sábado, 10 de novembro de 2012

MENINA DE 11 ANOS ACUSA SOLDADO DO 3º BPM DE TENTAR ESTUPRÁ-LA EM ALTER DO CHÃO

Santarém - (Atualizado às 19h59 para corrigir título da matéria que dava a entender que a criança acusava o policial de estuprá-la. Na verdade ele teria tentado estuprá-la). A TV Tapajós mostrou no Jornal Tapajós segunda edição desta sexta-feira (9) o depoimento da menina de 11 anos que acusa um policial militar de tentar estuprá-la em Alter do Chão.

De acordo com a vítima, era por volta das 10 horas da manhã da última segunda-feira (5) quando ela foi aliciada pelo policial militar Fabrício Feio, que é instrutor do projeto Karatê Borari, na vila de Alter do Chão.

“A gente foi lá na casa dele, que ele queria dar a mochila para o meu irmão. Aí, ele convidou, se eu não queria tomar banho. Tava muito quente lá. Lá eu fui tomar banho que tava quente, né? Aí, quando eu dei ele tinha entrado nu lá, no banheiro. Eu queria vestir minha roupa, que ele estava me puxando pelo braço”, lembra a menina.

O irmão, que estava junto com a menina, contou que, do lado de fora da casa, ouviu toda a conversa entre o professor e a irmã dele.

“Ele trancou a porta e deu a mochila com o carrinho pra eu ir lá fora, aí eu esperei lá fora pra ele destrancar a porta”, conta o irmão da vítima.

“Eu percebi que ela chegou assustada, se escondendo atrás de mim e que tinha um negócio pra me contar, já chorando muito. Ela disse: ‘mãe, o professor tava pelado e queria me jogar na cama'”, conta a mãe da criança.

O caso foi registrado no mesmo dia, na Delegacia da Criança e do Adolescente em Santarém. De acordo com informações prestadas pela delegada responsável pelo caso, o policial militar confirmou que as duas crianças foram até a casa dele na vila de Alter do Chão. Lá, ele teria dado de presente uma mochila ao irmão da menina. Mas negou ter ficado sem roupa na frente dela ou tentado estuprá-la.

“Ele disse que entregou a mochila pro menino, colocou a mochila na criança e eles foram embora em seguida. Ele afirma que não houve a tentativa de violência”, informou a delegada da Criança e do Adolescente, Andreza Alves.

Na delegacia, a menina está recebendo atendimento psicossocial. Um laudo com prazo de 10 dias para ficar pronto deve apontar se o policial é culpado ou inocente.

“Nós ainda dependemos de um laudo sexológico, que a criança foi encaminhada pra perícia, e dependemos ainda de um relatório psicossocial final que vai, de forma concreta, dizer o que de fato aconteceu. A menina foi firme no depoimento, não contou outras versões e, por isso mesmo, o relato psicossocial dela foi levado em consideração”, afirma a delegada.

“Se eu saio ao menos aqui em frente de casa, ela vai atrás de mim com medo. De noite, ela fica assustada. Ela não dorme, só vive se assustando à noite. Aí, eu fico à noite assustada com ela”, afirma a mãe da criança.

O soldado Fabrício Feio já foi solto após um alvará concedido pelo juiz da 4ª Vara, Paulo Evangelista. “Existe aqui o termo de compromisso que, perante o juiz ele assinou. Ele sabe que existe todo um procedimento, as regras, ele não pode se aproximar da pessoa, ele não pode sair à noite. Ao sair do serviço tem que ser recolhido em casa. Se for confirmado, ele vai ser punido conforme o regulamento e vai continuar respondendo ao processo, podendo posteriormente responder até ao conselho. Quando é oficial, é o Conselho de Justificação. No caso de praça, que ele é um soldado, é o Conselho de Disciplina”, informou o comandante da Polícia Militar de Santarém, Tenente Coronel Anthenor Nascimento.

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