Fui estudar direito, porque durante toda a minha vida, sempre acreditei que poderia existir sim a ‘justiça plena’. Plena nos anseios da sociedade, plena na sua magnitude que emana do povo e principalmente plena, na sede de justiça dos injustiçados.
Caminhei por muitas ruas largas, me deparei com diversos atoleiros e venci muitos obstáculos, a minha vida nunca foi fácil, todos sabem que comecei vendendo rede, pois sou um brasileiro comum que acorda antes do sol raiar para enfrentar a vida.
Trilhando minhas convicções, me atirei na política e foi na política que me realizei em alguns momentos, mas também sofri horrores, difamações e injúrias, na política você nunca sabe quem são os seus inimigos, às vezes até dormem com você.
Neste mundo do dinheiro e da ostentação, o sucesso incomoda pessoas que você jamais imagina, que pelo simples fato das coisas triunfantes estarem acontecendo na sua vida, outros estão envenenando seu ambiente e armando arapucas para a tua desgraça.
Já fui preso, algemado, me humilharam e destruíram a minha família. Chorei lágrimas de fel, minha vida foi destroçada, esquartejaram o que existia de mais sagrado na minha vida, meus filhos e minha companheira... cheguei a beira da loucura...
As vezes me levantava na madrugada e o silêncio orvalhado da noite me castigava como se tivesse cometido o maior crime desta terra, e eles me queriam monstro, inescrupuloso, eles me queriam covarde e infeliz, e por vez morto.
Olhava nos rostos de meus filhos e seus olhos refletiam angustia e dor, um sofrimento descomunal que penetrava na minha alma, então questionava a Deus, por que Pai eterno? Por que padecem meus inocentes, quem está fazendo isso com eles?
Aos poucos percebi que estavam saindo de mim, me deixando, não era um abandono, mas era uma maneira de aliviar a dor da perseguição, minha filha deixou Santarém por não suportar os ataques covardes e quando ela partiu, chorei escondido e o mundo quase acabou naquele momento para mim.
Então foi que na incerteza da derrota me levantei para a vitória, quando vi que já eram tão poucos, os que me acenavam com alguma esperança, me coloquei de pé, passei água no rosto para lavar as lágrimas encardidas e acreditei que não me restava mais nada, apenas a plenitude da justiça.
Assim após sete anos no purgatório, saindo por entre pessoas, as vezes sorrindo por fora e cozinhando de infelicidade por dentro, fui inocentado pela Justiça Federal. Nesse dia acordei cedo, angustiado, minha filinha me sorriu pela manhã, sai para o trabalho e então percebi que o sol havia raiado diferente dos outros dias, e raiou.
Quando recebi a notícia da decisão da justiça em me inocentar e com a mão pesada da lei, esclarecer aos que quase me mataram que ‘nada foi provado contra minha pessoa, e que sou inocente’, confesso que já não havia mais quase nada de lágrimas e nem rancor no meu interior, apenas uma paz tomou conta de mim.
Fiquei cinco minutos olhando para o horizonte e pensei, vivi no inferno sete anos, hoje eu quero ir para minha casa e olhar para minha família como não olhava há muito tempo, quero abraçar e beijar meus filhos e alegrar minha alma ao lado do meu bem.
Me desculpem por esse desabafo, mas precisava fazer isso, pois hoje sei e compreendo melhor a dor de quem passa por uma injustiça, hoje posso dizer sem medo, que sou um homem mais experiente e quero mostrar que serei capaz de perdoar e de muitas realizaçãoes.
Tenho acordado e olhando pela minha janela e vejo as flores de casa, que antes nunca percebi que estavam ali, hoje tenho certeza, que as pessoas acreditam que sou apenas um brasileiro, um cidadão, um pai de família e não o que alguns diziam que eu era.
Quero nesse momento pedir a você que me conhece, e que sabe pelo o que passei, que me dê seu voto de confiança, estou buscando uma nova empreitada na minha vida e quero contar com o apoio de todos para um recomeço que você sabe que eu mereço.
Sou José Osmando Figueiredo, um lutador, um guerreiro e seu amigo – Muito Obrigado!
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