terça-feira, 6 de dezembro de 2011

SIMÃO JATENE: DE SALVADOR A VILÃO

Ao assumir publicamente em rede nacional sua posição contrária à criação de dois novos Estados com o desmembramento do Pará, o governador tucano Simão Jatene dá um importante passo para sepultar as suas chances de reeleição. Ao sair do papel de magistrado da situação, o governador parece acreditar que o "Não" vai mesmo vencer e que ele pode faturar politicamente com isso. Ação temerária, para dizer o mínimo, quando cerca de 40% dos eleitores são favoráveis à divisão e podem desenvolver uma rejeição à Jatene por causa do seu posicionamento pelo Não.

Também está ficando claro para o eleitor que Jatene lidera pessoalmente a campanha do "Não". O principal articulador político das frentes contrárias é o deputado Zenaldo Coutinho, que era o Chefe da Casa Civil de Jatene. A agência de publicidade que faz a campanha do Não é a Griffo, que fez a campanha vitoriosa de Jatene e tem as maiores contas do governo. Aliás, tenho curiosidade em saber quem vai pagar a agência. Jatene também deu ordens para que os funcionários de confiança não se manifestassem a favor do "Sim". Em muitas repartições, chega a ser obrigatório o uso de adesivos e outros materiais da campanha do "Não e não".

À frente de um governo que até agora não disse a que veio, Jatene vem mantendo uma gestão que surpreende até mesmo os tucanos. Mandou a austeridade às favas, vem criando um nem número de secretarias supérfluas para abrigar aliados políticos de última hora e superlotou o governo com assessores para todos os gostos. Enquanto isso, o Pará continuou a ser manchete nacional por causa da morte de bebês em hospitais, estupro de menor em presídio e violência no campo. Para piorar, começaram a aparecer denúncias de irregularidades em contratos milionários do governo tucano.

Quando Ana Júlia começou o seu mandato, os tucanos paraenses gostavam de dizer que a governadora parecia um cachorro que cai do caminhão de mudanças no meio da estrada: perdida, sem saber que rumo tomar. Por ironia do destino, o capitão da nau tucana parece ter se esquecido aonde fica o leme.

Paulo Leandro Leal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário