Cerca de três mil agricultores mantinham
retidos dentro do prédio Instituto de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) de Altamira, até por volta das 21h30, Joannes Eck, representante
da Casa Civil da Presidência da República, Paulo Guilherme, do
Ministério do Meio Ambiente, Francisco Carneiro, superintendente do
Incra em Santarém, além dos deputados estaduais Airton Faleiro e Valdir
Ganzer. Os manifestantes ameaçam só desocupar o prédio e liberar os
reféns quando desembarcarem em Altamira autoridades com poder de decisão
sobre as reivindicações da categoria.
A Secretaria-Geral da Presidência da
República, por intermédio do próprio ministro Gilberto Carvalho, já fez o
primeiro contato com a equipe de negociação. Carvalho sinaliza a
possibilidade de uma reunião interministerial em Brasília na próxima
semana, composta pelos ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso
Florence, e do Meio Ambiente, do presidente nacional do Incra, Celso
Lacerda, e demais ministérios que contemplem a pauta.
João Batista Uchoa, uma das lideranças
do movimento, que também está no prédio do Incra, disse que a proposta
está sendo analisada pela coordenação e será submetida em assembleia aos
acampados. Mas a previsão é que o impasse permaneça pelo menos até na
manhã desta quinta feira.
Os representantes do governo federal
desembarcaram por volta das 9h da manhã de ontem em Altamira para a
primeira mesa de negociação, que tratou exclusivamente do Programa Luz
para Todos. Apesar das garantias estabelecidas de que o programa na
região será retomado ainda esse ano, e que ao longo de 18 meses, cerca
de 20 mil famílias serão contempladas com energia elétrica em 10
municípios na área de influência da hidrelétrica de Belo Monte, os
agricultores consideraram que as negociações não avançaram.
O protesto dos agricultores começou na
segunda-feira, com o fechamento da rodovia BR-230, a Transamazônica. A
estrada ficou fechada por mais de 30 horas no sentido Altamira – Marabá e
Altamira - Vitória do Xingu, paralisando as obras de construção da
hidrelétrica. Com informações de Yolanda Lopes. (Diário do Pará)
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