"Eu digo NÃO e NÃO" o caramba;
É explícito até mesmo nas propagandas que passam na TV sobre a divisão do Pará que o NÃO na verdade NÃO tem justificativas suficientes para se sobrepor ao SIM. Em uma das propagandas é feita uma analogia babaca, comparando o Pará a um tacacá. Em outra, põem uma bandinha de melody pra simplesmente cantar "eu digo não e não", sem dizer por quê. Outra diz que temos orgulho de morar no Pará.
Nada mais justo do que ter orgulho da nossa cultura, mas eu não tenho orgulho algum da (má) infra-estrutura da minha cidade, da desvalorização da região que moro e da exploração excessiva feita principalmente na região que possivelmente será o estado do Carajás. Na mesma propaganda, é usada a vaidosa justificativa de que, se o Pará for dividido, eles vão perder lindas florestas e alter-do-chão. A divisão tem foco em PESSOAS, e não em território.
Não dá pra engolir um NÃO simplesmente pensando no tamanho do estado que vai diminuir, e dizer que a divisão do estado é feita por interesse político. Só o maior dos hipócritas não vê que o NÃO já é um interesse político escrachado. O NÃO é uma enorme prova do medo que a capital sente de dividir. Eu quero meu Pará grande o cacete.
Daí fazem uma pesquisa com 808 (risos) pessoas do estado (0,017% do eleitorado paraense) e dizem que 58% é contra a divisão. Qualquer um que tem noções simples de metodologia científica (qualquer universitário de primeiro ano, inclusive) sabe que uma pesquisa assim não transmite nem um pouco de confiabilidade, tendo em vista que é insignificante o número de pessoas entrevistadas.
O SIM transmite informações de verdade, mostra números e fatos, dá justificativas plausíveis para a divisão do estado. É comprovado que estados após a divisão desenvolvem drasticamente em vários aspectos. As propagandas do SIM dão um verdadeiro tapa na cara da oposição, não é intimidadora e é verdadeira acima de tudo.
Eu não quero continuar vivendo numa cidade que come migalhas da capital; eu não quero continuar estudando numa universidade que, por vezes, é manipulada e dependente do campus sede; eu não quero continuar vendo a miséria daqui desse lado, enquanto o lado de lá tá pensando no tamanho do território e nas praias que vai perder; eu não quero continuar vendo minha mesorregião sendo sugada por outra.
Quero viver num estado com vida própria. Eu quero meu Tapajós, pequeno ou grande não importa. Eu sou SIM e SIM.
Athos Magalhães - Via fecebook
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