amigo Paulo Paixão

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