AMOR ENCRAVADO: UMA LINDA POESIA DO POETA DO TAPAJÓS

Amor encravado...

Estou, por hora, voltado pra dentro de mim.Tento entender por que amo em demasia a Terra onde nasci e me criei... Santarém a filha Sublime do além... Acariciada por dois grandes rios...O Amazonas, valente, intrépido, o rio dos rios...E o Tapajós, azul-esverdeado, ladeado de praias Alvíssimas, sinuosas, alvas... maravilhosas!Muitas vezes mergulhei no Amazonas e boiei no Tapajós pra sentir as almas dos dois...O Amazonas de águas barrentas me dizia:- Jovem, um dia vás escrever poesias. Se amas, mesmo,O teu torrão, dirás ao mundo que venho de muito Longe, das geleiras do oeste, mas que fiquei feliz Quando cognominaram a minha musa Santarém De “A rainha do Amazonas”! Já o Tapajós, um pouco enciumado, mas, também, Muito emocionado, disse-me:- Jovem, serás reconhecido como “O poeta do Tapajós” Porque só nós sabemos o quanto nos queremos bem. Mas canta nos teus versos que, também, sou feliz Porque denominaram, a minha eterna namorada, Santarém, de “A Pérola do Tapajós”! O tempo vai passando no ritmo das águas que correm Para o mar... A mim parece-me que os meus rios Sempre são jovens, ondulantes, borbulhantes, Murmurantes... Amantes seculares... E eu, um Vivente viandante de cabelos já encanecidos, Porém, galã incorrigível, curtindo o meu harém: Perdido de amor pelos meus dois rios de sonhos E pela minha bela, decantada e idolatrada Santarém!


Paulo Paixão, o poeta do Tapajós