domingo, 11 de março de 2012

RECADO DO AMIGO PAULO PAIXÃO PARA OS TAPAJOARAS TRAIDORES E COVARDES

Caros amigos do Carajás e Santarém, fico fortemente chateado com tapajoaras que dizem ou disseram que lutam ou lutaram, incondicionalmente, pela nossa tão sofrida luta pela emancipação da nossa região do Oeste do Para, no entanto, agora, pelo fato do Cantor da Parazinho, Nilson Chaves, fazer parte do famigerado Governo Jatene, o estão contratando para dar seus pseudo-shows em Santarém, Oriximiná, etc., ele que foi e é um símbolo do "Não e Não", revolucionário literalmente contra todos os nossos anseios. Para mim isto é traição, covardia e leviandade por parte desses indignos conterrâneos. Nilson Chaves, Fafá de Belém, Ney Messias, Jatene, Pedrinho Cavellero, Francinete Calderaro, são "personas non gratas" em nossa região. Criem vergonha seus puxa-sacos imbecis! Estou, realmente, muito revoltado!
 
Paulo Paixão, o poeta do Tapajós

3 comentários:

  1. MAURICIO,CLARO QUE SIM, VC VIVE LÁ PRO RAIO QUE O PARTA Ñ VIVE NOSSO SOFRIMENTO E DESCASO E VEM DAR UMA DE DE MINHOCA AMIGO, VIVA SUA VIDA ONDE VC ESTÁ DOTÁ DO TAPAJÓS CUIDAMOS NÓS.
    QUANTO VC TEIXEIRA, DICODO DO SEU PENSAMENTO EM PARTE,O QUEEU Ñ CONCORDO É QUE O ARTISTA FAÇA UMA OPÇÃO POR UMA REALIDADE QUE ELE Ñ VIVE, É O CASO DE FÁFA DE BELEM,DENTRE OUTROS,QUE VIVEM BEM FINANCEIRAMENTE, E PARTE MISERÁVEL DO NOSSO ESTADO??TOTALMENTE IGNORADA PELO PODER PÚBLICO.A´TE A CAPITAL SE VC FOR NA PERIFERIA VERÁ A PARTE PODRE DO PARÁ , SDIVISÃO SERIA BENÉFICA PARA AMBOS OS LADOS E NÓS JAMAIS DEIXARIAMOS DE SERMOS PARAENSES.

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  2. Caro Ewerton,

    me darei ao trabalho de responder seu comentário idiota e preconceituoso.

    Eu realmente não vivo no Tapajós. Vivo no Rio de Janeiro, onde optei por estudar, dado a maior oferta de instituições de maior porte e melhores condições acadêmicas e estruturais. Sintomático do problema da educação brasileira, precarizada e sujeita aos desníveis regionais oriundos dos interesses restritivos das elites econômicas das quais os governos federal, estaduais e municipais são legítimos representantes. Não fosse esse fato, meu endereço seria, sem dúvida nenhuma, a Lameira Bittencourt.

    Entretanto, apesar da distância geográfica cotidiana, constantemente sanada por visitas frequentes, optei também por direcionar minha formação acadêmica e minha produção científica, para os temas e questões objetivas que incidem sobre o Tapajós.

    Por conseguinte, e justificando tal "vocação", valeria dizer que a história da minha família e, por extensão, a minha própria história, estão entranhadas na história do Tapajós, desda chegada daquela à Santarém, Oriximiná, Óbidos, e demais localidades, a mais de um século atrás. Me sinto tapajoara e não abro mão dessa identidade em hipótese alguma, e por isso quis responder a sua desqualificação grosseira e irracional bem como ao discurso simplista que foi e continua sendo feito em relação a divisão do Pará.

    Tive e continuo tendo o prazer de, frequentemente, continuar conhecendo TODA a região, com meus próprios olhos, de me envolver nos assuntos políticos e nos trabalhos de base, como atesta a minha aproximação e colaboração com militantes do movimento estudantil e demais organizações sociais.

    Vi o avanço do cultivo de monoculturas e seu impacto devastador sobre os 'sítios' tapajoaras, a destruição oriunda da grilagem e produção predatória nas margens de estrada (fatos contra os quais fiz campanha de repúdio aqui mesmo no Rio de Janeiro buscando sensibilizar o maior número de pessoas em 2006). Vi o trabalho pesado e inglório de crianças, idosos, homens e mulheres tapajoaras para produzir a riqueza que se é apropriada na cidade e no exterior pelas mãos de poucos tubarões. Vi o desprezo geral das elites pela cultura tapajoara, a destruição de canteiros arqueológicos como na época da construção do porto da Cargill. Ao mesmo tempo vi a luta dos povos do interior para preservar seus valores culturais e fui testemunha do ato de profunda solidariedade de estudantes universitários quando se somaram a esse esforço. E, acima de tudo, durante toda a minha vida, testemunhei a transformação de uma adorável região num lugar de cada vez maior barbárie e arbitrariedades, numa terra sem direitos regada a sangue e suor. E nesse processo permanente a que alguns - a maioria - ainda teima em chamar de "progresso", não serei eu quem vai compactuar com esse discurso enganoso e perverso que promete o céu na terra!

    Eu me identifico tanto com o sofrimento e descaso que não me furto a dizer que isso só vai acabar quando houver luta real pela autodeterminação do povo tapajoara e, mais do que isso, a dar minha modesta contribuição para que essa organização popular cresca de forma independente dos interesses espúrios de quem quer "patrocinar" um novo estado para sugá-lo até o fim e depois largá-lo sem reverter a situação de abandono que nós conhecemos e muitos de nós finge se preocupar.

    Portanto, caro "minhoca" "sofrido", dobre a língua para falar de mim, baixe essa tua bola!

    Mauricio

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