sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

EX-SENADOR DO PARÁ É PRESO EM BELÉM. OTÁVIO CAMPOS (MDB) É ACUSADO DE RECEBER DINHEIRO DA CONSTRUTORA ODEBRECHET PARA A CAMPANHA DO GOVERNADOR HELDER BARBALHO

O ex-senador Otávio Campos (MDB) é acusado de receber dinheiro da construtora Odebrecht para a companha do governador Helder Barbalho

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (9) o ex-senador Luiz Otávio Campos (MDB), do Pará, numa investigação sobre suspeita de caixa 2 na campanha de 2014 do atual governador do estado, Helder Barbalho, do mesmo partido. O chefe do Executivo paraense não é alvo de mandados na operação.

Segundo as investigações, Campos é suspeito de intermediar um repasse não contabilizado de R$ 1,5 milhão da Odebrecht para a campanha de Barbalho.

Em delação premiada, executivo da Odebrecht disseram que foram realizadas três entregas, nos valores de R$ 500 mil cada, nos meses de setembro e outubro de 2014. Campos intermediou o recebimento do dinheiro.

A operação cumpre três mandados de buscas e apreensões e uma prisão temporária no Pará, uma prisão temporária e outro mandado de busca e apreensão no Tocantins, e dois mandados de buscas e apreensões no Distrito Federal.

As ações resultam de investigação iniciada a partir de delação premiada feita por executivos da Odebrecht, que citaram o ex-senador paraense Luiz Otávio Campos.

Segundo a Polícia Federal, os depoimento dos executivos da empreiteira citam a realização de três entregas em dinheiro, de R$ 500 mil cada.

Os repasses teriam sido feitos nos meses de setembro e outubro de 2014. As investigações apontam que o recebimento foi intermediado pelo ex-senador, que estava vinculado à campanha do então candidato ao governo do Pará.

A PF diz ter indícios de que pelo menos um dos pagamentos foi realizado em endereço ligado a parentes de Luiz Otávio Campos. Os crimes sob investigação são os de falsidade ideológica eleitoral (caixa 2), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

A investigação foi iniciada junto ao Supremo Tribunal Federal, mas depois passou à Justiça Eleitoral do Pará, que obteve a competência para processar e julgar crimes comuns em conexão com crimes eleitorais. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara da Justiça Eleitoral em Belém.

A superintendência da PF no Pará chegou a pedir autorização para realizar busca e apreensão também na casa do governador Helder Barbalho (MDB) para efetivar as ações da operação Fora do Caixa.

Segundo a PF, o pedido foi negado pela Justiça Eleitoral do estado. A operação continua em andamento e, ao todo, são cinco os nomes que estão sendo investigados no Pará. A PF não citou os nomes dos envolvidos, mas confirmou que dois desses investigados têm envolvimento com a política no Estado.

Em nota, a assessoria de comunicação do governo do Estado do Pará afirmou que “Helder Barbalho não é alvo da ação” da operação da Polícia Federal.

Em sua conta no Twiter, o governador Helder Barbalho afirmou que sua campanha ao Governo do Pará, em 2014, “foi feita dentro da legislação vigente à época”. Segundo Helder, as doações oriundas da empresa Odebrecht “foram integralmente declaradas ao TRE”.

A defesa de Luiz Otávio Campos (MDB) disse que a prisão do ex-senador teria sido baseada em “fatos que não são comprovados por nenhuma outra prova” além do depoimento prestado em delação.

“Não se encontra amparo, num conjunto probatório, de nenhuma outra prova. São só palavras, e é em cima disso que vêm sendo executadas medidas cautelares como prisão, busca e apreensão. A defesa entende que são medidas desnecessárias para as pessoas que estão sendo investigadas”. 

(Redação e FSP)

Nenhum comentário:

Postar um comentário