Com certeza, o Pará nunca mais será o mesmo. Seja qual for o resultado o Pará vai estar dividido. Melhor será se a divisão decorrer do “SIM”, pelo menos cada porção seguirá seu rumo, terá a chance de fazer sua história. Nas quais os governantes possam tomar decisões mais sintonizadas com as pessoas que se encontram mais próximas.
Se o resultado for o “não”, aumentará o sentimento de superioridade que muitos belenenses demonstram ter com relação ao povo do interior, “mocorongos” como eles costumam identificar aos demais. Ficará mais nítido o comportamento de colonizador que foi incorporado por essa parte da população que vê o “interiorano” com desprezo, preconceito e desdém. Por essas e outras questões, o Pará não será mais o mesmo. De minha parte, espero que o Pará fique ainda melhor, com seus governantes podendo dar a assistência que sua população merece e necessita, na medida em que fiquem mais próximos a ela, da mesma forma que espero possa acontecer o mesmo com o Estado de Tapajós e Carajás.
Prefiro otimisticamente me inspirar nos fartos exemplos exitosos que a história nos apresenta, tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo. Grandeza não é sinônimo de tamanho. Há grandes pessoas com medidas modestas, há grandes países e até grandes municípios, bem menores que o Pará. Não justifica o receio de que a divisão enfraqueça, diminua. Pelo contrário, a divisão propicia crescimento.
A divisão das células tornou possível a cada um de nós ser o que somos. A divisão é o símbolo da solidariedade. O seu contrário denota egoísmo. Pelas razões expostas, reafirmo, o Pará não será mais o mesmo após o 11 de Dezembro, assim como o mundo não foi mais o mesmo após o 11 de Setembro. Mas, ao contrário daquela data, que gerou destruição e morte, agora há uma nova possibilidade: esperança e nascimento.
Somente o “SIM” carrega esta possibilidade.
ANSELMO COLARES
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