A agricultora Ana Maria Pereira, moradora da Comunidade de Mundurucú, na rodovia Santarém/Curuá-Una, procurou a 16ª Seccional da Polícia Civil no mês de dezembro do ano passado para denunciar sua vizinha, Maria da Piedade Rebelo, por tentativa de homicídio, ameaça e racismo. O que dona Ana Pereira não sabia é que esta briga terminaria com sangue de uma das rivais, no caso, custou até a vida de dona Ana Pereira, que segundo o médico Gilvandro Valente, faleceu na tarde de terça-feira, dia 29, quando recebia cuidados médicos no PSM de Santarém.
Fatos: No mês de dezembro, dona Ana Pereira procurou a Seccional de Polícia Civil para denunciar que sua vizinha tentou lhe matar com faca em punho, além de lhe ameaçar constantemente e de lhe ofender com palavras racistas, como “macaca” e “guariba”.
“Ela diz que eu e minha filha de 13 anos, temos um caso com o marido dela. Isso nunca aconteceu nem comigo e nem com milha filha. Afirmo que nunca fiz nada com esse homem e nem minha filha”, informou Ana Maria. Por conta das ameaças sofridas pela vizinha, Ana Maria registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia e levou o caso ao conhecimento do Conselho Tutelar. “Ela diz que eu sou macaca, guariba, que sou preta, urubu, além de outras formas de me ofender”, denunciou a agricultora em dezembro do ano passado.
Início do fim: Segundo Ana Maria, tudo começou quando uma professora lhe perguntou se o marido de Maria Piedade, o braçal Manoel Ivanor havia consertado a energia de sua residência, após o agricultor derrubar uma árvore em cima da rede elétrica, deixando a comunidade vários dias sem luz. Num domingo, de acordo com Ana Maria, a professora foi até a sua casa perguntar se Manoel tinha consertado a luz dela. “Aí eu disse que não, então, a professora chamou seu filho e foi lá com ele e ajeitou a luz. depois ficou conversando com o meu marido, a minha cunhada e o meu sogro”, relatou na época.
Ana Maria afirma que no momento em que Manoel estava consertando a rede de energia, ela estava na casa de sua sogra trabalhando. “Ela (Piedade) chegou ao local e disse que se Manoel não fosse para sua casa, ela lhe daria um prazo de 15 minutos para buscá-lo”, comentou Ana Maria, acrescentando que Piedade voltou ao local, onde estava Manoel. Em seguida, teria tentado lhe matar com uma faca em punho. “Ela foi lá com uma faca para me matar”, confirmou Ana Maria.
Morte – Meses se passaram até o desfecho fatal dessa história, quando na segunda-feira, Maria Piedade, segundo testemunhas, teria invadido a casa de Ana Maria. As duas se atracaram, no puxa-puxa de cabelos, arranca rabo e troca de palavrões, quando Ana Maria levou um empurrão sem dó da Piedade, caindo no chão sem sentidos. Levada para o PSM não resistiu ao baque na cabeça e veio a falecer. Agora, a Piedade se deu muito mal.
Por: Carlos Cruz
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