quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NEGOCIADORES SÃO FEITOS REFÉNS NO INCRA DE ALTAMIRA

Cerca de três mil agricultores mantinham retidos dentro do prédio Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Altamira, até por volta das 21h30, Joannes Eck, representante da Casa Civil da Presidência da República, Paulo Guilherme, do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Carneiro, superintendente do Incra em Santarém, além dos deputados estaduais Airton Faleiro e Valdir Ganzer. Os manifestantes ameaçam só desocupar o prédio e liberar os reféns quando desembarcarem em Altamira autoridades com poder de decisão sobre as reivindicações da categoria.
A Secretaria-Geral da Presidência da República, por intermédio do próprio ministro Gilberto Carvalho, já fez o primeiro contato com a equipe de negociação. Carvalho sinaliza a possibilidade de uma reunião interministerial em Brasília na próxima semana, composta pelos ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e do Meio Ambiente, do presidente nacional do Incra, Celso Lacerda, e demais ministérios que contemplem a pauta.



João Batista Uchoa, uma das lideranças do movimento, que também está no prédio do Incra, disse que a proposta está sendo analisada pela coordenação e será submetida em assembleia aos acampados. Mas a previsão é que o impasse permaneça pelo menos até na manhã desta quinta feira.

Os representantes do governo federal desembarcaram por volta das 9h da manhã de ontem em Altamira para a primeira mesa de negociação, que tratou exclusivamente do Programa Luz para Todos. Apesar das garantias estabelecidas de que o programa na região será retomado ainda esse ano, e que ao longo de 18 meses, cerca de 20 mil famílias serão contempladas com energia elétrica em 10 municípios na área de influência da hidrelétrica de Belo Monte, os agricultores consideraram que as negociações não avançaram.

O protesto dos agricultores começou na segunda-feira, com o fechamento da rodovia BR-230, a Transamazônica. A estrada ficou fechada por mais de 30 horas no sentido Altamira – Marabá e Altamira - Vitória do Xingu, paralisando as obras de construção da hidrelétrica. Com informações de Yolanda Lopes. (Diário do Pará)

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