Após as eleições estaduais de 2010 e um pouco antes da posse do governador Simão Jatene, os senhores Lira Maia, Helenilson Pontes, Nelio Aguiar e Alexandre Von encaminharam ao governador eleito uma lista das principais e mais importantes reivindicações de obras e projetos considerados prioritários ao desenvolvimento e crescimento econômico e social das regiões Tapajós, Xingu e Baixo Amazonas.
Dentre as reivindicações, na visão dos signatários do documento e de todos que conhecem a importância da obra como fundamental para o desenvolvimento econômico da região, uma reivindicação ao governador se destacava: a pavimentação da PA-370, chamada de Trans-Uruará, também conhecida como Estrada dos Madeireiros, que nasce nas proximidades do município de Uruará e finda em Santarém, com uma extensão de aproximadamente 180 km dos quais 70 encontram-se pavimentadas.
A justificativa para o asfaltamento desta rodovia estadual, apresentada pelos senhores acima, era a de que “A conclusão do citado trecho da PA-370 e sua completa pavimentação viabilizará um novo acesso para Santarém, beneficiando os produtores da região da Transamazônica, que encontrarão em Santarém uma nova opção para o escoamento de sua produção, e a população daquela região que terá fácil acesso à ampla rede de serviços públicos (saúde, educação, etc) existente em Santarém”.
Tal argumento apresentado à época pelos políticos santarenos citados, hoje ocupando cargos de relevo na esfera pública, pois o primeiro é deputado federal, o segundo vice-governador e os dois últimos deputados estaduais, parece-me corretíssima, muito embora não se revista de todos os aspectos e elementos que esta indispensável obra comporta.
Como candidato ao governo do Estado, Simão Jatene também ouviu de importantes líderes empresariais e de outros segmentos da sociedade o quanto a pavimentação da Trans-Uruará é importante para a economia regional.
Ao longo de 2011, primeiro ano de mandato de Jatene, a Secretaria Estadual de Planejamento e Orçamento -SEPOF, cumprindo a Constituição Estadual, realizou audiências públicas para a confecção do Plano Plurianual de 2012/2015 e também ouviu do povo tapajônico que a pavimentação desta rodovia é indispensável ao incremento da produção e melhoria da qualidade de vida dos que residem ao longo da transamazônica, de Santarém e demais municípios da região.
O governador Simão Jatene, em campanha e após a sua posse, também ouviu do povo de nossa região que a pavimentação da Trans-Uruará, terá imediata repercussão na economia de Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará e Placas, visto que a produção agrícola desses municípios será mais facilmente escoada via porto de Santarém, diminuindo custos e, conseqüentemente, aumentando a produtividade do setor agrícola com importantes reflexos no conjunto da economia.
O governo do estado, é certo, não ignora que a existência de uma malha viária intermunicipal é de crucial importância para o desenvolvimento regional e estadual, tanto que no diagnóstico que fez no PPA da infra-estrutura precária e deficiente de nossa região assim se pronunciou:
“A existência de serviços de infraestrutura contribui para o crescimento setorial e social de um determinado território na medida em que eleva a produtividade das economias locais. A existência de estradas em boas condições de tráfego e o acesso aos meios de comunicação, como telefone e energia elétrica, contribui para elevar a produtividade dos setores econômicos e para a melhoria da qualidade de vida das populações. A Infraestrutura contribui, portanto, para o crescimento social”.
A pergunta a fazer em relação à Trans-Uruará é: pretende o governo Simão Jatene pavimenta-la até o final de seu mandato? A pavimentação desta importante obra está incluída na Lei orçamentária deste ano ou mesmo no Plano plurianual para execução até 2015?
Não! Simão Jatene não pretende pavimenta-la, muito embora afirme que irá investir pelo menos R$ 6,00 bilhões de reais ao longo dos quatro anos de seu mandato (até agora sequer investiu um bilhão), dos quais a nossa região tem direito pelo critério populacional a pelo menos R$ 1,1 bilhão, o governo Jatene prevê ao longo do seu mandato a pavimentação de apenas e tão somente um mísero quilômetro de rodovia estadual.
Que Simão Jatene tem dado visíveis sinais de desprezo e indiferença à nossa região, isso não cabe a menor dúvida, pois se vê que o governo do Estado até agora tem apenas inaugurado pintura de muro de escola e distribuído óculos made in China.
Agora cabe aos nossos deputados estaduais e principalmente ao vice-governador, Sr. Helenilson pontes, honrar os compromissos conosco assumidos e cobrar energicamente do Sr. Simão Jatene os investimentos que nos são de direito como, por exemplo, a pavimentação da PA-370.
Evaldo Viana, Funcionário publico federal
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