Uma noite de luar
Era uma noite enluarada...
A molecada jogava futebol na
Praia de São Marcos, lá onde
Nasceram os versos do Beto Paixão...
Pra ser mais preciso “Dança na mata”,
Uma cantata que encanta Santarém!
Pois bem, o luar naquela noite
Parecia o sol em pleno dia,
Iluminando, em tons prateados,
O quase infinito espelho das águas
Dos rios Tapajós e Amazonas...
Suas ondas, miríade de vagalumes,
Pareciam as estrelas do céu
A tremeluzir...
Cantorias, um violão e minha mão
Na tua mão ao embalo de uma canção...
“Santarém, vou além dos teus encantos...”
Sentados na areia branca sob o manto
De uma árvore cantamos, namoramos...
Degustamos do amor tudo o que nossa
Imaginação comportava... Apaixonados...
Gamados pelo fascínio que o luar
Em nós exercia... Convém muito bem lembrar:
A lua ainda era dos namorados!
Quando nos beijávamos sentia que teu
Corpo todo tremia!
E teus mamilos enrijeciam, então,
Mandamos às favas o pudor, a moral,
Os conselhos, a timidez, o isto e o aquilo...
Escondidos, tornamo-nos homem e mulher
Ainda que adolescentes...
Na minha mente sempre persiste
Aquela noite de luar!
Melhor, ainda: foi a primeira vez!
E a primeira vez, quando feita com carinho,
Paixão, uma voz e um violão ao luar... Ah!
Como é bom lembrar! Como é bom recordar!
Paulo Paixão o Poeta do Tapajós
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