Daniela Nogueira Oliveira (foto: reprodução Facebook)
Se ficar comprovado que Alex Alcântara Machado foi o autor dos disparos que mataram a secretária Daniela Nogueira Oliveira, baleada na noite da última terça-feira (08/01) durante tentativa de assalto na Zona Sul de São Paulo - SP, a justiça paulista, por omissão voluntária e negligência, imperícia, imprudência ou qualquer outro adjetivo que se queira utilizar, terá sobre seus ombros parte da responsabilidade no bárbaro crime que esfacelou uma família, deixando órfã a pequena Gabriela, nascida de uma intervenção cirúrgica enquanto sua mãe ainda vivia.
Condenado, em março de 2011, a um ano e nove meses de prisão em regime semiaberto por tentativa de roubo, Alex fugiu do presídio de Guarulhos, em setembro de 2011. Mesmo assim, em 24 de novembro do mesmo ano, a justiça a ele concedeu o direito à liberdade condicional, em frontal desobediência ao disposto nos incisos I e III, do artigo 83, do Código Penal, já que o criminoso não chegou a cumprir mais de um terço da pena que lhe foi imposta e nem comprovou seu bom comportamento durante a execução da pena, obviamente em razão da fuga.
Alex Alcântara Machado (foto: reprodução)
Se isso não bastasse, depois da fuga Alex foi preso duas vezes pela Polícia Militar. A primeira prisão aconteceu no dia 28 de novembro último, durante uma abordagem de rotina. Levado à Delegacia do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, o jovem acabou liberado, mesmo que de sua ficha criminal ainda constasse ser ele um foragido da justiça. Outro registro policial dá conta de que Alex, 29 dias antes da morte de Daniela, foi detido por dirigir uma moto irregular, sem capacete e sem habilitação. Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo - SSP-SP confirmou as prisões, esclarecendo que nas duas ocasiões o bandido foi liberado por ordem judicial. Ainda segundo o comunicado daquele órgão, os policiais consultaram a 12ª Vara Criminal, por onde deve tramitar o processo contra Alex, que informou não haver nenhum mandado de prisão contra ele.
Se a lei brasileira fosse mais dura com os bandidos e a justiça menos incompetente, preguiçosa e omissa, a jovem Daniela, com certeza, estaria viva. O Estado até pode ser responsabilizado e ter que indenizar a família da jovem. Mas e os funcionários responsáveis pela falha nas informações? E o Magistrado incumbido da direção do processo? E o Ministério Público? Quem vai responder pelos erros cometidos? Quem vai dar explicações aos familiares de Daniela e à própria sociedade? Ou será que não temos direito a isso? Deixe um comentário.
G1
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