O atendimento escolar dentro do hospital acontece por conta da impossibilidade de o estudante ir à escola durante o período de internação.
Pensar o ser humano em todos os seus aspectos é o que tem feito o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), unidade do Governo do Estado do Pará, ser considerado um dos dez melhores hospitais públicos do Brasil. E, neste ano, como forma de ampliar o acesso à educação, foi inaugurada a Classe Hospitalar. A iniciativa tem o objetivo de amparar todos os estudantes que ficam internados no hospital, para que não tenham prejuízo educacional. Em alguns casos, os alunos perdem o ano letivo por conta do longo tratamento.
Nesta semana, assim como toda a rede estadual de ensino, os estudantes internados no HRBA voltaram às aulas. A Classe Hospitalar foi inaugurada em março de 2019 e funciona mediante parceria da Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, gestora da unidade, com o Governo do Estado. “Além de ser um hospital de assistência, o HRBA é certificado como Hospital de Ensino. Já era um sonho nosso poder proporcionar aos pacientes a vida escolar, que é um direito garantido na Constituição Federal”, afirma a coordenadora de Ensino e Pesquisa do HRBA, Claudiléia Galvão.
Funcionamento da Classe Hospitalar
O atendimento escolar dentro do hospital acontece por conta da impossibilidade de o estudante ir à escola durante o período de internação. Por isso existe a parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc-PA) para que os professores ministrem os conteúdos no próprio hospital. Todos os pacientes internados, que estejam matriculados em uma escola regular, têm direito ao acompanhamento escolar.
No HRBA, as aulas ocorrem de segunda a sexta-feira. Dois professores foram lotados pela Seduc. Os conteúdos ministrados fazem parte de uma grade curricular pautada pelo Governo do Estado. Os alunos recebem as atividades propostas, que correspondem à série cursada.
Carlos Lages é professor há 23 anos, mas nunca havia dado aula em um hospital. “Já trabalho com educação especial há um bom tempo e fomos convidados a trabalhar aqui. Tive um impacto positivo, quando recebi o convite e, desde março, passamos a conhecer as rotinas do hospital, realizar o planejamento e nos preparar para esse desafio. Estou muito animado”, conta.
Importância para o tratamento
“É pensar o ser humano em todas as suas necessidades. Muitas vezes a criança fica longe da escola, longe da sua família e perde parte do período escolar. Com a Classe Hospitalar, a criança tem o seguimento normal. Quando voltar à sua rotina, ela voltará à escola sem prejuízos pelo tempo internada”, explica o diretor Hospitalar Hebert Moreschi.
Por parte dos pacientes e das famílias, há muita expectativa. “É muito bom, ele sente falta da sala de aula, e aqui vai poder se distrair um pouco”, diz a avó Elzilene Vasconcelos, falando sobre a experiência do neto de 8 anos.
Fora da Região Metropolitana de Belém, apenas o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, possui uma classe hospitalar, inaugurada este ano. No entanto, desde 2014 o hospital mantém o programa “Escolarização Hospitalar” que garante assistência educacional aos pacientes que moram na unidade.
Joab Barbosa Ferreira, Ascom/HRBA
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