quarta-feira, 20 de junho de 2012

PALAVRAS DE OSMANDO FIGUEIREDO: FUI PROFESSOR DESSES CANDIDATOS A PREFEITO

“Essa absolvição é marcada como um renascimento político, empresarial e pessoal”. “O Bruno se decepcionou com a vida pública, principalmente pela falta de autonomia que teve à frente da Secretaria de Agricultura e, lamentavelmente desistiu da vida pública”. “Meus filhos não podiam ir às escolas, porque eram apontados como tendo um pai que foi preso e algemado pela Polícia Federal, porque vendia terras da União”. “Todos vocês sabem que eu gerenciei com outros advogados, o retorno da prefeita Maria do Carmo, no Supremo Tribunal Federal”. “Hoje nós temos 18 secretarias, no meu governo serão apenas 10”. “Eu acho que Santarém precisa de experiência e de capacidade, e que tenha coragem de fazer uma gestão, sem se submeter aos caprichos do troca-troca político”. “Minha candidatura não é uma candidatura de contestação, é uma candidatura propositiva”. “Eu espero até ser candidato desse governo”. “O interior está abandonado por falta ramais, energia, saúde, educação e assim por diante. Portanto, nós temos que inverter a pauta de prioridades do Município”. “Eu fui o grande orientador do grupo que ia fazer o gerenciamento da Prefeitura, ou seja, eu fui professor desses candidatos que agora todos são capazes de administrar o Município”. Estas são apenas algumas das frases de impacto do advogado Osmando Figueiredo, pré-candidato do PDT à prefeitura de Santarém, em conversa com a equipe de O IMPACTO. Na entrevista exclusiva e reveladora, mais revelações e desabafos. Confira:

JORNAL O IMPACTO: O que o credencia a ser pré-candidato a prefeito de Santarém?

Osmando Figueiredo: Eu sou dirigente do PDT desde 1982, vice-presidente estadual e membro do Diretório nacional. A última eleição que o PDT disputou foi em 1981, com candidato próprio, Geraldo Sirotheau. Nós temos uma instrução que nos municípios acima de 100 mil eleitores, o partido deve ter candidato pra demonstrar seu programa, debater os problemas dessas cidades e assim por diante. Eu já fui Secretário, Secretário de Trabalho, Vereador, presidente da Câmara, Secretário de Infraestrutura, Secretário de Agricultura, sou advogado com especialização em Direito Administrativo; moro em Santarém há mais de 25 anos e tenho obrigações com esta cidade.

JORNAL O IMPACTO: Com sua experiência em diversos cargos na administração municipal, o que o senhor considera como seu maior desafio?

Osmando Figueiredo: Ao assumir a Secretaria de Governo em 1993, nós praticamente reconstruímos a prefeitura de Santarém, no governo Rui Corrêa. O Alexandre Von foi paro o governo, ser Secretário de Planejamento, depois foi vice-prefeito duas vezes, indicado pelo meu partido, ou seja; eu conheço a prefeitura de Santarém, os problemas da cidade, sei como resolver e onde resolver. A questão hoje é que as gestões não priorizam áreas; nós temos um problema muito sério na parte de infraestrutura e da periferia. Portanto, passando por essas pastas, eu sei perfeitamente quais os problemas que vão de encontro aos anseios da população.

JORNAL O IMPACTO: Quando o senhor foi candidato a Deputado Federal, dizia-se que seria apenas para se contrapor e inviabilizar a eleição de Rui Corrêa que concorria à Câmara Federal. Sua votação não foi das mais expressivas. O que de fato aconteceu?

Osmando Figueiredo: Naquele momento, o partido não fazia legenda suficiente para eleger o deputado Giovanni Queiroz, nós precisávamos ter uma chapa para não perder o assento da Câmara dos Deputados. Eu fui lançado em julho, fiz uma campanha rápida, tive 10 mil votos, e fui primeiro suplente do PDT. O Helenilson Pontes veio para nossa coligação. Ele foi o primeiro suplente da coligação e eu fui o segundo suplente, aquilo ali foi uma missão partidária. Sem os meus votos o Giovanni Queiroz não seria Deputado Federal.

JORNAL O IMPACTO: O senhor é considerado um articulador, por ter participado dos últimos 5 mandatos, sempre com cargos de confiança. Quais os motivos da sua rotatividade de atuação na administração municipal, nos últimos 20 anos?

Osmando Figueiredo: Eu sou advogado, especialista em Direito Administrativo; conheço Brasília, sei onde buscar fontes de recursos através de convênios. Por onde passei fiz isso, por exemplo, na Secretaria de Agricultura reformei todos os mercados. O Mercado Municipal, há 40 anos ninguém botava uma telha lá. Quando eu fui Secretário de Infraestrutura do governo Lira Maia, o projeto inicial do Viaduto foi meu, juntamente com o Secretário Estadual Manuel Ribeiro. Se você for na Orla, vai ver uma placa lá, que fui eu como Secretário de Infraestrutura, que construí e inaugurei aquela obra. Ou seja, eu tenho a facilidade, por ter uma família de políticos no Nordeste e por conseguir recursos para o Município, é o que eu tenho feito ao longo desses tempos.

JORNAL O IMPACTO: Na semana passada, o senhor foi absolvido da acusação de advogado ligado à grilagem, especulação e crime ambiental na Mega Operação Faroeste. A decisão judicial veio em boa hora, coincidindo com o lançamento da sua pré-candidatura, ou já veio tarde?

Osmando Figueiredo: Veio tarde; eu me afastei da vida pública, parei de disputar eleições, exatamente porque pairava na sociedade esta acusação, que eu era advogado que tinha favorecido grandes empresários, por facilitar grilagem de terra e crime ambiental. Por incrível que pareça, nunca advoguei para essas pessoas. Como advogado, eu recebi consultas por telefone pedindo informações. O Estatuto da OAB me dá esse direito. Hoje se um grande criminoso ligar para mim, me consultar sobre um processo e me contratar para defendê-lo, eu posso muito bem assumir essa causa. Um exemplo recente, do ex-ministro de Lula que é advogado do Cachoeira. Eu conversei à época com o Pedro Peloso, que era do INCRA, e outro funcionário, tratando de consultas sobre posses de imóveis. Eu tive um desentendimento com um Delegado da época, por advogar para a prefeita Maria do Carmo, e logo após as eleições, ele resolveu me incluir num grande esquema de 21 pessoas, como mentor jurídico, nessa operação. Eu ia assumir a Secretaria de Administração de Santarém, para não prejudicar a Maria do Carmo, renunciei. Sete anos se passaram e o Ministério Público não conseguiu carrear uma prova sequer de algum ilícito meu. A Juíza Federal que é hoje titular em Santarém está saneando esses processos e condenou mais de 90 por cento dos acusados, e me absolveu por total falta de provas. Ou seja, o Delegado induziu o Ministério Público Federal a erro e deixou essa nódoa na minha imagem por sete anos, que só agora está sendo reparada. Eu me emociono quando falo disso, mas fico irritado, porque é parte da sua vida que você perde. Eu me divorciei, tive que reconstruir a minha vida. Meus filhos não podiam ir à escola, porque eram apontados como tendo um pai que foi preso e algemado pela Polícia Federal, porque vendia terras da União. É uma coisa que fica marcada para sua vida. Essa absolvição é marcada como um renascimento político, empresarial e pessoal. Para isso eu me afastei do governo Maria do Carmo, só para cuidar desse processo.

JORNAL O IMPACTO: Apesar do seu afastamento, seu filho Bruno Pará, assumiu o seu cargo…

Osmando Figueiredo: O Bruno é um jovem que é bem entrosado com a juventude e como eu tenho um trabalho desde 1992, eu precisava de um herdeiro. O Bruno foi o candidato a Vereador mais votado do partido, foi candidato a Deputado Estadual, por último lamentavelmente desistiu da vida pública. Ele se decepcionou com a vida pública, principalmente pela falta de autonomia que teve à frente da Secretaria de Agricultura. Eu não posso obrigá-lo a praticar a política que é uma coisa que eu dediquei toda a minha vida e sei o que passei por isso, para que ele depois, com problemas na frente, não dizer que entrou nisso porque o pai o obrigou. Eu aceitei a decisão dele de se afastar da política.

JORNAL O IMPACTO: Diante da sua absolvição, o senhor pretende pedir reparação quando o processo transitar em julgado?

Osmando Figueiredo: Eu vou pedir uma ação de reparação, quando transitar em julgado da União, mas vou no polo passivo, o Delegado foi quem induziu o Ministério Público Federal a este erro gravíssimo. Sei que à época ele recebeu orientação de outra Delegada, que eu representei contra ela à Corregedoria da Polícia Federal que apurou as suas falhas. Ela ia ser exonerada, fez um acordo para ser suspensa e se aposentar. Não tenho nada contra a Polícia Federal. Só que alguns delegados isoladamente, praticaram perseguição contra a minha pessoa, até contra o Bruno na eleição dele de Vereador.

JORNAL O IMPACTO: De que forma as candidaturas de José Maria Tapajós e Inácio Corrêa podem beneficiar ou prejudicar a sua candidatura?

Osmando Figueiredo: Eu conversei com a prefeita Maria do Carmo e com o vereador José Maria Tapajós. O compromisso do PDT com o Partido dos Trabalhadores é o mandato da prefeita Maria. Todos vocês sabem que eu gerenciei com outros advogados o retorno dela junto ao Supremo Tribunal Federal. Eu me mudei para Brasília, morei lá por seis meses, acompanhando o processo, levando memoriais para ministros. Então, minha candidatura não é uma candidatura de contestação ao atual governo. Entendo também que a candidatura do vereador José Maria também não é de contestação, é uma posição dos partidos. Eu espero até ser candidato desse governo.

JORNAL O IMPACTO: Mas essa pulverização de candidaturas com o mesmo perfil de situação, pode se fragmentar e dessa forma beneficiar a oposição?

Osmando Figueiredo: Creio que não, nós vamos decidir essas eleições no debate, no conhecimento e na competência. Nós vamos ter programa de televisão e de rádio. Nós vamos ter espaço para debates. O Brizola dizia que foi candidato tantas vezes, porque o pessoal falava tanto mal dele que foi preciso ele ser candidato, para que as pessoas o conhecessem. E eu estou indo nessa máxima do Brizola. Eu quero mostrar para a sociedade de Santarém, onde eu estou há 25 anos, a minha competência, o conhecimento que tenho do Município, e em que posso ajudar esta cidade. Vou só lhe dar um exemplo: O meu programa de governo terá 12 pontos; hoje nós temos 18 secretarias, no meu governo, serão apenas 10. Servidor para ocupar cargo em comissão tem que ter cargo efetivo. Hoje é praxe, que todos sejam de fora. Vou fazer um projeto de lei e mandar para a Câmara, estabelecendo que metade dos cargos de confiança tenha que ser ocupado por servidores efetivos. Vou priorizar o interior. A alimentação da cidade é produzida por 20% da população do interior e o interior está abandonado por falta de ramais, energia, saúde, educação e assim por diante. Portanto, nós temos que inverter a pauta de prioridades do Município.

JORNAL O IMPACTO: Sua participação sempre foi exitosa nas últimas eleições, porém, sempre com uma grande coalizão. A maioria dos partidos com representação está finalizando acordos com as candidaturas previsíveis. Isso não teria um peso importante dentro do processo eleitoral?

Osmando Figueiredo: Eu já conversei com três partidos, mas na minha cabeça, na cabeça do meu partido, se eu tiver a oportunidade de ter uma candidatura pura do PDT, com o candidato a vice-Prefeito do meu partido, que seria o Dr. José Ronaldo, nós não teríamos a obrigação de fatiar o governo, de distribuir secretarias para outros partidos. Seria uma gestão do programa do partido. Eu aceito as coligações, mas na minha mente, no meu projeto de governo, eu gostaria de ser candidato de um partido só.

JORNAL O IMPACTO: O senhor já tornou público que deve coligar com o PSL que tem na sua base formada por políticos que atuam na Igreja Universal. Bastaria isso pra potencializar a sua candidatura?

Osmando Figueiredo: O PSL é um partido ligado à Igreja Universal. O ministro da Pesca é o senador Marcelo Crivella e o Brizola Neto, do PDT, é Ministro do Trabalho. Essa articulação se dá por Brasília, e no partido eles serão bem recebidos. Mas eu quero lhe dizer que nós vamos disputar essa eleição, no conhecimento, no debate e na conversa com as pessoas, mostrando qual é o candidato mais capacitado e o melhor programa de governo para o Município.

JORNAL O IMPACTO: Como conseguir isso, tendo participado com méritos e ônus dentro das últimas administrações, agora na condição de candidato?

Osmando Figueiredo: Eu quero lhe dizer que nós estamos muito bem servidos de candidatos. O Alexandre Von (PSDB), fui presidente dele, indiquei ele pra ser o vice-prefeito do Lira Maia por duas vezes; ele foi Secretário de Planejamento do governo do Rui, indicado pelo meu partido; é uma pessoa que conhece o Município. O vereador José Maria Tapajós foi meu vice-presidente da Câmara, ou seja, é uma pessoa que também conheço. O Inácio, na transição de 2004, ele vinha do setor privado, nunca havia passado pelo setor público. Eu fui o grande orientador do grupo que ia fazer o gerenciamento da Prefeitura. Ou seja, eu fui professor desses candidatos, agora todos são capazes de administrar o Município. Mas muitas vezes, as orientações, a programática, que você dá para o governo, por algum motivo não é cumprida. Eu quero ser candidato respeitando esses adversários, para que eu possa por em prática o que o meu partido determina. Só para você ter um exemplo, Jaime Lerner era governador do Paraná, eu o trouxe aqui no governo Rui Corrêa, para que ele mostrasse para nós, secretários e para o Alexandre Von, um modelo de urbanização para que Santarém pudesse se modernizar. Estão aí, a Orla, o viaduto. Em frente à Prefeitura tem um projeto de uma área de lazer, com pista dupla. É um projeto meu quando eu fui Secretário de Infraestrutura. Eu respeito os candidatos, mas eu acho que Santarém precisa de experiência e de capacidade, e que tenha coragem de fazer uma gestão, sem se submeter aos caprichos do troca-troca da política.

JORNAL O IMPACTO: Seu slogan de campanha é “Por que Santarém não pode parar”. Dá pra fazer a diferença, usando um argumento do continuísmo do qual o senhor vem participando? Onde está o seu diferencial, então?

Osmando Figueiredo: No governo do Lira Maia houve avanço, no governo do Rui Corrêa houve avanço, que foi organizar a gestão. A prefeita Maria do Carmo tem avanços. Não pode entrar um Prefeito que vá achar que o Alexandre não fez nada, que a Maria não fez nada. Santarém não pode parar, porque além do que foi feito, tem que ser feito muito mais. Nós precisamos dar acesso à população para desfrutar das praias. Nós precisamos inserir no mercado de trabalho milhares de jovens que hoje estudam em instituições de nível superior, que ao terminarem seus cursos, ficam desempregados. Precisamos de indústrias subsidiadas pelo governo Federal. Nós precisamos uma contrapartida por preservarmos o meio ambiente. Eu vou instalar uma guarda municipal, que já está estabelecida desde que eu fui Vereador.

JORNAL O IMPACTO: Para finalizar?

Osmando Figueiredo: Para finalizar, eu quero lhe dizer que a minha candidatura não é uma candidatura de contestação, é uma candidatura propositiva. Não é uma candidatura de oportunismo. Eu agradeço a Santarém, pela oportunidade que me deu de permitir que eu fosse microempresário; vendi roupa, entrei no ramo de locação, e hoje sou gestor de empresa aérea, advogo para empresas de São Paulo, Goiás e, do Maranhão. Eu poderia muito bem cuidar da minha vida, mas eu me sinto na obrigação de dar uma contribuição final e definitiva para o povo de Santarém, onde constitui família. É este Município que eu quero ajudar, pela experiência e conhecimento que tenho.

Fonte: RG 15

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