PALAVRAS DO SANTARENO ANDRESON DEZINCOURT: EU VOTEI NO ALEXANDRE VON E SE ARREPENDIMENTO MATASSE HOJE EU SERIA UM HOMEM MORTO

Hoje, quinta-feira 04/04/2013, como de costume, o despertador do celular disparou as 6 horas sem necessidade, pois já estava acordado há muito tempo. Sequer consegui grudar os olhos. Não por causa de minha eterna companheira insônia, parceira de várias madrugadas, mas por causa do famigerado som alto de todas as madrugadas, que troa, ensurdecedor, em frente ao museu da abandonada praça de São Sebastião.

Passei passivamente mais uma madrugada sendo sacudido por “rebola a bundinha até embaixo”, “agora sobe, desce, sobe, desce”, “é pra cadastrar, tam, tam, tam”. Suporto e suportei tudo isso porque sinto vergonha, e até medo de ligar para o 190 e pegar um ralho. É que no final do ano passado, liguei para reclamar pela quarta vez numa mesma madrugada, e, já enfezado (pra não dizer puto), disse à atendente se eu desse um tiro pras bandas dos barulhentos resolveria.

Ela calmamente me respondeu: “Se o senhor tiver coragem!”. Já relatei isso por aqui.

Mas, retorno à madrugada de ontem para hoje. Às 6 horas, o despertador gritou, às 6h02 criei coragem e liguei para o 190. A atendente muito simpática me disse que deveria ligar para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMA.

Acatei suas doces palavras, mas retruquei dizendo que a Polícia Militar também poderia agir através de seu Batalhão de Trânsito, uma vez que a meia dúzia que perturbar toda a cidade ingere bebidas alcoólicas e, após perturbarem o sono de todos do entorno do museu, lá por volta das 7 ou 8 ou 9 horas da manhã, pegam seus carros e saem porre dirigindo, colocando em risco a vida de quem vai trabalhar, levar filhos à escola ou mesmo estudar.

E o pior: vão dormir impunemente o dia todo para voltar ao museu para mais uma balada na próxima madrugada. Filhos das Putas.

Nesta madrugada, sem ter o que fazer e nem como reagir, comecei a divagar sobre bostas e percebi que os últimos prefeitos de Santarém nunca tiveram problema com som alto.

Vejamos: Lira Maia, 8 anos de mandato como prefeito, mora no Cipoal, comunidade localizada na BR-163, Planalto Santareno, longe de pobres e principalmente de som alto. Maria do Carmo Martins, 8 anos de mandato como prefeita, mora na avenida Barão do Rio Branco, na cobertura de um prédio, também longe de pobres e principalmente de som alto.

Alexandre Von, ex-vereador, ex-presidente da Câmara de Vereadores, ex-secretário, ex-vice-prefeito, ex-merecedor do meu voto, ex-amigo, ex-amor, ex-tudo, 3 meses e 4 dias como prefeito eleito, inclusive com o meu voto (se arrependimento matasse, hoje eu seria um homem morto), também mora na cobertura de um edifício, Dona Conceição, na ilharga de minha casa e também mantém distância de pobres e principalmente de som alto.

Divagando ainda mais, vi que nós, pobres mortais santarenos, não temos pra quem reclamar. Vejamos:

1 – Se ligarmos pro 190, pegamos ralho e não conseguimos nada;

2 – Se ligarmos para Sema, piorou, pois não tem fiscais, não tem decibelímetro, não tem nada. Mas em compensação o salário de 9 mil paus, que nós abestados pagamos, está todo início de mês na conta do secretário Podalyro Neto, fora o aluguel da mansão velha que abriga a secretaria. Mudaram-se os atores, a prática continua a mesma. Os aluguéis que favorecem os correligionários;

3 – Se ligarmos pro papa, te lasca, ele nem te olha, pois é argentino;

4 – E se ligarmos pro Alexandre Von? Aí é melhor se matar, pois ele não atende nem o Lira Maia que é seu papa brasileiro.

É, parece que estamos sem saída. Mesmo assim vou sugerir algumas saídas:

1 – Formar um grupo armado e metralhar esses filhos das putas. Não, não pode. É ilegal, e o que é pior, não tenho coragem pra isso, ou seja, como vocês, sou frouxo;

2 – Formar um grupão e quando os filhos das putas forem dormir a gente faz uma festa na frente da casa dele, com as piores músicas e em alto volume. Mais ou menos essa ideia;

3 – Formar um grupão, levar a polícia, Ministério Público, Sema, GDA (ainda existe?), eu, Tibério, Jeso e tudo mais que não presta (rs) pra casa do filho da puta, esperar ele acordar lá pras 3 da tarde, esperar ele comer e depois reunir com o filho da puta e seus pais pra dar um ralho bem grande, informando que se ele insistir na baderna, o grupão vai fazer festas todas as madrugadas na frente de sua casa para perturbar seus familiares. Também mais ou menos essa ideia;

4 – Esperar 4 anos, não votar mais no Alexandre e nos seus, na Maria e nos seus, nos Incas e nos Maias, e torcer para que o novo prefeito assuma suas responsabilidades. Particularmente, vou adotar esta ideia e, por enquanto, vou ligar pro Lira Maia pra ver se ele me cede um quartinho lá no Cipoal pra dormir em paz.

Anderson Dezincourt, Santareno, é servidor público do TJ (Tribunal de Justiça) do Pará, lotado em Santarém.

Fonte: Blog do Jeso