População lotou a sede do Poder Legislativo para acompanhar audiência que tratou sobre o serviço de energia elétrica
Impressionou a quantidade de pessoas presentes na audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (29), pela Câmara de Vereadores de Santarém, no oeste do Pará. O Palácio Tapajós ficou tomado pelo povo, que foi acompanhar de perto as explicações dos representantes da Celpa, sobre os altos valores nas contas de luz dos consumidores santarenos e, sobretudo o péssimo serviço no fornecimento de energia dos paraenses. Pessoas de todas as classes sociais do município compareceram à sede do Poder Legislativo. Lideranças comunitárias, representantes de movimentos sociais, empresários, comerciantes, profissionais liberais e autônomos. Todos consumidores insatisfeitos com a empresa concessionária de energia elétrica. A Celpa é recordista de reclamações no órgão de defesa do consumidor. E o motivo é sempre o mesmo: cobranças exorbitantes.
A doméstica Eudimara Simões é uma das centenas de pessoas que lotou a galeria da Câmara e que não escondeu sua indignação contra a empresa. Ela engrossava o coro de ‘Fora, Celpa!’, que ecoou durante quase toda a audiência pública. A consumidora exibia faturas de energia dos últimos três meses. Neste período, a conta dela saltou de R$ 270 para quase R$ 400! “Eu sou assalariada, o que eu ganho não é suficiente para sustentar a minha família. Boa parte do meu salário vai para o gasto com a energia. A gente não pode viver no escuro, né?”, disse a doméstica, que mora no bairro Esperança, com três filhos. Ela é recém-divorciada.
O comerciante Mauro Souza, do bairro Jardim Santarém, também acompanhou a audiência pública. Ele buscava entender o motivo pelo qual sua conta de luz também vem sofrendo constantes reajustes nos últimos meses. Ele teve que fechar o pequeno comércio por causa da energia. “Você trabalha apenas para pagar impostos, empregados e agora a energia elétrica. Não sobra dinheiro para ampliar o negócio, para investir em melhorias”, desabafou.
Durante a audiência pública, o vereador Henderson Pinto (MDB), que conduzia a Mesa Diretora, junto com Mano Dadai, franqueou a palavra para quem quisesse se pronunciar dentro do tempo estabelecido pelas regras da Casa. Representantes do Movimento Fora Celpa usaram a tribuna da Câmara para justificar os protestos contra a empresa. Várias pessoas se pronunciaram e as queixas eram sempre as mesmas: preço alto e péssimo serviço.
O representante da Celpa, Marcelo Fernandes, avaliou que a audiência foi muito produtiva e serviu para que empresa esclarecesse alguns pontos conflitantes.
Ele explicou que quem define o valor da tarifa de energia de todas as concessionárias do país não é a Celpa e sim a Agência Nacional de Energia Elétrica, portanto, qualquer empresa que atue no Estado terá a mesma tarifa. Muitos valores embutidos na conta de energia não ficam com a Celpa, como impostos, encargos setoriais, contribuição de iluminação pública, custos com compra e transporte de energia. Tudo isso representa cerca de 80% de tudo que o consumidor paga na conta de energia. Além disso, a taxa iluminação pública é de responsabilidade da Prefeitura e, portanto, cabe ao poder público a prestação de contas dos valores arrecadados.
Ao final, todos os vereadores assinaram um documento contendo as principais demandas apresentadas pela população durante a audiência. Este documento será encaminhado a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
JK
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