segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

APESAR DAS VÁRIAS RECLAMAÇÕES, HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM É REFERÊNCIA PARA A REGIÃO OESTE DO PARÁ. DIARIAMENTE SÃO ATENDIDOS MAIS DE 250 PACIENTES DE SANTARÉM E REGIÃO QUE PROCURAM O HOSPITAL. VEJA OS DADOS FORNECIDOS PELA IPG, EMPRESA QUE GERÊNCIA O HOSPITAL

Os dados referentes ao período desde que a Unidade passou a ser gerida por uma OS demonstram consistência nos serviços oferecidos à população

A Urgência e Emergência do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo de Santarém (HMS) recebeu 74.654 pacientes. Os dados estatísticos se referem aos últimos 10 meses do ano passado. O número representa, em média, 7465 pacientes por mês ou cerca de 250 pacientes diariamente. A meta assistencial estabelecida é de 72 mil atendimentos no setor de Urgência e Emergência.

Por ser uma Unidade que atende de portas abertas a população santarena e ainda os municípios do baixo amazonas, não é possível determinar o número de acolhimentos de acordo com o número de leitos. Faz-se necessário adequações diárias e mensais para que todos recebam o tratamento que precisam. Uma tarefa difícil, mas que se aperfeiçoou desde o momento em que o Instituto Panamericano de Gestão (IPG) venceu o processo seletivo aberto pela prefeitura para administrar o Hospital Municipal e a UPA 24h de Santarém, em março de 2018.

Novos fluxos técnicos e administrativos

Ao longo dos meses, com a aplicação de novos fluxos técnicos e administrativos, houveram mudanças importantes e visíveis. O cenário caótico de superlotação vem, progressivamente, sendo substituído pela humanização no atendimento prestado no HMS. O gerenciamento do Centro Cirúrgico foi uma das medidas adotadas de maior relevância, pois disponibilizou atuação para todas as especialidades ofertadas pelo Hospital nas 24 horas do dia.

Além disso, a contra referência de pacientes que não apresentassem quadro de urgência e emergência para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas da cidade garantiu que o HMS pudesse atuar nos casos mais graves. A transferência ocorre em respeito ao Protocolo de Manchester, método internacional que divide os pacientes por cores de acordo com a Classificação de Risco de cada um. Isso garante que pacientes com sintomas graves sejam atendidos primeiro, em respeito à vida dessas pessoas.

Desde o primeiro mês de atuação, o IPG realiza essa transferência através de um veículo próprio e climatizado, sem custos para o paciente e com acompanhamento de um profissional de enfermagem. “O paciente entra, recebe o diagnóstico com mais agilidade, é encaminhado para o setor específico onde terá o médico especialista que indicará o tratamento adequado”, explicou o diretor técnico do IPG, Dr. André Franco.

Todos esses dados de produtividade e eficiência na atuação diária só foram possíveis após o aumento no número de profissionais. O IPG realizou um Processo de Contratação Externa, ofertando mais vagas de emprego na cidade. “O número de colaboradores que atuavam no mês de março não conseguia atender a grande demanda”, ponderou André.

Dados de atendimento

O número de cirurgias aumentou gradativamente de março a dezembro, possibilitando a retirada de leitos dos corredores do HMS. Segundo a supervisora do setor, enfermeira Joicyane Assunção, foram realizadas 4.918 cirurgias no período. Dessas, 90% eram de emergência. No mês de agosto foram 556 cirurgias, o que equivale a 18 pessoas na sala de cirurgia por dia. Em dezembro foram 504. “Apesar do aumento exponencial da demanda, o mais importante é salientar que não ocorreu nenhum óbito durante os procedimentos”, enfatizou. 

Outro ganho importante para eficiência e agilidade no atendimento foi a inauguração do laboratório no HMS. Antes, o paciente aguardava até 24 horas para receber um diagnóstico do médico. Hoje, a espera é de no máximo 2 horas.

Desde a implantação do novo laboratório em agosto até o final do ano passado foram 134.291 exames laboratoriais realizados nas duas Unidades hospitalares – HMS e UPA 24h de Santarém. “Houve uma maior rotatividade e uma satisfação muito grande tanto para o usuário quanto para a enfermagem e para os médicos. Nos deram ferramentas eficazes para trabalhar e acolher melhor o paciente”, relatou Alba Leal, coordenadora de enfermagem.

Exames de imagem

Os exames que mais demandam na porta de entrada do HMS são as radiografias. Principalmente para pacientes de trauma. De março a dezembro foram 47.336 radiografias realizadas. Enquanto isso, a meta mensal é de 3150, o que foi ultrapassado continuamente. “Em outubro, por exemplo, foram feitos 4890 exames”, disse a enfermeira supervisora da urgência e emergência, Josiane Marques.

Nos últimos 10 meses, o HMS e a UPA 24 horas disponibilizaram 5.207 tomografias para pacientes internados. No mês de outubro, esse total chegou a 615 solicitações nas duas Unidades. Por ser um exame delicado e com alto custo, o processo de autorização era muito mais lento, dificultando o diagnóstico. Hoje, tudo ocorre com mais agilidade.

Outra novidade, há 5 meses as Unidades também passaram a fazer ecocardiograma. “Além disso e das Tomografias, são disponibilizados os exames de Raio X, Ultrassonografia e Eletrocardiograma”, destacou Josiane.

Metas alcançadas na UPA

Enquanto o Hospital passou a receber menos casos de pessoas com quadro clínico leve; a UPA, por sua vez, aumentou o número de atendimentos dentro de seu perfil de baixa complexidade. Isso é um ganho importante, principalmente levando em consideração que a Unidade enfrentava dificuldades para atingir a meta de 10.125 atendimentos por mês. Só em casos de urgência e emergência foram 107.662 pessoas acolhidas de março a dezembro. A meta era de 99 mil.

Foram registrados nos dados de produtividade da Unidade de Pronto Atendimento o número de 11.269 atendimentos no mês de setembro, 11.791 no mês de outubro, 10.893 e 12.322 para novembro e dezembro, respectivamente. “Esse aumento nos números de atendimento ocorreu por vários fatores, o principal é que as pessoas estão se conscientizando de que a UPA é um modelo de atendimento para atender qualquer situação de urgência. Ou seja, casos considerados sem risco de morte”, destacou o coordenador administrativo, Raifran Silva.

A UPA oferece vários serviços em saúde. Os setores de enfermagem e pediatria são os mais procurados. A maioria precisa passar por algum tipo de exame de imagem. O eletrocardiograma foi um dos mais solicitados pelos médicos nos últimos quatro meses do ano passado. No mês de setembro foi observado um número alto de pacientes que precisaram passar por um eletro, chegando a soma de 694. A meta é de 450 análises.

De setembro a dezembro, os exames foram feitos sistematicamente acima da meta. “O eletrocardiograma é importante para identificar algum problema cardíaco. Ele é muito utilizado para flagrar arritmias e taquicardias ou bradicardias”, finalizou o coordenador de enfermagem, Iliandre dos Santos.

Obstetrícia humanizada

O Hospital recebe diariamente várias mulheres grávidas, quer seja para atendimento emergencial do período gestacional ou o parto em si. Nos meses de outubro, novembro e dezembro nasceram 297, 342 e 363 bebês, respectivamente. Em média, nasce um bebê prematuro por dia no HMS. O número varia de 35 a 45 por mês. 342 bebês prematuros nasceram na obstetrícia do Hospital nos últimos 10 meses de 2018. Setembro foi o mês em que mais foram realizados atendimentos no berçário. O total naquele mês foi de 58 acolhimentos.

90% dos bebês prematuros precisariam de atendimento especializado em uma Unidade de grande porte. Porém, a grande maioria não consegue a transferência por conta da demanda no setor de regulação da Secretaria de Saúde. A equipe médica do Municipal, ainda assim, se esforça para tratar os recém-nascidos na própria Unidade.

Diante da grande demanda, as dificuldades são diárias. Porém, prestar uma assistência humanizada tem sido o foco da direção ao longo dos meses. Ofertar possibilidades de um parto humanizado é proporcionar que esta experiência seja vivenciada em sua plenitude. A supervisora da obstetrícia do HMS, a enfermeira Rúbidia Lima, destaca que é fundamental que a grávida receba uma escuta qualificada, reconhecendo as necessidades e favorecendo uma vivência prazerosa e segura para a parturiente. “Assistência humanizada e respeitosa garante à mãe o seu protagonismo”, ponderou.

Outra ação importante é garantir o direito das grávidas de ter um acompanhante. “Na obstetrícia, o pai da criança participa de todo o período do trabalho de parto, se essa for sua escolha, respeitando a Lei do Acompanhante”, falou o diretor geral do HMS e UPA, Dr. Itamar Júnior. Ele aproveitou para ressaltar que um projeto de reforma para o setor de Obstetrícia está em andamento e deve ser realizado no primeiro semestre de 2019, com recurso conquistado através de emenda parlamentar.

Alimentação hospitalar de qualidade

Em abril do ano passado a cozinha do HMS passou por um investimento em equipamentos, reformas e capacitações. Desde a implementação já foram produzidas 417.238 refeições para as duas Unidades hospitalares. Diariamente são feitas cerca de mil refeições: café da manhã; almoço; lanche e jantar. Isso somente para pacientes e para os acompanhantes que são autorizados a permanecerem na Unidade. Os funcionários recebem almoço e jantar aumentando ainda mais a produção.

São 23 profissionais, divididos por turnos, atuando na cozinha. O cardápio é do mais variado. A demanda alimentar recebe atenção de acordo com cada patologia. O trabalho é realizado para atender as necessidades nutricionais de cada um de acordo com as recomendações dos médicos. Hoje, a gastronomia hospitalar se baseia no servir bem.

Segundo Valda Gamboa, nutricionista clínica do HMS, o controle de qualidade da alimentação dos pacientes é realizado desde a chegada dos alimentos, da preparação até a distribuição. “São várias fases para o manuseio, preparo e embalagem correta até chegar ao paciente. Pensando sempre na segurança alimentar”, pontuou a nutricionista.

Retaguarda no tratamento pós internação

O HMS disponibiliza aos pacientes que necessitam de acompanhamento médico após as altas hospitalares consultas especializadas no Ambulatório da Unidade. A estimativa mensal da direção para consultas com especialistas é de 2.250. Nos últimos 3 meses do ano passado o número foi bem maior que o estimado. “Em outubro foram 3.346 pessoas consultadas; novembro foram 2.942 e dezembro 2.323 atendimentos”, afirmou Dr. Itamar Júnior.

O ambulatório do HMS atende também pessoas encaminhadas pela Secretaria Municipal de Saúde, através da regulação. Ou seja, a Secretaria realiza as marcações de acordo com o número de vagas. As especialidades disponíveis são: cirurgia geral, pediatra, neurocirurgia, cardiologia, otorrino, bucomaxilo, ortopedia, pneumologia, fonoaudiologia, medicina vascular, urologia e infectologia.

HMS atuando como referência para região oeste do Pará

De junho a dezembro de 2018, o HMS recebeu 1.394 pacientes de outros municípios, maioria da região oeste do Pará. Moradores de Itaituba, Monte Alegre, Oriximiná e Belterra foram os que mais estiveram em tratamento na Unidade. Os dados mostram 176,174,169 e 154, respectivamente. A maioria dos leitos ocupados são nos setores da UTI, Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, pediatria e reanimação adulta e pediátrica.

Marcia Natalina Almeida, 62 anos, do município de Jacareacanga, agradeceu pelo tratamento recebido durante os dias em que ficou internada no HMS aguardando vaga no setor de hemodiálise. Ela conta que estava preocupada com a internação. “Nós não somos daqui e chega aqui eles dão toda assistência. Aqui a gente consegue ser atendida com atenção, por todas as especialidades e tem medicamentos necessários. Na minha cidade não tem”, desabafou.

Além das três citadas acima, as cidades que enviaram pacientes são: Alenquer, Almeirim, Altamira (não pactuado), Aveiro, Curuá, Faro, Uruará, Jacareacanga, Juruti, Mojuí dos Campos, Novo Progresso, Óbidos, Placas, Prainha, Rurópolis, Terra Santa e Trairão.

Missão e Visão

Unidades de Saúde bem estruturadas podem trazer benefícios imensuráveis à população. Principalmente quando se tem uma gestão eficiente, com a inserção de protocolos de acolhimento eficazes e se antecipando às necessidades futuras; promovendo qualidade e satisfação do usuário; minimizando desigualdades; oportunizando melhoria do atendimento e ofertando condições de vida, bem-estar e satisfação.

A missão do Hospital Municipal Alberto Tolentino Sotelo de Santarém (HMS) e da UPA é de proporcionar aos usuários um atendimento de qualidade, por meio de uma política de humanização, com atuação de profissionais qualificados, comprometidos com a presteza e a ética.

A visão do Municipal é ser referência regional em média complexidade com foco na eficiência e nos resultados assistenciais. Planos de Estratégias em saúde dependem de políticas e ações que assegurem prioridade aos esforços dirigidos. É importante haver um monitoramento contínuo dos requisitos. “Esse é o pilar da gestão do IPG”, reforçou Franco.









Natashia Santana - Assessora de Comunicação do HMS e UPA

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