O CINEMA E SANTARÉM: PALAVRAS DO PROFESSOR E ADVOGADO RICARDO GELLER

Aos 10 anos de idade fui assitir o meu primeiro filme em um cinema em Florianópolis. Fui só, pois morava perto ( cerca de 5 quadras de distância). Naquele tampo as crianças podiam andar sozinhas. Era uma matinê de domingo. 10h da manhã. Dia ensolarado. Quando cheguei o cinema já estava lotado e a meninada toda berrando, pulando, jogando pipoca prá cima (era uma festa só). Me assustei, sentei na última fila, o filme era do Batmam com o Coringa. Fui ficando cada vez mais nervoso com aquilo (muita novidade prá mim) e começei a chorar. Tinha uns 10 minutos de filme e eu chorando. Uma senhora que acompanhava seu filho perguntou se estava tudo bem e eu disse que queria ir embora (sem deixar de chorar). Ela me acompanhou até a saída (eu disse que estava sozinho), e falou para o porteiro do cinema que eu queria sair. Fui embora, não sem antes passar pelo caixa do cinema e pedir meu dinheiro de volta (acreditem, isso é verdade), e ele devolveu. Voltei correndo prá casa, ainda chorando de susto. Relato este fato para dizer o quanto o cinema é importante na vida das pessoas, em especial das crianças, dos jovens,...Hoje Santarém volta a ter Cinema e isso é maravilhoso. Não interessa se hj tem DVD, Blu-ray, internet, etc.. O Cinema é diferente (o clima é diferente, as risadas, os cochichos, os comentaristas, as perguntas de quem não está entendendo nada do filme, os sustos). Os LAZARENTOS já estão de plantão colocando um monte de defeitos (preço, cadeiras, filmes escolhidos, etc). Lazarento é aquele que não produz, não constrói, não ajuda. Só sabe colocar defeitos nos negócios dos outros. Uma figa com sal grosso contra eles. O cinema de Santarém do Tapajós vai dar certo. Vai ser um sucesso. Outras salas virão. Nós faremos dele um sucesso. E eu vou poder novamente sonhar com o meu passado e o filme que mais gostei de assitir até hoje - Mogly - o menino lobo. Ficou no meu coração. Como diria o BALU, "Eu uso o necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais...

Ricardo Geller, presidente da OAB de Santarém