O evangelista João, quando se refere à ameaça de apedrejamento a uma adúltera (capítulo 8, versículo 6), relata que “Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo”.
Ocorre que esse trecho da Bíblia — como tantos outros — carece de credibilidade.
Na série de livros “Um Judeu Marginal”, o padre e historiador John P. Meier informou que nos mais antigos manuscritos do Evangelho de João não há nenhuma menção de que Jesus em alguma oportunidade tenha escrito na areia ou em outro qualquer lugar.
O Evangelho, como é consenso entre os historiadores sérios, foi reescrito algumas vezes, e o trecho sobre a adúltera teria sido introduzido na Bíblia pela Igreja no século 2º.
O jornalista de ciência Reinaldo José Lopes recorreu a Meier para validar a tese de que Jesus histórico pode ter sido analfabeto.
Há outra passagem bíblica — Evangelho de Lucas, no capítulo 4 — segundo a qual Jesus lê em uma sinagoga de Nazaré em um rolo trecho do livro do profeta Isaías. O que não se sustenta porque, diz o jornalista, em nenhum rolo de papiro de Isaías há um texto semelhante àquele que Jesus teria lido..
Além disso, o Evangelho conta que os moradores de Nazaré ficaram furiosos com a arrogância de Jesus e o ameaçaram jogá-lo no fundo de uma colina do vilarejo. Só que Nazaré não tinha colina alguma.
Outros indícios reforçam a tese de Jesus era analfabeto.
Lopes, que é cristão, argumentou que na época de Jesus 90% das pessoas sob o domínio do Império Romano no século 1º a.C. eram analfabetas. E é muito provável que Jesus, filho de família humilde, tenha feito parte dessa maioria. Ainda mais em Nazaré, que, por ser tão insignificante, só é mencionado no Novo Testamento, sem estar referenciado em um registro antigo.
A Bíblia sempre foi um livro polêmico entre estudiosos por suas inúmeras contradições. Estas que se referem a Jesus fortalecem as dissertações de historiadores de que o “filho de Deus” não passa de um mito construído pelos romanos. Ou seja, nunca existiu.
Fonte: Paulopes
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