Respondendo a um leitor que comentara que os que fazem apologia à divisão do Pará são oportunistas, o jornalista Vicente Reis, do Carajás o Jornal, de Parauapebas, envia comentário que. por sua coerência, merece ser publicado como postagem. Acompanhe o que diz Vicente:
“ Eu agradeço sua preocupação com a minha integridade, mas o fato é que realmente os problemas citados existem em todo lugar, mas são mais pontuais aqui.
Você talvez nunca tenha precisado empurrar um ônibus (é, um ônibus, daqueles graaandes) que quebrou no meio do nada devido às péssimas condições das estradas, nem tem que pagar R$ 350,00 por ridículos 200Kb de acesso à internet (que nunca chega nem à metade e cai o tempo todo), ou mesmo trocar regularmente seus eletrodomésticos por causa do péssimo serviço de distribuição de energia.
Aqui em Parauapebas, que só tem uma estrada de acesso, justamente uma estrada estadual (PA-150), praticamente todo ano, fica pelo menos 1 mês isolada por rompimento de estrada. Aí começa a faltar tudo: gêneros alimentícios, combustível, etc.. E isso é TODO ano.
Os serviços públicos aqui só funcionam graças à intervenção dos poderes municipais. Se as Polícias trabalham é porque as prefeituras pagam para isso. O corpo de bombeiros já andou quase mendigando e funciona exclusivamente devido a boa vontade da prefeitura e dos comerciantes locais. o DETRAN daqui já teve até sua internet cortada por falta de pagamento (!) e hoje divide um modem, aquele de celular, para TODOS (!) os servidores (aliás, na maioria cedidos pela prefeitura).
Nossa região TODA conta com apenas 2% do total de servidores públicos. Isso é ou não é ausência do Estado? E mesmo que o governador resolvesse, por milagre, consertar isso, não poderia, pois a folha de pagamento já está no limite (e não é por causa daqui, claro) dos percentuais permitidos nos termos da Lei de responsabilidade fiscal. Ou seja, continuamos bancando a farra da capital, SEM o retorno em serviços mínimos devidos.
A construção do Hangar, um centro de convenções usado apenas pela elite da capital, custou mais de R$110 milhões enquanto existem cidades no interior sem uma delegacia.
Caro Marcos, eu não preciso que me iludam. O fato é que eu acho sim que se um povo quer modificar sua realidade, ele deveria ter esse direito. A maioria das pessoas contrárias à criação dos novos Estados sequer anda por aqui. Não vive nem sente na pele os problemas pelos quais o povo daqui tem que passar.
Acho que a divisão traria benefícios enormes ao Pará, que passaria a se preocupar com uma área menor, mais administrável. E praticamente com os mesmos recursos.
Nossa maior riqueza nem ao menos gera ICMS para o Pará, que é o extrativismo mineral (a Vale é isenta de ICMS).
“ Eu agradeço sua preocupação com a minha integridade, mas o fato é que realmente os problemas citados existem em todo lugar, mas são mais pontuais aqui.
Você talvez nunca tenha precisado empurrar um ônibus (é, um ônibus, daqueles graaandes) que quebrou no meio do nada devido às péssimas condições das estradas, nem tem que pagar R$ 350,00 por ridículos 200Kb de acesso à internet (que nunca chega nem à metade e cai o tempo todo), ou mesmo trocar regularmente seus eletrodomésticos por causa do péssimo serviço de distribuição de energia.
Aqui em Parauapebas, que só tem uma estrada de acesso, justamente uma estrada estadual (PA-150), praticamente todo ano, fica pelo menos 1 mês isolada por rompimento de estrada. Aí começa a faltar tudo: gêneros alimentícios, combustível, etc.. E isso é TODO ano.
Os serviços públicos aqui só funcionam graças à intervenção dos poderes municipais. Se as Polícias trabalham é porque as prefeituras pagam para isso. O corpo de bombeiros já andou quase mendigando e funciona exclusivamente devido a boa vontade da prefeitura e dos comerciantes locais. o DETRAN daqui já teve até sua internet cortada por falta de pagamento (!) e hoje divide um modem, aquele de celular, para TODOS (!) os servidores (aliás, na maioria cedidos pela prefeitura).
Nossa região TODA conta com apenas 2% do total de servidores públicos. Isso é ou não é ausência do Estado? E mesmo que o governador resolvesse, por milagre, consertar isso, não poderia, pois a folha de pagamento já está no limite (e não é por causa daqui, claro) dos percentuais permitidos nos termos da Lei de responsabilidade fiscal. Ou seja, continuamos bancando a farra da capital, SEM o retorno em serviços mínimos devidos.
A construção do Hangar, um centro de convenções usado apenas pela elite da capital, custou mais de R$110 milhões enquanto existem cidades no interior sem uma delegacia.
Caro Marcos, eu não preciso que me iludam. O fato é que eu acho sim que se um povo quer modificar sua realidade, ele deveria ter esse direito. A maioria das pessoas contrárias à criação dos novos Estados sequer anda por aqui. Não vive nem sente na pele os problemas pelos quais o povo daqui tem que passar.
Acho que a divisão traria benefícios enormes ao Pará, que passaria a se preocupar com uma área menor, mais administrável. E praticamente com os mesmos recursos.
Nossa maior riqueza nem ao menos gera ICMS para o Pará, que é o extrativismo mineral (a Vale é isenta de ICMS).
Se tem políticos oportunistas? Lógico que tem! Aqui tem, sim.. Aí não tem não?Pense mais, companheiro. Todos os que votarem ‘NÃO”, no dia seguinte, continuarão suas vidas aí no norte do Estado sem nada diferente, mas os problemas que vivemos aqui embaixo, continuarão sem solução
Fonte: Blog do Zé Dudu
A divisão do Estado do Pará não irá resolver os problemas da falta de estrutura no Sul e Sudeste do Estado, o município de Marabá é o quarto em arrecadação fiscal e nem transporte público funciona por alí. O número de pessoas no nível de pobreza é enorme por alí.
ResponderExcluirConvivo com os mesmos problemas citados pelo réporter, só que aqui em Macapá, capital do Amapá (imagina o interior), que está separado a muito tempo do Pará e passou boa parte de sua história recebendo verbas diretamente da União, aqui cada dia fica pior. A má administração aqui atingiu níveis críticos. Sou paraense e contra a divisão do Estado, pois sei que isso não resolve, pelo menos não resolveu aqui em Macapá.
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