...O conflito entre Republicanos x Monarquistas crescia. A guarda negra, formada por ex-escravos, excelentes capoeiristas, enfiava o pé na cara dos republicanos que bobeassem na rua. Boatos falavam da tentativa de reforçar a Guarda Nacional e diminuir o Exército. Bem que os latifundiários prefeririam fazer a coisa sozinhos. Mas com o apoio do Exército seria mais garantido. Os Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram chamados pelos civis republicanos para conspirar. Deodoro achava que se deveria esperar o falecimento de D. Pedro II. Mas o disse-me-disse de que o marechal seria preso fizeram-no mudar de idéia: saiu de casa de manhã, visitou quartéis, deixou ordens e depois voltou para casa. Botou o pijama e foi roncar. No fundo, o que ele queria mesmo era demitir o primeiro-ministro, o Visconde de Ouro Preto, seu inimigo pessoal. Mas com seu gesto, um tanto involuntariamente, ele tinha derrubado a monarquia. Era o 15 de novembro de 1889!!!
Nas ruas, a população não entendeu direito o que acontecia. A boataria rolava solta e ninguém sabia ao certo o que significou aquela "parada militar". O povo, mais uma vez, ficou de fora: assistiu "bestializado" aos acontecimentos, como disse na época o republicano Aristides Lobo. Dá para a gente perceber o quanto a República instaurada teria pouco de democrática.
Maria Suely - professora aposentada de Santarém
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