Imagem comum em muitas praças de Santarém. Divulgação/Redes Sociais
Esta cena é quase comum em algumas praças e pontos turísticos de Santarém, no oeste do Pará: redes atadas nas grades de proteção, papelão servindo de cama, assim como os bancos e as árvores. Locais usados por moradores de ruas, viciados em droga e até hippies. Espaços antes destinados ao lazer do santareno estão servindo de moradias improvisadas por essas pessoas, algumas vivendo sem nenhum cuidado com a higiene. A presença desses indivíduos têm provocado medo e insegurança em comerciantes e moradores, que cobram mais segurança e medidas sociais no sentido de retirá-los desses lugares e abriga-los em ambientes mais dignos. Além disso, a sensação de abandono é outro fator a ser destacado quando o assunto são as praças e os pontos turísticos da cidade. A maioria não recebe o devido cuidado por parte do Poder Público e vive sempre sem manutenção, às escuras, sujas ou ocupadas indevidamente.
Esta semana, viralizou nas redes sociais, a imagem de um suposto morador de rua dormindo no espaço, que serve de contemplação do Forte do Mirante, na orla de Santarém. A cena mostra uma pessoa na rede, ao lado duas garrafas plásticas com um líquido amarelado, possivelmente, segundo os frequentadores, urina. Não é de hoje que esta praça é a preferida por moradores de rua e viciados. Não existe proteção alguma para quem frequenta o local, apesar de ser um dos pontos turísticos mais visitados do município. Os próprios comerciantes já foram alvos diversas vezes de roubos. Quem anda por lá também diz que não há segurança e o medo é um dos principais motivos para que as pessoas evitem passar por lá, sobretudo à noite. “Nos fins de semana é mais movimentado e a gente arrisca andar por aqui, mas geralmente em grupo ou quando tem pessoas praticando atividades físicas, subindo a escadaria e se alongando pela praça. Mas, sozinho, ninguém se arrisca”, diz a estudante universitária Andrea Lima. A jovem sempre vai ao Forte do Mirante com o namorado. Ela nunca foi assaltada, mas reclama que é abordada por pessoas pedindo dinheiro e comida.
No Bosque da Veraz, segundo moradores do bairro do Laguinho, alguns pontos do espaço público também servem se moradia para moradores de rua. Mas é a presença de viciados e marginais que mais preocupa a comunidade. O ponto de atendimento ao turista inclusive já foi alvo de depredação. Nem a presença da PM intimida os vândalos, segundo informou um diretor da Associação de Moradores do Bairro. Ele já esqueceu o número de vezes que teve que relatar os atos dos arruaceiros à polícia. O espaço é um dos primeiros a serem visitados por turistas quando chegam à cidade, vindos de navio, pelo Porto da Companhia Docas do Pará (CDP). “Esta semana, teve um grupo de turistas que se arriscou a contemplar a vista daqui, mas foi abordado por um pessoal que estava tomando cachaça e foi pedir dinheiro. Nesse dia, não havia policiamento. Fica feio para a nossa cidade, receber pessoas de outros estados, de outros países e não oferecer a segurança que elas precisam para andar e conhecer a nossa cidade, os nossos pontos turísticos”, lamenta o comerciante Antônio Araújo.
Na área da praça do restaurante Mascotinho, principalmente bancos e gradil, a presença de moradores de rua e hippies sempre foi uma preocupação para os frequentadores do espaço. Mas a sensação por lá também é de insegurança. As pessoas reclamam bastante da importunação e assédio. “Eles mechem com as pessoas, abordam pedindo dinheiro, oferecendo bugigangas para vender e falam gracinhas para as mulheres. É uma situação que incomoda muito”, diz a dona de casa Laura Marinho, que apesar de se queixar do incomodo sempre leva os filhos para um passeio no domingo à tarde. “É um ponto ótimo para o lazer, principalmente para quem não pode levar as crianças para um shopping, por exemplo. Mas a Prefeitura deveria providenciar mais segurança”, dispara.
Fato é que independente da condição de cada indivíduo que ocupe as praças e os pontos turísticos da cidade de forma indevida, é que a sujeira causada por eles, torna esses ambientes mais feios e dá a sensação de abandono. Santarém é um polo turístico. Diariamente, a cidade recebe milhares de pessoas vindas de várias partes do Brasil e até de fora do país.
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