Mães cobram direito dos filhos autistas em Santarém |
As mães e responsáveis de crianças autistas estão enfrentando uma série de dificuldades na hora de tirar a carteira de passe livre, que garante a gratuidade no transporte público no município de Santarém, no oeste do Pará. Nos últimos dias, os relatos sobre esse problema se avolumaram. O benefício, que é garantido por lei, tem sido negado pela empresa Startec, responsável pela bilhetagem eletrônica no município, que tem exigido perícia das mães para conceder o passe livre.
Na manhã desta quinta-feira (4), um grupo de mães se reuniu na Câmara de Vereadores para protestar contra a empresa e pedir providência das autoridades municipais, uma vez que o benefício está sendo negado às pessoas com TEA.
Elas relatam que necessitam levar os filhos nas terapias e outros serviços necessários regularmente, mas passam por constrangimento, muitas vezes tendo que provar mostrando o laudo. Muitas mães moram em comunidades distantes e são obrigadas a entrar no ônibus lotado com filhos com mobilidade reduzida. Isso tudo tem causado muito sofrimento.
Elisangela da Luz é mãe de duas crianças autistas. Eles moram na comunidade são José. Ela relata que passa por muitas dificuldades no transporte coletivo com os filhos "Para pegar tanto um como outro e trazer para a cidade três quatro vezes na semana para fisioterapia, fono e várias coisas que precisa, fica complicado porque não tenho condição. Já entrei pela parte de trás do ônibus e me obrigaram a descer e entrar pela frente, destaca.
Kellen Valente tem uma filha autista de 4 anos de idade. Ela relata que estão fazendo protesto pelos direitos negados no transporte público, na saúde, educação entre outros. "As mães que estão reivindicando aqui comigo é para falar da empresa Startec que está negando o passe livre que é um direito amparado por lei. As mães que procuram a empresa, relatam que eles estão questionando o laudo médico e além de questionar dizendo que o filho não tem cara de autista para não ser liberado o passe livre. Eles estão estipulando o prazo, sendo que temos direitos por lei, o projeto de lei 2090/22 garante as pessoas com transtorno do espectro autista gratuidade do transporte coletivo público", disse.
O vereador JK do Povão tem dado apoio à causa das mães atípicas em Santarém. “Trata-se de uma questão muito preocupante, pois a carteira é essencial para garantir que as famílias tenham acesso a benefícios de transporte público que podem ser vitais para o acesso a serviços de saúde, educação e outras necessidades básicas”, explica o vereador.
Os relatos das mães são de revolta, sem saber o motivo pelo qual um benefício previsto em lei está sendo negado aos filhos.
Algumas mães relatam ainda que a empresa justifica a negativa afirmando que a criança não apresentava dificuldades de locomoção. O que gerou ainda mais revolta.
Desde janeiro deste ano que a lei municipal nº 2090/22, garante a gratuidade nos transportes públicos municipais e intramunicipais a pessoas com espectro autista, acompanhantes e outros grupos prioritários.
Revoltadas, as mães afirmam que a empresa estaria descumprindo a lei municipal e negando um direito às pessoas autistas.
O uso do transporte público é essencial para muitas famílias que precisam se locomover para levar as crianças para atendimentos médicos e outros serviços assistenciais.
O gabinete do vereador JK do Povão vai acompanhar a situação das pessoas, acionando inclusive o Ministério Público sobre a dificuldade enfrentada pelas mães de autistas em Santarém.
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